Resenhas - Beautiful World Where Are Yoi

Adan 31/07/2022

cansativo até pra um fã de sally rooney
tudo o que faz um livro da sally rooney ser um livro da sally rooney está aqui? em excesso.

tudo o que amei em conversations with friends e normal people aqui parece cansativo. o ?nada acontece? comum dos livros da sally neste foi um ?nada acontece? desesperador, que me fez questionar o que exatamente eu estava lendo. e a personalidade dos personagens? digamos que não são os mais gostáveis, especialmente o Felix.

tudo o que reclamam dos outros livros da sally e eu costumo discordar, neste me incomodou de verdade. gostei de alguns elementos individualmente, mas o conjunto da obra deixou bastante a desejar.

J 14/12/2021

Ai ai
Fiquei em duvida se eu dava 3 estrelas e meia ou 4? mas decidi dar ????????! Eu acho a escrita da Sally tão interessante e diferente! As historias delas sempre me dão agonia, porque elas são muito realísticas. Esse foi o caso da Alice e Felix, e Simon e Eileen!

Ana 14/09/2021

Há beleza no mundo?
A vida é estranha, aleatória e errática. O mundo é caótico e incerto.
Como existir em meio à ansiedade, medo, solidão e incerteza? Como viver uma vida significativa quando todos os aspectos dela são mercantilizados? Quando a comunicação parece ser uma cacofonia sem fim de pessoas que não se entendem?

Os amigos Alice, Eileen, Felix e Simon estão todos faixa dos trinta anos e tentando viver nesse mundo enquanto buscam encontrar respostas para essas perguntas, especialmente Alice e Eileen. Elas estão separadas no início do romance e se correspondem por meio de e-mails em forma de ensaio muito longos sobre vários assuntos: o papel do autor e do romance, a condição humana sob o capitalismo hiperconsumista, maternidade, desigualdade social, tudo misturado com as minúcias da vida diária e detalhes de relacionamentos complicados. Suas ruminações epistolares soam muito pessoais e reais. É triste testemunhar a solidão delas, a falta de comunicação e vazio. Mas há uma centelha de esperança de que elas descobrirão uma forma de viver.

O romance não tem enredo em si, é apenas uma série de situações que obrigam os personagens a interagir virtualmente ou na vida real. É uma comédia de costumes do século 21 com uma estrutura e um final cômico que lembra o romance inglês do século 19. Prepare-se para muitas cenas de sexo, algumas atrapalharam a narrativa, na minha opinião, embora lindamente escritas.

No final, embora não haja uma resposta certa para a questão do significado intrínseco da vida, ainda há amor neste mundo, ainda pode-se encontrar calor, conexão e bondade nele.

Ana Carolina 02/02/2022

A Busca Exaustiva de Um Belo Mundo
Sempre amo a escrita da autora e como ela constrói os personagens complexos e humanos, as formas que as pautas foram introduzidas por ela nos emails mostra que os personagens não estão alheios ao mundo, deixando claro que não ia se aprofundar as questões mas mostra que são concientes, uma das características da escrita dela que gosto muito, e percebe-se a naturalidade em que ela comenta sobre.
Esse livro é uma surra de auto critica, creio eu, um meio que ela inventou para transcrever suas ideias e frustrações, comenta sobre cristianismo, capitalismo, política, privilégios, a industria literária e consequentemente os seus fãs sempre esperando algo da mesma.
A Sally escreve muito bem as realidades dos relacionamentos, família, trabalho, suas tristezas, questões sobre a vida. É palpável sua realidade, podendo se identificar com vários relatos.
O romance entre a Eileen e o Simon é meu preferido, a história deles desde o inicio e a construção da amizade entre eles ao decorrer dos anos é muito bonita. Simon é claramente o nosso porto seguro do livro enquanto os outros 3 sempre são inconstantes ele é o mais racional e compreensível.
O romance da Alice e Felix não foi pra mim, não consegui torcer por eles em nenhum momento mas é bem visível que Felix está lá para Alice sair da sua própria zona de conforto e vise versa. Apesar de não ter me cativado, não me impediu de querer saber mais sobre eles e os diálogos são bem viscerais e interessantes.
A forma como a autora consegue transcrever pequenos momentos da vida é admirável, o enfoque do livro é a amizade, tristeza e a procura por um belo mundo. É um estudo de como podemos nos enxergar na sociedade atualmente. Um livro que com certeza a um certo momento da vida vou querer reler.

i² 08/02/2023

?It's so hard to see the point sometimes, when the things in life I think are meaningful turn out to mean nothing, and the people who are supposed to love me don't.?

anne (: 31/10/2021

da Sally eu só tinha lido Normal People, assisti a série também, que inclusive achei melhor.

