Binti

Binti Nnedi Okorafor




Resenhas - Binti


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Alan (@coracaodeleitor) 05/07/2021

Olá literáriooooos!

Vocês sabem o quanto eu amo livros com propostas originais não é? E hoje vamos falar do incrível ?Binti?, um livro afrofuturista que ganhou meu coração e tem tudo pra te conquistar também.

Binti vive num mundo futurístico e ela acabou de ser selecionada na Universidade de Oomza, onde apenas 5% de humanos é aprovado, levando em consideração toda a galáxia. Porém sua família não aceita e não quer que ela vá.

Binti, que nunca havia saído de sua cidade, decide então fugir para viver seu sonho. Enfrentando todo um universo completamente novo para ela.

Porém nesse seu novo caminho ela irá acabar no meio de uma guerra interplanetária que irá requerer que ela una os conhecimentos de seu povo com o conhecimento adquirido. Ao longo da viagem o transporte em que está é atacado por uma raça alienígena chamada de Medusas.

Porém Binti é a única sobrevivente pois ela tem um item que lhe dá proteção contra as Medusas e nesse caminho ela terá que criar um plano para salvar a si e a todos que as Medusas querem destruir.

O livro é na verdade três novelas que foram unidas aqui. E se trata de um afrofuturismo com um linda representatividade do povo Himba.

Além de ser um livro super premiado, acho que a criatividade e originalidade aqui é o ponto forte. Não se preocupe, pois não é aquela ficção científica onde você fica perdido. Aqui a história é linear e concisa.

Acho que a cultura africana aqui tem um papel de nos encantar e nos apaixonar. Pois a cada página ficamos curiosos para saber mais. Foi uma leitura muito incrível e recomendo demais.
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Nathy @peculiareslivros 09/04/2023

Gostei
A começar gostaria de dizer que talvez eu seja uma pessoa de calhamaços, porque infelizmente senti que em 400 páginas a autora não conseguiu explicar tanto do universo (ou eu não peguei direito algumas coisas) e nem trabalhar tanto as personagens e as relações entre elas. Gostaria muito que tivessem tido mais páginas!

Ainda assim, em geral eu realmente achei um livro muito bom, que traz bastante das raizes africanas da autora, com tradições belíssimas e inteligência impressionante, mas que ao mesmo tempo também mantiveram um povo cego a diversos fatores, abrigando preconceitos que não tinham mais espaço ali. Fiquei muito feliz na forma como a autora tratou disso e também com o amadurecimento de Binti, que passou por muita coisa e soube trabalhar tanto sozinha quanto acompanhada, o que achei ótimo!

As cenas de ação foram realmente intensas e achei a escrita da autora muito fluida! Além disso, ESSA CAPAAAAA! Sensacional!

Recomendo a todes que queiram ler livros protagonizados e escritos por pessoas pretas e aos fãs de ficção científica com protagonista young adult.

site: https://www.instagram.com/p/CV-pUm0rB1p/?igshid=MDJmNzVkMjY=
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Janaina 14/01/2022

Uma ? com raízes fortes ri das tempestades
Mais uma vez, a ficção científica me mostra que os livros desse gênero são sobre tudo, menos sobre os alienígenas e outros planetas. Essas coisas só estão ali como pano de fundo. Binti é um livro sobre pertencimento, (auto)aceitação, família biológica e família estendida, diversidade, ecologia e mto mais. Excelente leitura.
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beatriz.marina. 14/07/2021

Prometia muito, mas acabou se perdendo
Eu terminei esse livro ontem e até agora não sei bem o que acho da trama. Nnedi Okorafor criou um mundo incrível, com várias camadas e personagens únicos. Porém, esse mundo incrível é restrito ao olhar da protagonista e seus personagens são todos apresentados como preconceituosos para com a protagonista Binti.

Durante a leitura esse preconceito exagerado me incomodou bastante. Poxa, em uma faculdade em que seres são vinculados a plantas, naves e os mais diversos animais; cujas características físicas possuem os mais diversos formatos e tamanhos, o creme utilizado pela protagonista, sua cor de pele e seu cabelo são tidos como "diferentes". Isso é meio desconexo quando sua diretora é um fantasma que ocasionalmente desaparece enquanto fala e sua professora é um louva-deus de 2 metros de altura.

