Marcelo Leite 30/05/2024
O herói que traz civilidade aos índios e aos brancos.
Nesta história de Tex, querendo ou não fugir disso, tem aquela pegada de homem civilizado versus selvagem . O nativo, mesmo sendo vítima de extermínio, ainda assim, é o vilão. Sendo vingativo, dotado de bruxaria... Mesmo que homens brancos também sejam vilões nessa história, são transgressores, fogem a regra do que se espera do branco. O contexto faz lembrar a teoria de Thomas Hobbes em defesa da existência do estado, já que durante a trama os personagens citadinos adotam um comportamento de fazer "justiça com as próprias mãos" justamente pela distância entre eles e o estado para vigiar suas ações, mesmo com a existência de um xerife, que na verdade apoia o ato criminoso. O homem neste caso foi o lobo do homem.
E o branco dotado de ética, valores morais, acaba sendo o Tex, que ainda representa a benevolência do estado. Ele é um ranger.
Mas, creio que estes não são motivos para deixar de ler um personagem com mais de 70 anos de publicação. Se a mesma leitura crítica for feita sobre o Batman, seria observada várias contradições sociais e políticas também.
A aventura ainda carrega uma sub trama que é a caça a dois irmãos criminosos que estão sendo procurados pela justiça, como em um bom velho oeste, que advinha? Se alia aos índios vingativos. O que dá mais uma camada ao enredo.
Sobre a história, posso afirmar que é divertida, bem desenvolvida. A trama te prende, por mais que seja um pouco previsível o fim, você se interessa por saber como chegará a ele.
Não saber algumas coisas sobre o Tex te deixa um pouco perdido no começo, mas logo se encontra.
Em resumo, acho que valeu a leitura. Não vou virar fã, mas leria outras histórias.