é curioso como eu achei essa a melhor escrita dela, dentro do que conheço, e ao mesmo tempo acompanhei cada personagem com um misto de irritação, torcida e ansiedade. e é curioso como a escrita dela consegue nos levar a divagar junto em várias temáticas e, ainda assim, ser um livro que fala essencialmente sobre as dificuldades em se relacionar. eu ainda não sei bem o que dizer, talvez nunca saiba; mas gosto do fato de que ela traz cruamente os dilemas da juventude consciente em 2021, ainda costurando ali bem nos finalmentes com a pandemia e efeitos do isolamento social. enfim: não consigo ter uma ligação forte e afetiva com os livros dela, e ainda assim eles me parecem tão necessários em existência quanto em continuidade. seguirei acompanhando essa promessa irlandesa (:

Marina 09/02/2022

É mais um livro bem no estilo da Sally. Ela traduz para as páginas uma história ?comum?, mas com insights certeiros da nossa geração e de como nos comportamos entre nós e com o mundo.
Não é nada inovador ou surpreendente, mas deixa sempre bons questionamentos.

adrianlendo 23/08/2023

A diferença na mesmice
Parece ruim dizer que tudo que uma pessoa escreve se encaixa numa mesmice, não é? Mas eu acredito que, depois de ler todos os três romances de Sally Rooney, é exatamente nisso que se encontra todo o charme da autora.

Observando os três, a mesmice se encaixa no momento em que se percebe que todos são uma narrativa simples sobre pessoas que estão no início da vida adulta aprendendo a lidar com toda a pressão dos anos que estão vindo. Não há como fugir disso, todo mundo passa por esses momentos, e é nesse momento que um mundo se abre: ninguém vive isso da mesma maneira.

Quando eu falo sobre diferença na mesmice é sobre como a autora pega histórias que todo mundo vive e explora no seu melhor: tornando-as diferentes.

É isso que me faz gostar tanto das histórias dela e, talvez seja pelo que se passou na minha mente quando estava lendo, "Belo Mundo, Onde Você Está" é o que melhor exprime isso.

Ao acompanhar a vida de quatro jovens totalmente diferentes, e entrar profundamente nos pensamentos de dois deles, nós vemos todas as questões que passam na cabeça de alguém que acabou de ser jogado no mundo e precisa entender como vai seguir vivendo, como vai encontrar essa vida bela da qual tanto falam.

Como ser feliz administrando uma vida em um mundo que constantemente nos coloca pra baixo? Como saber como administrar suas relações em um mundo onde ninguém vive da mesma maneira e mesmo assim todos esperam que você saiba exatamente o que faz?

Acredito que esse seja o livro em que Rooney melhor exprime isso, talvez pela sua conotação claramente mais biográfica que os outros, talvez pela época em que foi escrita. É impossível não se apaixonar por tudo que a autora tem para dizer. É impossível não terminar o livro mais consciente nessa busca por um belo mundo.

A autora está no seu ápice na escrita, os personagens no seu ápice de vida e eu agradeço por ter a oportunidade de ler tudo isso na época em que estou vivendo, saber que não estou sozinho na mesmice diferente de todo mundo.

mafe 11/03/2023

Um livro para pessoas sem pressa
Minha primeira leitura da Sally Rooney e dessa vez li em inglês (!) pq o livro importado estava em promoção.

O ritmo do livro é bem lento, não acontecem muitas coisas, mas essa que é a graça. Ela pega acontecimentos cotidianos dos personagens e coloca as reflexões deles sobre esses acontecimentos no livro.

Gostei que é uma história bem atual e que reflete a vida de uma parte da população, que tem seus problemas mas também tem suas alegrias.

Minha parte preferida são os e-mails trocados entre a Eileen e a Alice! Acho que teria abandonado o livro se não tivesse isso, mas no fim cheguei a conclusão que valeu a pena ler ele, pq tem umas reflexões bem legais.

Talia.Moniz 16/04/2022

O melhor da Sally Rooney.
Sally Rooney é sempre um divisor de águas. Mas, ame ou odeie, ela é das escritoras mais marcantes da nossa geração, das escritoras que vão ser lembradas pela sua obra e a forma como narra de forma tão realista e desconfortável os relacionamentos humanos.

