Auto de João da Cruz

Auto de João da Cruz Ariano Suassuna




Resenhas - Auto de João da Cruz Capa comum


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Juliane72 14/07/2023

Perfeição
Perfeição em forma de teatro . Suassuna em sua melhor forma e genealidade . Cada frase uma poesia, que causa amor, reflexão, e mais uma infinidade de sentimentos.
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Jardim de histórias 04/02/2023

????
Uma leitura teatral fabulosa, que fala sobre conjuração, redenção e renúncia. Mostra o quanto devemos estar vigilantes em relação a nossos afetos e de nossos desejos. A preocupação com o perdão confrontado com a alienação da realização de atos de desgosto. Tudo isso, nessa história teatral sertaneja repleta de visceralidade, com o DNA de Ariano Suassuna. João da Cruz ou João sem medo, o jovem ambicioso que vive no sertão a frustração de estar onde não queria, que está disposto a tudo para melhorar sua vida simples, até mesmo pacto com forças malignas, se alienando cegamente contra tudo e a todos. A única coisa que seus algozes malignos não sabiam, era que o amor fraterno, e os verdadeiros sentimentos de amizade, conseguem tudo, até viajar ao fundo do poço para resgatar uma história fadada ao sofrimento. Tudo isso em nome de um amor inexplicável, ou explicável, se assim permitimos que a leitura, tenha a sintonia necessária, que nosso coração esteja aberto e receptivo. Um livro desenvolvido em formato teatral por Ariano Suassuna ainda quando estudava. Com um certo tom anacrônico, posso dizer que esse menino, Suassuna, ia longe!
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Priscilla 21/01/2022

muito bom
Leitura simples, fluida e fácil da escrita de Ariano Suassuna. Esse livro foi escrito quando ele ainda estava na faculdade de Direito, em 1951.

A história retrata João da Cruz, um carpinteiro do sertão, que não estava satisfeito com a vida dura e pobre que levava, tendo de trabalhar na madeira, por ser o ofício que o pai lhe deixou antes de sumir no mundo em suas andanças. A mãe, muito religiosa, não sabia lidar com a insatisfação e a raiva do filho, que sempre queria mais do que tinha, queria conquistar o mundo.

Em razão desse seu desejo, acaba atraindo a atenção do Cego e seu Guia, que representam a morte e o diabo, e que tentam comprar sua alma por meio de presentes "poderosos", mas sempre se utilizam de meias verdades, omissão e engano quando falam com João.

Deslumbrado, João se torna um homem duro e poderoso, impiedoso e rico, à custa de morte, seca e maus tratos a outras pessoas, que lhe temem. Sente sempre uma sede maior de poder, o desejo nunca é saciado.

Para salvá-lo das garras do diabo, seu anjo da guarda lhe acompanha até que consegue fazê-lo voltar à realidade, com ajuda de Regina, e ele passa a trabalhar no roçado para pagar seus pecados.

Na hora de sua morte, João é julgado pelo pai, ouvidas as testemunhas que em nada lhe acusam, e o diabo perde essa alma para o céu.

A narrativa é muito interessante e a história retrata a fé do nordestino sertanejo em Deus; o perigo do desejo de querer conquistar o mundo e ser mais do que se é; as artimanhas, malícia e enganação do diabo/mal; a proteção da religião e do anjo da guarda; a misericórdia e o poder do arrependimento, que mesmo chegando à última hora, na hora da morte, tem a capacidade de salvar a alma, como na parábola dos trabalhadores da última hora.

A leitura incentiva e destaca a fé, a simplicidade, a aceitação, a dureza da vida e da realidade, o arrependimento como meio de salvação, acompanhado da responsabilidade por seus atos, e a misericórdia divina.
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Lurdes 30/10/2021

Sempre é um deleite ler Ariano Suassuna, que sabe como ninguém nos transportar para seu mundo mágico, brasileiríssimo.

Este Auto de João da Cruz guarda algumas semelhanças com O Auto da Compadecida mas, traz muitas outras particularidades.
Ao contrário do Auto da Compadecida, que explora o humor em toda a narrativa, João da Cruz é um pouco mais solene.
Mas temos, da mesma forma, a luta entre o bem e o mal.
A estória do homem que vende sua alma ao diabo em troca de riqueza e poder abriga sentimentos de culpa, amizade, amor e, principalmente, redenção.
Terminamos a leitura já com saudades dos personagens.
Nestes tempos de pandemia, senti muitas saudades, também, do teatro, da magia dos palcos, que Ariano sabe tão bem construir.
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Sandra 07/09/2021

Atemporal
Olha quem veio tomar café comigo!
Auto De João Da Cruz
@ariano.suassuna
@novafronteira
Ariano Suassuna com sua genialidade na visão de mundo e sua escrita atemporal, vislumbrou o ser humano com suas mazelas e desesperanças ao criar João da Cruz.

Hoje dia nacional de todos os brasileiros é um dia ideal para apresentar essa obra para vocês.