Enfim, acho isso até fácil de perdoar durante a narrativa fluida, mas é impossível ignorar como a protagonista é um grande deus ex-machina nesse livro. Ela começa como uma simples garota humana e evolui para um ser de 3-4 espécies ao longo da trama, além de se tornar a porta voz de uma guerra, ter mil e um poderes nunca desenvolvidos, ter habilidades de comunicação alienígena e por aí vai... Acho que esse é o problema dos livros: os excessos!

Sem eles, a obra teria delicadeza ao falar sobre as diferentes espécies e sua forma de vida; teria mais realismo ao tratar o racismo; teria mais força ao debater uma guerra centenária, cuja razão a muito se perdeu.

Sem dúvida, Binti merece a sua leitura e, se você for capaz de ignorar os generalismos e excessos, com certeza vai ter uma leitura fluída e cenas de muita ação.
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Bia 14/12/2021

Ler Binti foi uma experiência inovadora. A autora é bem criativa e a construção de universo dela é original e bem estruturada.

Meu problema com o livro foi que, até o último volume, eu não senti muita emoção lendo, achei a escrita talvez um pouco superficial? mas acho que é mais o estilo da autora, que não me agradou tanto.

Pra mim o que compensou foram mais ou menos as 100 últimas páginas, que pareceu que, tudo que eu não senti no resto do livro, eu senti nesses acontecimentos finais. Eles foram impactantes e as reviravoltas me deixaram muito empolgada com a leitura, e o final foi bonito e tocante.

Binti é uma personagem forte, incrível e marcante, e também gostei bastante dos outros personagens (destaque ao Okwu), porém gostaria que eles tivessem um melhor desenvolvimento e aprofundamento, pois sinto que não conhecemos tanto eles.

Gostei de aprender sobre os himba e achei muito legal como a autora trabalhou toda essa questão de valores, tradições e pertencimento. Foi muito interessante acompanhar a Binti, não só em sua aventura espacial, mas também em seus conflitos pessoais, ao ter que lidar com tantas mudanças em si mesma. Acho que essa leitura também foi um aprendizado.

Por mais que eu tenha achado a maior parte do livro meio entediante, foi um livro bom. Trata de muitos assuntos importantes, e é uma história criativa, profunda e marcante.
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Ley 28/08/2021

Um aprendizado sobre culturas e raízes
Binti, da mesma autora de Bruxa Akata, é uma trilogia com livros curtos lançados no Brasil em uma única edição. Em uma olhada rápida, o livro tem um tamanho mediano, portanto o fato de conter três livros completos ali pode gerar uma certa dúvida. Mas a vantagem é que são leituras rápidas que podem ser feitas de uma vez, sem esperar pelo lançamento das demais.

Binti também é o nome da protagonista, uma personagem com uma iniciativa inicial de correr atrás de seus sonhos se mudando para a melhor universidade da galáxia. Os livros se passam em um futuro distante, com uma ficção científica relativamente fácil de entender.

É comum estranhar o universo de início devido a abrangência dele. Mesmo tendo um ponto de partida na Terra, os termos que conhecemos são diferentes, mas principalmente, temos um grande choque cultural graças à narrativa da protagonista.

Binti vem da tribo Himba, com costumes únicos, e contribuições para a comunicação na Terra, entre outras questões. Binti também leva o título de mestre harmonizadora, com o maior domínio em matemática, herdado pela mãe. A personagem tem um domínio incrível de fórmulas, pensamentos rápidos, visão ampla, e ideias de futuros melhores.

O destino de Binti sofre uma reviravolta logo quando tenta sair de seu planeta para viajar para a universidade de destino. Na nave, durante o trajeto, ela e os demais estudantes são atacados por medusas, criaturas que têm uma rivalidade com os humanos, levando o grupo a sofrer devido a isso. Por questões inicialmente desconhecidas, Binti é a única sobrevivente, selando seu destino permanentemente para com as medusas.