Nesse livro, na minha opinião, houve um grande amadurecimento por parte da escrita, que considero mais matura e mais desenvolvida. Os personagens são mais interessantes, mais maturos e "confiantes" e as suas histórias e pensamentos também. Ao ler o livro, você se sente obrigado a entrar na história, obrigado a pensar sobre religião, arte, capitalismo, aquecimento global, sexo, amizades, o cenário literário contemporâneo, etc. Sally Rooney nos oferece não só uma história, mas uma conversa, um diálogo a qual somos obrigados a participar e a ponderar sobre esse Belo Mundo. Acho que gostando ou não gostando é fundamental qualquer leitor da nossa geração parar e analisar a obra dela. É uma leitura que me foi muito estimulante, me obrigou a pensar e a sentir.

fleabookz 06/01/2022

Gostei mais desse livro do que "Pessoas Normais", consegui ter um pouco de apego pelos personagens, o que não aconteceu na outra obra dela. E ainda bem né, imagina ter a história focada em quatro personagens e não gostar de nenhum.
Primeiro preciso falar um pouco de cada pessoa para depois comentar num modo mais geral. A Sally Rooney é expert em escrever indivíduos com defeitos que pesam um pouco mais do que as qualidades, o que dificulta você ter certeza se gosta ou não deles e nessa história não é diferente. A Alice, é o principal exemplo disso, super entendo as dificuldades dela em se relacionar com as pessoas, mas ela me soou um pouco soberba e com um tom de superioridade, principalmente com o Felix. Já a Eileen é totalmente o oposto, parece que não tem autoestima nenhuma. Entretanto, as duas se assemelham muito quando se fala de dependência emocional, essa foi a impressão que tive, que elas se apoiam bastante no Felix e no Simon, esperando algum tipo de aprovação da parte deles.
Por outro lado, os homens parecem ter um pouco mais de autoestima. O Simon quer ser o paizão do rolê e cuidar de todo mundo, porém não deixa ninguém se preocupar com ele. O Felix é fifi e parece que não tem noção, porque fica falando coisas desagradáveis para o pessoal, não tem sensibilidade nenhuma. Queria ter conhecido um pouco mais dos personagens masculinos, porque me pareceu que eles estavam lá só para ser o suporte emocional e sexual das mulheres.
A autora sempre trás muitas reflexões e discussões interessantes ao decorrer do enredo sobre diversos assuntos sociais e políticos. Nesse tem um pouco sobre cristianismo, a fé religiosa no geral, marxismo, a beleza e tantas outras coisas. É uma característica que me faz gostar bastante da Sally.
As brigas que os personagens tiveram me deixaram com o olho quase saltando do rosto. Fiquei super "não briguem, crianças, façam as pazes". O pior de tudo é que todos os lados fizeram sentido para mim, eles todos são um pouco egoístas e não demonstram ter empatia um com o outro.
Torci bastante pelos casais e pelas cenas dos 4 juntos. Nesse quesito até que fiquei satisfeita, adorei as interações. O final me deixou contente. Não é uma leitura muito uau e que amei, porém é razoável.

@raycobalt 18/06/2023

?i?ll be back? ?don?t worry, i?ll be here?
Virei aquela pessoa que vou ler até a lista de compras da sally rooney e provavelmente vou achar incrível.

segundo livro que leio da autora e a escrita dela me pega toda vez. acho incrível como os sentimentos, diálogos, personagens e as situações dos livros são tão reais e naturais e como a autora faz você sentir tudo isso de uma forma que parece que você faz parte do enredo.
eu me sinto tão conectada com as histórias e personagens dela que chega um momento da história e parece que eu estou lendo sobre pessoas conhecidas.
é impossível pra mim, ler um livro da sally rooney e não me identificar com vários aspectos das personalidades dos personagens ou alguma coisa que eles estão vivendo e não foi diferente com esse aqui.

é aquele livro que ao mesmo tempo que não acontece nada, acontece tudo.

em alguns momentos do livro, principalmente nos emails trocados entre a eileen e a alice eu me sentia meio burra mas, os emails trazem ótimas reflexões sociais, familiares, políticas, de saúde mental?

simon e eileen são uns queridos. torci o livro inteiro pela felicidade desses dois.

alice e félix já são um caso diferente e eu nem diria de amor e ódio. em alguns momentos eu me pegava torcendo pelos dois e gostando da dinâmica estranha deles e conseguia entender os lados de cada um mas, logo em seguida a situação já era outra-

assim como pessoas normais, esse livro não foi feito para ser um romance em que os personagens são todos politicamente corretos.
é aquele livro que foi feito para você você olhar para os personagens e refletir sobre as atitudes que vemos todos os dias no mundo real e em pessoas reais.

é aquele livro que vou ficar pensando nele por um bom tempo e talvez eu até aumente minha nota e venha à gostar ainda mais dele depois de um tempo.