Nascido como tantos outros, sem chances e oportunidades na falta de uma família estruturada, sonhava e ambicionava sair daquela vida de miséria e em uma bifurcação optou abandonar o pouco que tinha e ganhar o mundo atrás de riquezas e poder.
Surge o Guia uma divindade e Cego o diabo, que faz uma aposta por sua alma, tudo muda e seus sonhos vão se concretizando, o poder e a riqueza vão transformando aquele pobre coitado num ser só, sem amigos e sem virtudes, perverso e frio.

Quando percebe que tudo o que importava já não existe mais é tarde para arrepender-se dos males que causou e chega a hora do julgamento final.

Será que João da Cruz vai se salvar?

Será que existe luz no final do túnel?

Então pegou o que tinha,
deu de esmola aos desgraçados
E disse: "vou para os montes,
Ver se purgo meus pecados,
Para ver se um dia sou
um dos bem-aventurados."

Satanás ficou convulso,
Esvaindo-se em furou.
A alma rendia graças
na presença do Senhor,
rendendo graças ao anjo,


#bibliotecadavovo
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Nicole Longhi 06/10/2021

Atemporal!
A história tem como protagonista João da Cruz, um jovem que sempre foi ambicioso e que está cansado de sua vida como carpinteiro e da pobreza em vive. Após receber uma proposta que pode mudar sua vida e levá-lo a riqueza, João aceita trocar sua alma pela vida que sempre almejou. E assim, começa a disputa pela alma do jovem, de um lado temos o demônio e do outro, os emissários divinos.

Ariano Suassuna sempre foi um grande defensor da cultura brasileira, e aqui temos mais uma obra sensacional do autor. Inspirado em três cordéis e no dilema de Fausto, Ariano criou uma trama que mostra como a ambição pode fazer com que o ser humano perca todos os seus valores.

Escrito em formato de teatro, a leitura é bem fluida e gostosa de acompanhar. O livro nos faz refletir bastante sobre como a cobiça pode nos deixar cego, e o que realmente importa são os pequenos momentos da vida e as pessoas que estão ao nosso redor. O julgamento final de João da Cruz, também nos faz pensar em todas as atitudes que tivemos e como seria se estivéssemos em seu lugar.

“Reaja contra esse esquecimento que a impede a memória de seus erros. É um esquecimento criminoso, pois foi você mesmo quem o escolheu. E se você se obstinar em permanecer nele, os erros que você cometeu no passado são bastante para conduzi-lo à perdição!”

Resenha em:

site: https://www.sheisabookaholic.com/2021/10/resenha-nacional-auto-de-joao-da-cruz.html
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Tiago Fachiano 22/01/2022

Lembre-se do passado
Esse conto da Suassuna foi o primeiro que li e achei fantástico. O conto é sobre João da Cruz que vende a sua alma para o diabo em troca de poder. Relembrando o clássico Fausto, o autor adapta ao sertão brasileiro os fatos e história.
Alguns pontos foram marcantes. Sobre João não se lembrar do seu passado e fugir dessas lembranças, são questões que podemos tentar esquecer nossa trajetória, mas ela é um caminho para saber que somos. Outro ponto foi a busca pelo poder e nunca se contentar em ter e sempre querer mais.
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Renally Couto 09/07/2023

Direto e áspero
É uma das obras mais diretas de Ariano. Não possui o traço de humor, muito característico; no entanto, traz muitas lições sobre a moral e a ética alinhadas às crenças católicas e, como sempre, ambientado nas regiões áridas da Paraíba do século XX.
Impossível não recomendar uma obra de Suassuna!
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Eli 01/01/2024

Uma tragédia nordestina!
João da Cruz é um pobre carpinteiro do sertão paraibano que, para mudar de vida, termina fazendo um pacto com dois emissários do diabo em troca de riqueza e poder. Mas a fome por poder de João se torna cada vez mais insaciável, e a medida que ele exige mais poder dos demônios, coisas muito ruins acontecem a ele e as pessoas próximas a ele. Essas mesmas pessoas, com a ajuda de um anjo disfarçado de frade, farão de tudo para salvar João.

Diferente de outras peças do autor como "auto da compadecida" e "o santo e a porca", essa não contém aquele clássico humor nordestino de Ariano. "Auto de João da Cruz" é uma peça trágica, narrada de forma poética e quase fantástica em um sertão belo e cheio de encanto. A estória foca no lado espiritual da humanidade, explorando temas como fé, redenção, salvação e renúncia.

Como todas as obras de Ariano, essa é uma leitura muito fluida e instigante, que apresenta tanto personagens astutos e repugnantes, quanto personagens bondosos, persistentes e piedosos, que nos ensinam que o amor fraterno, e os verdadeiros sentimentos de amizade, conseguem tudo, até viajar ao fundo do poço para resgatar uma alma completamente corrompida pela ganância. É aquele tipo de livro que nos faz pensar sobre o que realmente é importante, e mostra o quanto devemos estar vigilantes em relação a nossos afetos e desejos.

Ariano consegue explorar o lado mais místico e poético do sertão nordestino como ninguém, e esse livro é a prova disso.

Quem ainda não leu essa peça, prepare-se para se encantar com uma estória imersiva, cheia de muita poesia, fantasia e reflexão.
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