O ataque inicial molda completamente a protagonista, deixando marcas notadas até o último volume, dando um ponto de partida chocante na narrativa. A jornada da protagonista é dividida com Okwu, uma medusa por quem se conectou durante a tragédia, e que agora começam uma relação de amizade e companheirismo.

Apesar de medusas terem um passado de rivalidade com humanos, Binti não necessariamente entra nesse meio, por pertencer a uma tribo que se difere em vários termos dos demais humanos. O mundo futurístico é uma visão e tanto, que deixa o leitor vislumbrado pela tecnologia, entre outros motivos, mesmo tendo alguns trechos mais densos.

Há uma explosão cultural que podemos aprender, sendo uma grande lição apresentada por meio da jornada de Binti. O primeiro volume resume-se na primeira mudança da protagonista, sendo o menor dos livros. Já no segundo volume, é onde aprendemos sobre suas raízes com uma profundidade que até então Binti havia apenas mencionado. É importante falarmos de cultura, entendermos o que cada uma representa, mostrando suas heranças e muito mais. Binti tem um excelente crescimento como personagem, mas esse progresso é superior se tratando de resgatar suas raízes.

A leitura trata tanto sobre conhecer a fundo as heranças da protagonista, como o preconceito enraizado entre elas, exemplificando a diminuição de outros povos resumindo-se pela inferioridade de como uns consideram-se outros. Nesta passagem cheia de aprendizado, Binti sofre para lutar por uma paz entre povos, respeito e o seu próprio lugar no mundo.

Binti é uma personagem que tenta de tudo para que haja paz, mas sofre no percurso, tendo um processo de autoconhecimento enorme. Outros pontos são amplamente discutidos, especialmente como ela lidará com os traumas vividos ao longo da história.

As histórias têm uma linguagem mais juvenil, reservado tanto para o público jovem, mas pode ser apreciado pelos demais. Contudo, algumas partes das histórias possuem violência e descrições sensíveis que podem deixar o leitor desconfortável. A narrativa tem pontos mais suaves, como um breve romance.

No terceiro e último livro, sendo o maior deles, a autora reserva a tensão para o final, com a promessa de guerras iminentes. Um ponto curioso é que por mais que haja uma tensão entre as medusas e humanos, o livro enfatiza mais a evolução de Binti no meio de toda essa rivalidade do que a própria guerra em si.

O livro tem muita representatividade, com personagens não-brancos, lições que podem ser aplicadas em nossas vidas, e muita pauta sobre preconceito. As maiores lições estão reservadas sobre as culturas abordadas. Foi uma boa leitura, tensa em vários momentos, e meu primeiro contato sobre o africanoculturismo, um subgênero criado pela própria autora. Me senti perdida pelo universo mais expandido, mas essa sensação logo passou. O desfecho também deixa algumas pontas soltas com acontecimentos que podem deixar o leitor curioso, como o fato da autora dar importância a eles em certos momentos e depois não mencioná-los mais. Por fim, foram leituras rápidas e muito proveitosas.


site: https://www.imersaoliteraria.com.br/2021/08/resenha-trilogia-binti.html
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bia0:0 11/01/2024

Uma experiência inesperada
Olá, estou de volta. Bom, escolhi lê esse livro porque já tinha lido um dessa mesma autora anteriormente e gostei bastante. Pena que a experiência aqui tenha sido um pouco diferente...
Binti é um livro afro futuristico onde acompanhamos a vida de Binti, uma garota himba fera em matemática e que foi aceita na maior faculdade do universo, porém não tem o apoio de sua família para embarcar nessa jornada. Mas, mesmo sem apoio, ela vai da mesma forma e acaba passando por acontecimentos um tanto inesperados.
Com essa premissa, Nnedi Okorafor trouxe vários elementos da cultura africana que se mesclam com os acontecimentos da vida da personagem, o que me encanta sempre. Porém, com esse livro, acho que ela trouxe muitos acontecimentos pra vida de Binti mas que, na verdade, nenhum foi bem explorado. Binti era coisas demais mas na verdade não era nada real, porque nada do que ela se tornou ficou muito claro pra mim.
Achei o livro confuso e, na maioria das vezes, não entendi o que tava acontecendo e tive que reler alguns trechos várias vezes até entender.
Já falando sobre os personagens, eu amei a Binti e os demais!! Adorei a complexidade dos pensamentos de Binti e como ela percebeu a real aos poucos. Confesso que chorei com a cena que ocorreu após a guerra(pra depois tudo ficar bem novamente?).
A escrita, sem ser na narração dos acontecimentos inesperados, são excelentes e me deixou imersa na história por um bom tempo.
Sobre o final, achei-o bem jogado pra falar a verdade. Não pareceu um final pra mim mas eu tenho problema com finais de livros então talvez esse ponto não seja tão relevante.
No demais, eu recomendo super!! Nnedi tem uma escrita um tanto singular e deveria ter mais reconhecimento do que o que já tem. Até a próxima?
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Fabi | @almadeanaibaf 14/11/2021