Julia 28/11/2021

Um dos temas mais característicos dos seus livros anteriores ainda se mantém no novo livro de Sally Rooney: o complexo da falta de comunicação decorrente de mentes solitárias, que buscam conforto e afeto nas pessoas mais inesperadas. No livro, temos quatro protagonistas com realidades diferentes, mas, que de certa forma, se encontram em meio ao seu caos decorrente da confusão interna comum.
Quem eu sou? Qual é o meu futuro? Qual é a minha função na Terra? Essas são três perguntas contemporâneas que parecem se repetir durante o enredo todo em meio às cenas diárias e às passagens cansativas das trocas de e-mails entre as duas melhores amigas. As respostas não são encontradas, tendo em vista que os personagens terminam a trama mais confusos sobre si do que quando começaram, todavia, pelo menos, vão, em passos lentos, expondo suas frustrações um com o outro, se abrindo e quebrando o primeiro obstáculo da falta de comunicação. Essa quebra constrói o diálogo de que todos estamos no mesmo barco e que não adianta guardar problemas para si, conversar é necessário para que o ato de viver não se torne um fardo, tal qual os protagonistas vivenciam.
Muitos podem criticar o excesso de passagens de sexo entre os relacionamentos, mas, veja bem, temos aqui três personagens passando por episódios de depressão (Simon, Eileen e Alice) e um que acabara de sair da mesma situação (Felix), lógico que a intimidade decorrente dos casais viria do desejo, ao passo que nenhum deles está pronto para lidar com seu passado, presente e, muito menos, sobre seu futuro. Consequentemente, se temos quatro pessoas que tentam ao máximo não se expor por meio de palavras, a vulnerabilidade transmitida nas passagens de sexo é o máximo que eles conseguem se abrir para o leitor sem a necessidade de diálogos desgastantes, os quais não só cansariam nós que lemos, mas também quebrariam a eles mesmos que buscam se salvar e não se afundar ainda mais quando estão juntos.
Outro aspecto é que temos quatro protagonistas se afogando em problemas pessoais, logo o volume da carga emocional pode desgastar o leitor e fazê-lo achar os personagens insuportáveis. Entretanto, a autora cansa de repetir de como eles mesmos também tem essa mesma mentalidade, fazendo com que todos ao seu redor acabem se afastando ao conhecer-los de maneira não tão mais superficial. Isso seja por meio dos relatos de relacionamentos amorosos anteriores fracassados, seja por conversas autodegradantes, em que eles mesmos se humilham de modo a reafirmar sua condição psíquica ?incurável? (isso é o que eles acham, não eu).
Sally Rooney repetiu aqui a mesma dinâmica de Normal People, mas sobre uma perspectiva mais madura do consciente de quatro adultos e não dois adolescentes. De maneira geral, uma leitura extremamente agradável e com a fluidez impressionante característica da autora. Não existe uma história mirabolante de fazer cair o queixo, o intuito é, puramente, de gerar uma reflexão introspectiva psicológica de que precisamos prestar mais atenção às pessoas ao nosso redor e que, de vez em quando, é mais do que necessário desacelerarmos, respirarmos fundo, e nos atentarmos com gratidão ao belo mundo onde vivemos, pois todos estamos juntos nessa grande missão da vida. :)

maria 15/03/2022

Perdi meu tempo
Confesso que esperava muito mais quando comecei a ler o livro, até porque a situação inicial me prendeu bastante e fiquei o livro inteiro esperando por uma conflito que não aconteceu?até porque NADA aconteceu nesse livro.

Li ?Pessoas Normais? em janeiro desse ano e AMEI a escrita da Sally Rooney, me apaixonando pela autora que fiquei com vontade de ler outras obras da mesma.

Não há um plot bom nesse livro, não há uma profundidade nas situações apresentadas durante a história.

Mas, na minha opinião, o principal problema foram os personagens principais. Nenhum dos personagens tem um carisma ou características que te atraiam porque eles são exatamente aqueles tipos de pessoa que você quer longe. Claro, você se identifica com alguns problemas nas vidas deles, mas são pessoas detestáveis no geral.

O Felix é um dos personagens mais chatos que eu já conheci e deixo explícito meu ódio por ele aqui. Amava a Alice no começo e terminei achando ela chatinha, assim como a Eileen. O Simon se justificava a cada segundo, além de ter um complexo de superioridade fora do comum.

As únicas partes que eu realmente me empolgava para ler eram os e-mails que elas trocavam, mas depois a Sally tirou eles por vários capítulos e tornou os mesmos capítulos IMENSOS, com até 28 páginas em um deles.

Me decepcionei bastante e espero que ?Conversas entre amigos? seja melhor que esse.