Queimando livros

Queimando livros Richard Ovenden




Resenhas -


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Davi.Paiva 19/01/2024

Não deixem de ler!
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A queima de um produto em espaço público é muito mais que um ato de destruição do objeto em si. Ele também é um símbolo de que tal item deve ser extirpado da sociedade e que a mesma pode viver sem ele. No Japão, queimar a placa de um dojo significava dar fim ao estilo de esgrima que era ensinado naquele local. A queima de sutiãs (que não foi uma queima propriamente dita) foi uma forma de dizer que a sociedade poderia abdicar de itens que tornavam padrão a beleza feminina. Entre outros.

Como escritor e leitor assíduo, a queima de livros me choca. Escrever é o que nos faz humanos. Um cão no Brasil do século XXI não tem como saber como viveu um cão na China no século IV a.C., por exemplo. Já um ser humano tem como saber como viveram ou sonharam pessoas em diferentes lugares e épocas por conta da escrita. E queimar um livro, a meu ver, significa privar a humanidade desse conhecimento ou sonho (quando falo de sonho, me refiro a qualquer obra fictícia por mais que muitas tenham ótimas ligações com a realidade).

A queima de livros era algo que só conheci em dois momentos: quando estudei História e vi informações sobre a Biblioteca de Alexandria e também quando vi "Indiana Jones e a Última Cruzada", na qual há uma cena de uma queima de livros que deixa Indiana e seu pai chocados (e aquela cena é baseada em fatos reais). E antes da leitura de "Queimando Livros", um artigo da Wikipédia sobre a prática supria as minhas necessidades.

Depois da leitura, tudo mudou.

Não só vi as duas queimas que já sabia como também vi muitas outras nos EUA, Europa e Oriente Médio (embora o autor pincele algumas na África. Fiquei curioso para saber se houve queimas na América Latina, Oceania e Ásia). Tudo de forma linear e bem contextualizada, com a visão de quem queima como também de quem perde (se bem que se pararmos para pensar, ambos os lados perdem. Imaginem se um livro tão influente como "O Diário de Anne Frank" fosse queimado até perdermos o último exemplar).

Só não dei nota 5 de 5 por alguns detalhes e por colocar documentos na mesma categoria de livros. Nada contra. Sei que muitos livros são escritos com base em pesquisa documentada. No entanto, ainda creio que a destruição de documentos e arquivos poderiam ser colocados em outro livro que não fosse um chamado "Queimando Livros".

Se gostam de História, se valorizam o hábito da leitura ou se repudiam a destruição de livros e procuram algum levantamento de como este ato bárbaro foi sendo executado no decorrer das eras em diferentes lugares, não deixem de ler esta obra.

Recomendo!
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Vitoria 06/04/2023

Se enxerguei mais, foi por ficar nos ombros de gigantes
Richard Ovenden perpassa diversos contextos históricos desde a Biblioteca de Alexandria, tábuas na Mesopotâmia, perseguição do partido nazista aos judeus até a Segunda Guerra do Golfo e a crise humanitária decorrente do Governo de Saddam Hussein. Em todas as situações sempre evidenciando a importância de documentos nacionais, ou apresentando maneiras que os indivíduos lutaram para manter o conhecimento à salvo.
É um livro estilo documentário que pode ser comparado à Fahrenheit 451, mas enquanto Fahrenheit é uma ficção, Queimando Livros prioriza acontecimentos reais de diversas partes do Mundo. O autor é muito estudado e apresenta fatos bem interessantes para os apaixonados por livros e pelo conhecimento.
Recomendo muito!!
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