Uau, que livro!
Binti é diferente de tudo que já li. Mistura povos tradicionais, tecnologia alienígena, matemática, conexões, empoderamento, diversidade e viagens espaciais.

No primeiro livro conhecemos um pouco de Binti, uma jovem himba, mestre harmonizadora, que possui uma relação intensa com as correntes matemáticas.

Ela acaba de conseguir uma vaga na UniOomza, uma renomada universidade. Mas, o que é motivo de orgulho para ela, causa um verdadeiro alvoroço em sua comunidade, já que nenhum himba ousou sair da Terra antes.

Em busca dos seus sonhos, Binti embarca nessa viagem. O que ela não sabia é que seria a única aluna sobrevivente de sua nave e que teria sua vida completamente modificada.

No livro dois, acompanhamos como Binti tenta lidar com sua nova condição enquanto faz terapia, amizades e conhece mais sobre si mesma na UniOomza, com seu novo amigo e companheiro medusa, Okwu.

Sentindo-se maculada e confusa com sua nova conexão com as medusas, Binti solicita autorização para passar as férias em casa. Okwu e ela, os embaixadores da paz, chegam a Terra e precisam lidar com a animosidade khoush.

Mas ao invés de passar pelo processo de peregrinação que a tornaria uma mulher para seu povo, o que Binti imagina que a reconectaria com suas raízes, ela é levada pelo Povo do Deserto para uma jornada ainda mais íntima.

No terceiro livro, enquanto tenta compreender mais sobre sua família, seu povo e si mesma, a jovem percebe que tem algo de muito errado acontecendo em sua aldeia. Com a ajuda de seu novo parceiro enyi zinariya, Mwinyi, Binti vai tentar aplacar uma guerra milenar para salvar seu povo.

Parece confuso, e às vezes, é mesmo. Mas juro que é uma confusão boa. Leitura fluída, intensa e até emocionante, que vale muito a pena conferir! Só tirei meia estrela pois gostaria de ter um pouco mais de informações no final. Ainda não estava pronta para me despedir dessa história maravilhosa.
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Gramatura Alta 31/05/2021

http://gramaturaalta.com.br/2021/05/31/binti-trilogia-completa/
Seu nome é Binti, e ela é a primeira de seu povo a ser aceita pela Universidade de Oomza, a instituição superior mais prestigiada da galáxia. Sua aptidão em matemática e habilidade com astrolábios fazem dela a candidata perfeita para empreender esse desafio interestelar. É, realmente, uma oportunidade imperdível. Mas se decidir partir para explorar as estrelas, passará a viver entre estranhos, pessoas que desconhecem completamente as tradições e os costumes himba – e, principalmente, desistirá de seu lugar entre a família. Mas isso não é tudo: o mundo que deseja entrar está há muito tempo infestado por Medusas – uma raça alienígena que se tornou seu maior pesadelo. A Universidade de Oomza desonrou as criaturas de uma forma inacreditável, e a viagem estelar de Binti a deixará ao alcance da rainha Medusa.


