Luiza Helena (@balaiodebabados) 25/06/2021Originalmente postada em www.instagram.com/balaiodebabadosSusan Não Quer Saber do Amor foi o livro do intrínsecos de junho. Ele mal chegou por aqui e parti para a leitura.
Susan é bastante pragmática, controladora, mandona e está acostumada a ter tudo do seu jeito. De repente, ela se vê grávida aos 45 anos, a mãe falece e deixa a casa para o seu irmão inútil. E com esse turbilhão de mudanças em sua vida, ela vai perceber que há coisas que estão fora do nosso alcance.
Susan Mary Green tinha tudo para ser uma protagonista que me faria passar raiva. Chata, prepotente, ranzinza e sempre se achando dona da verdade, a real é que eu me diverti horrores com a personalidade da protagonista. Algumas de suas declarações beiravam o absurdo e isso fazia com que fosse mais hilária.
Ao longo da história vamos conhecendo melhor Susan e vendo sua transformação.Com certeza o relacionamento com sua família foi o maior influenciador do modo que vive e na sua personalidade. Uma baita revelação na reta final é a cereja do bolo e a peça-chave que explica muita coisa. Um ponto que destaco é o fato que, mesmo sendo do jeito que é, Susan não joga suas frustrações e nem desconta sua raiva nas pessoas ao seu redor. Até porque quanto menos contato com pessoas, pra ela melhor.
Os personagens secundários são bem divertidos e bem trabalhados. Bem todos são divertidos, exceto o inútil do Edward, irmão dela. Tamanho marmanjo daquele e com uma personalidade de criança de cinco anos (não é muito diferente de vários homens que encontramos por aí). Certo que, no momento que importava, ele fez o mínimo que foi ajudar Susan, mas ainda assim esse sim foi um personagem que concentrei todo meu ódio e ranço.
Quanto aos outros, eu adorei a tia Sylvie e sua personalidade de rica pomposa e um tanto avoada. Kate (vizinha de Susan) é aquela amizade feminina que a mulher precisava na vida e não sabia. Até Rob (amigo de Rob), um cara que consegue ver a Susan que se esconde por baixo de alguns espinhos.
Porém, pra mim o auge era a relação quase negocial entre Susan e seu ex-amante de longa data (mais precisamente doze anos de encontros casuais e sem muito compromisso) pai do seu bebê, Richard. Eles conversando sobre o futuro da criança era quase uma transação negocial de tão fria e direta que chega a ser engraçado.
Você pode até começar o livro odiando Susan, mas aos poucos seu jeito ranzinza e chato vai te conquistando, assim como ela conquistou algumas pessoas ao seu redor. Certo que uma certa situação na reta final pareceu um tanto apresssada, mas eu achei tão Susan que nem me importei.
Susan tem uma coleção de cactos (inclusive o título original é The Cactus). De certo que essa coleção não tem muito foco na história, mas sabendo o que sei sobre cacto, eu entendi a ligação com a personagem e o motivo que ela gosta tanto dessa planta. Inclusive, depois de ler a história, o título em português faz bastante sentido.
O livro já teve seus direitos de adaptação comprados pela produtora da Reese Witherspoon (inclusive o livro já foi de leitura de seu clube) junto com a Netflix.
site:
https://www.instagram.com/p/CQhGqk5NHon/