Resenhas - O Ser Assassino

Franco 17/06/2020

Ação boa, mas com desperdício de páginas
É uma história de ficção científica mais para ação do que para outra coisa, não obstante traga, como é comum no gênero, uma crítica (no caso, à humanidade e sua sede de poder/conquista).

E nesses termos o livro é competente: a narrativa do protagonista sobrevivendo em um ambiente hostil, perseguido por um robô assassino, e permeada pelas lembranças desse protagonista sobre sua vida de soldado espacial, ficou bastante legal. E é preciso dar o mérito ao final, que consegue produzir certo engajamento (li as duas últimas páginas com aquele comichão de chegar logo ao final para ver o que ia rolar).

O problema do livro, e isso rouba parte considerável do seu brilho, são as constantes explanações do cenário desértico e pedregoso do planeta. A certa altura, a gente até deixa de tentar entender o que a autora está tentando descrever, porque fica realmente chato. Parece até que ela assumiu uma espécie de compromisso geográfico que às vezes soterra a história em parágrafos inteiros de desperdício.

Enfim, uma FC leve, sem muito deslumbramento (não possui nenhuma ideia incrível que é aplicada/desenvolvida), que através da ação faz algumas considerações sobre a natureza humana. Com certa dose de paciência para aguentar as chatas descrições de pedras, ventos e tempestades de areia, é sim uma leitura válida.