BINTI é uma trilogia de afrofuturismo que ganhou os principais prêmios da literatura de ficção-científica, como os prêmios Hugo, Nebula, BSFA, Fantasy, Locus e Nommo. Escrever apenas sobre a história do livro pode ser pouco para o tamanho de sua importância. É necessário uma introdução, mesmo que breve, para todos compreenderem a dimensão do gênero. Entende-se que o afrofuturismo teve seu primeiro representante em 1952, com o lançamento do livro INVISIBLE MAN, de Ralph Ellison, que está na lista dos 100 melhores romances de todos os tempos. Nessa obra, o personagem principal é um afro-americano, cuja cor lhe dá invisibilidade. A história aborda temas sociais e culturais que a comunidade negra enfrenta até hoje, nos Estados Unidos e em muitas outras partes do mundo, principalmente no Brasil.

Embora o gênero tenha sido iniciado nos anos de 1950, foi apenas em 1994 que o crítico cultural Mark Dery publicou um ensaio, intitulado BLACK TO THE FUTURE, que descreve as características artísticas, científicas, espirituais e culturais que pareciam comuns na ficção-científica, e nomeou esse fenômeno de afrofuturismo. Após essa publicação, muitos outros estudiosos expandiram as ideias plantadas por Dery. Temos alguns exemplos modernos do gênero, como Beyoncé e Rihanna, na música, e PANTERA NEGRA, no cinema e quadrinhos.

Ainda no campo da literatura, temos outros grandes autores, como Steve Barnes, Nancy Farmer, N. K. Jemisin, Nalo Hopkinson, Colson Whitehead, além, claro, das amadas e admiradas, Octavia Butler e Nnedi Okorafor. No Brasil, o gênero está representado pelo autor Fábio Kabral, com O CAÇADOR CIBERNÉTICO DA RUA 13 e A CIENTISTA GUERREIRA DO FACÃO FURIOSO, que você encontra facilmente na maioria das livrarias.

BINTI é a obra mais conhecida de Okorafor e também a mais premiada. Na história, Binti, a personagem principal, nasceu como Himba, um povo que realmente existe no norte da Namíbia, ao sul de Angola, e que segue tradições seculares e rígidas na forma de pensar e viver. As mulheres himbas cobrem sua pele e seus cabelos com a otjize, uma mistura cosmética de gordura de manteiga com pigmento ocre, de argila e areia. Essa tradição é explicada em BINTI, mesmo a história sendo no futuro, quando o espaço não é mais um lugar sem vida e nem a Terra é o único planeta habitado.

Binti é uma harmonizadora matemática, alguém que consegue pensar e se expressar através dos números, e essa capacidade exata, permite que ela encontre pontos comuns em disputas. Para Binti entrar na Universidade Oomza, ela precisa fugir e abandonar parte de suas tradições, o que a tornará uma pária dentro de seu povo e irá envergonhar sua família. A história começa com a fuga de Binti e sua viagem para Oomza, quando a nave de transporte, já no espaço profundo, é atacada pelas Medusas, um povo parecido com águas-vivas que travam uma guerra contra os Khoush, um outro grupo étnico, só que de pele branca, que consideram os himbas como inferiores.

As Medusas matam todos na nave de Binti, menos ela. Isso porque Binti carrega o edan, um objeto misterioso que Binti encontrou no deserto, perto de onde morava. O edan é mortal para as Medusas, mas também permite que Binti consiga se comunicar com elas e vice-versa. Outra coisa que descobre é que seu otjize tem propriedades curativas quando aplicado nos tentáculos das Medusas. Como as Medusas não têm como matar Binti, elas prosseguem com o plano de usar a nave para invadir a Universidade Oomza. Na viagem, Binti cria um vínculo com Okwu, o mais jovem e teimoso soldado das Medusas, e fica sabendo do motivo do ataque: na universidade, está um objeto roubado pelos Khoush, muito importante para as Medusas. Binti consegue negociar uma trégua provisória com as Medusas para não matarem mais ninguém e resgatarem o tal objeto. Mas para isso, como forma de compromisso, Binti sofre uma transformação física que a liga a Okwu e às Medusas.

