Murillo Bertolini 23/09/2023
Bom início do título mutante
O primeiro volume da edição definitiva dos x-men traz as primeiras 23 histórias da equipe, lançadas entre os anos de 1963 e 1966, com roteiros de Stan Lee e Roy Thomas, e arte de Kirby e Werner Roth.
Após ler o material do homem-aranha da mesma fase, percebo que gosto bastante da escrita de Lee no início da construção do universo Marvel nos anos 60. Apesar de algumas histórias bobas e um pouco pueris, a explosão de criatividade é perceptível, trazendo personagens icônicos para o futuro da equipe logo no início de sua publicação. Entre eles temos: a equipe original, Magneto, Feiticeira Escarlate, Mercúrio, Blob, Fanático, entre outros.
Apesar de algumas histórias serem realmente um pouco mais bobas, a leitura me agrada bastante, seja pelo valor histórico, seja pela diversão retratada pelos roteiros dinâmico de Lee e narrativa de Kirby e Toth, que fazem com que a leitura, mesmo mais carregada de textos, não seja cansativa, sendo incluse muito empolgante em alguns momentos.
Dentre as histórias, destaco sobretudo a introdução do Fanático entre as edições 12 e 13, e a origem do conceito dos Sentinelas, entre as edições 14 e 18. O arco de introdução do fanático consegue trazer uma tensão enorme ao apresentar aos poucos o personagem da aproximando da Mansão X, enquanto Xavier aos poucos conta sua origem, com os X-Men aflitos antes de enfrentar o imparável adversário.
No entanto, nem tudo são flores. Apesar de gostar bastante dessa introdução, alguns conceitos que eram normais para a época, hoje se tornam um pouco mais estranhos. O fato da Garota Marvel ser najulada e assediada a todo tempo por todos os membros da equipe (inclusive o Professor X!!!!!!) é sem dúvida algo que não ocorreria hoje em dia. Pelo menos com o passar das edições isso vai se diluindo, fazendo com que ao fim, apenas Ciclope e Anjo nutram sentimentos por ela (e felizmente o """sentimento""" de Xavier pela adolescente se resumiu a um balão de pensamento perdido numa das histórias....).
A partir da edição 20 Roy Thomas assume os roteiros, e a qualidade da série muda drasticamente. Thomas usa e abusa de balões de pensamento e falas do narrador, além de trazer histórias beeem mais bobas, com a trama do vilão da semana, sendo esses de classe C ou D da Marvel. Realmente as últimas 4 edições do encadernados foram difíceis de ler, e já vejo a árdua missão que terei ao ler o vol. 2, totalmente roteirizado pelo autor.
De modo geral, a edição tem muita qualidade e é recomendada para todos os fãs dos mutantes, seja pela introdução de personagens icônicos, seja pela diversão dos quadrinhos dos anos 1960 com roteiros de Stan Lee