Jacqueline 19/09/2021Quase foi, mas não foi.Esse livro fez eu me sentir como se eu estivesse assistindo da arquibancada o jogo do meu time de futebol onde a torcida começa animada, no primeiro gol do adversário a gente murcha, mas nosso time rouba a bola e o coração acelera junto com as pernas do jogador cruzando o campo, ele chuta...e erra.
Todavia, vamos do começo. Após um acidente de moto que mata o pai de Flynn na infância e deixa o rosto dele desfigurado, ele cresce revoltado e solitário, arquitetando um plano que mudará sua vida.
O começo dessa história consegue deixar o leitor ávido por mais, querendo saber até onde a loucura do personagem vai, mas quando ele se apaixona por Aisha parece que era o que ele finalmente estava precisando para que sua vida desse uma guinada. A narrativa fica nesse romancezinho água com açúcar tanto tempo que nem me fez perceber as reais intenções por trás, mesmo sendo parecida com os documentários que assisto sobre serial killers.
É nos 75% que o grande plot twist aparece, me fazendo dar um salto do sofá e gritar que finalmente tinha alguma ação, mas alegria de leitor dura pouco após o encontro de Flynn e do detetive. O personagem principal claramente apresenta comportamento psicopático causados pelo trauma na infância, tais características não aparecem em testes psicológicos comuns, por isso é tão difícil de identificar essas pessoas até que cometam algum crime (coisa que a maioria não chega a fazer). A atitude do policial frente ao rapaz é antiética e irrelevante para o caso, além de ser tratado pelos colegas como um cara fodão por já ter feito coisas parecidas com outros prisioneiros. Essa parte matou todo o restante da nota que eu tinha para esse livro. Me lembrou Laranja Mecânica onde o "mocinho" pode fazer o que quiser com o "vilão" porque ele é o "vilão" e os fins justificam os meios, mas em Faces da Paixão não teve fins o suficiente que justificassem a ação do detetive, podendo só ser interpretada como "ele queria e podia fazer aquilo então fez, livre de consequências".
Apesar de tudo isso, a reviravolta que dá na vida de Aisha foi bacana depois de tudo o que ela passou.
Muito bom, nota 5/10.