BINTI é uma trilogia e o enredo acima é o início da primeira novela, uma vez que cada livro tem pouco mais de cem páginas. A Record reuniu, sabiamente, as três obras em um único volume, então você poderá ler tudo em sequência. O segundo livro, ou a segunda parte nesta edição brasileira, tem o título de “Binti: Lar” e narra o retorno de Binti a seu povo e sua família na companhia de Okwu. Acompanhamos as consequências de suas decisões e o preconceito da família e dos outros himbas contra Okwu, não apenas por ter sido um inimigo, mas por sua aparência e cultura. E no terceiro livro, “Binti: O Mascarado da Noite“, conhecemos as raízes dos antepassados de Binti e o maior desafio de sua vida, a tentativa de pacificar as Medusas e os Khoush para acabar de vez com a guerra. A minha leitura se deu através de uma edição não finalizada da editora, então talvez existam diferenças com a versão que será vendida nas livrarias.

BINTI, além de ser um puro representante do afrofuturismo, é um romance de formação. Binti começa como uma adolescente de 16 anos e termina como uma mulher forte, dona de seu destino, que é transformada fisicamente em alguém que vai além da humanidade. Binti demonstra como é possível lutar pelos sonhos, sem abandonar os costumes ou a família. Por grande parte da história, Binti se sente culpada pela decisão que tomou de ingressar na universidade. Ela pensa que sua família irá sofrer por conta disso. E a família realmente cobra dela de forma dura. Mas, aos poucos, conforme cresce e amadurece, Binti compreende que sua família e seu povo não depende dela para continuar, que a cobrança que fazem é por seguirem uma tradição de forma cega, de forma egoísta e intransigente. E o segundo livro exemplifica isso de forma perfeita, quando Binti conhece sua avó e outros idosos detentores de grandes conhecimentos, e que demonstram que as tradições servem de orientação, mas não são dogmas, leis imutáveis, mas orientações de comportamento, respeito, lealdade.

Okorafor transmite sua mensagem de harmonia entre diferentes raças e grupos étnicos de forma bem clara, mas nem por isso deixa de demonstrar que entre pessoas bem intencionadas, sempre existem as contrárias. Não espere terminar a leitura de BINTI com a solução pacífica para todos os problemas ou de todos os conflitos. Aliás, o final da trilogia deixa um gosto amargo por várias páginas e traz uma reviravolta que comprova que nada é concluído sem sacrifícios.

Como resumo, BINTI é um livro impactante, com uma personagem impossível de não se apaixonar e admirar. É uma ficção-científica raiz, somada a uma cultura africana vasta e muito rica. A capa reproduz todo o poder que você irá encontrar no miolo. Uma leitura obrigatória que ajudará você a ver o mundo como uma pessoa melhor. Não deixe essa chance passar.

site: http://gramaturaalta.com.br/2021/05/31/binti-trilogia-completa/
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Daniel Felipe 21/07/2021

Um dos livros mais tenebrosamente chatos que já li em minha vida.
Binti chora 81 vezes no livro.
Sim eu contei (obrigado busca de palavras do Kindle).
Ok, ela passou por um trauma. Viu amigos morrerem. Mas realmente é necessário escrever que ela chorou, pra no proximo paragrafo ela chorar novamente, e no seguinte ela ter lágrimas nos olhos, e o no outro ela lembrar e chorar novamente?
Essa história ter ganho um Hugo e um Nebula me deixa completamente confuso.
É um livro fraco como Sci-Fi, fraco como fantasia. Sem pé nem cabeça: Não tem pé no chão em nenhum momento, não tem cabeça pra nada mais que uma história sem sentido nenhum.
Que perda de tempo...
beatriz.marina. 21/07/2021minha estante
AI MEU DEUS, finalmente alguém que vê que esse livro é uma embromação sem fim!!


Dessa 01/09/2021minha estante
caramba!!! Esse livro está na minha fila mas depois do que vc escreveu vou pensar seriamente se vou ler!! Odeio personagens dramáticos demais!




Rodolfo Vilar 28/10/2021

Binti Ekeopara Zuzu Dambu Kaipka de Namibe, esse é o nome de nossa personagem principal, uma nativa da terra de Himba que decide quebrar o ciclo de tradições impostas pelo seu povo e desbravar o universo em busca de conhecimento, conhecer a si mesmo, independências e com isso se deparar com aventuras.
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Binti não quer casar como as demais meninas de sua tribo, não quer seguir o legado que as mulheres são propostas a cumprir, um destino que não há possibilidades, apenas as incumbências traçadas e fechadas de seu destino. Porém, com sua inteligência e seu dom de ser paficificadora, Binti consegue uma vaga na maior universidade do espaço, a Oomza, e com isso uma nova possibilidade de oportunidades se abre, porém como sempre, carregado de consequências. Uma delas, abandonar sua família. O que Binti não sabia é que essa sua viagem iria ser tão perigosa a ponto de colocar a sua vida em risco.
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Não pense que você irá ler um livro apenas com temática nativa sobre uma menina indo contra o seu destino, porque em Binti, a autora Nnedi Okorafor consegue mesclar a temática futurística das viagens intergalácticas com as tradições nativas de uma tribo chamada Himba. Em meio a narrativa ficcional conhecemos os costumes de um povo diferente, o legado carregado por um menina que tenta desbravar o futuro e aquilo que é diferente, tudo em meio ao sentimento de aceitação e de conhecer a si mesmo. Nnedi transforma sua narrativa numa metáfora para os nossos dias atuais, refletindo sobre passado e futuro, tempo e espaço, numa aventura bem diferente do que jamais vimos. Para os fãs de ficção científica, é um prato cheio para aqueles que querem desbravar um novo mundo, tudo construído com uma narrativa íntima e transformadora, carregada de significados.
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Kaue Garcia 10/07/2021

Fantasia Espacial
Minha primeira fantasia espacial, um livro único que contempla os 3 volumes que fazem parte da trilogia BINTI, como a sinopse do livro já apresenta, a protagonista aqui é uma grande guerreira, harmonizadora, forte, muito ligada a sua família e a cultura de seu povo... impossível não ser conquistado por ela, a leitura te faz abrir os olhos, enxergar a importância da diferença, do respeito por diferentes culturas e dos problemas que trazem os preconceitos para a vida em sociedade. Enfim, uma fantasia que agrega com certeza!
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Naraiane.Martins 14/10/2021

RESENHA - Binti | @aquarelandosonhos
Binti é a primeira de seu povo a ser aprovada pela Universidade de Oomza, a melhor instituição de ensino da galáxia. Suas altas habilidades e inclinação em matemática, fazem dela a candidata perfeita. Mas se Binti aceitar a oportunidade, deverá partir para explorar as estrelas, passará a viver entre pessoas que não entendem os costumes e as tradições do seu povo, os himba, e principalmente, precisará deixar sua família para trás.

Todo conhecimento tem um preço, e a jovem está disposta a pagar. Porém sua jornada não será simples. O mundo que Binti aspira conhecer, está dominado por Medusas, uma raça alienígena. A viagem espacial de Binti a deixará ao alcance da rainha Medusa. Se a garota quiser sobreviver, precisará unir os dons e a sabedoria de seu povo e os decanos da Universidade, mas primeiro Binti precisa chegar viva ao planeta.

Comecei a leitura de Binti sabendo pouquíssimo da história, por ser sci fi queria conhecer o enredo aos poucos, para me ambientar melhor no universo. Confesso que o início da leitura foi confuso para mim, pois a história já começa com algumas reviravoltas. Também não consegui estabelecer grandes conexões com os personagens, mas mesmo assim, vale destacar que a Binti é uma personagem forte, ela passa por diversos traumas durante sua jornada, mas tem um crescimento e um amadurecimento bem evidente.

A construção do universo e dos elementos tecnológicos é bem interessante, vale destacar que, mesmo não estabelecendo uma conexão com os personagens quis continuar a leitura, pois a narrativa me envolveu. Mas, os últimos capítulos não me agradaram tanto, tiveram muitas coisas em excesso, gostaria que tivesse sido mais ágil.

No skoob a nota 3,0 é classificada como "bom" e pra mim essa é a melhor definição para Binti, o universo é incrível mas algumas coisas não me agradaram tanto. Mesmo assim, é uma história que vale a pena conhecer se você gosta de sci fi.
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spoiler visualizar
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Ana Vidal 06/09/2021

Binti
É uma trilogia Boa. O assunto sobre a diversidade e de como as mudanças em nós podem impactar todos é interessante. Porém achei que a história ficou muito corrida e confusa em algumas partes.
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