Luiz Pereira Júnior 10/05/2023
Citações e mais citações...
Antes de tudo, é preciso ressaltar que “História do silêncio”, de Alain Corbin, foi publicado em uma edição de bolso um tanto complicada de manusear por causa da lombada. Nada que impeça o leitor persistente de prosseguir na leitura, mas ficava sempre com a impressão de que a qualquer momento a lombada se romperia (não foi o que aconteceu).
Não se pode negar que é uma obra de ampla pesquisa, de cunho erudito e capaz de despertar a curiosidade do leitor. Mas, ao mesmo tempo, não se engane: a pesquisa é centrada apenas na literatura francesa (de ficção ou não), com algumas referências à literatura de língua inglesa, sendo todas as outras basicamente ignoradas. América Latina, Ásia, África, Oceania? Esqueça. Afinal, como o próprio subtítulo se refere ao Renascimento, não dava para esperar outra coisa.
A bem da verdade, a obra acabou por me irritar com tantas referências. Imagine um autor copiar dezenas, centenas de frases de determinados autores para provar um determinado ponto. Pareceu-me aquelas pesquisas universitárias para um TCC (sem demérito algum em relação a isso) em que o universitário procura aqueles trechos que justificarão suas ideias e, no final das contas, se tirarmos as citações, sobra muito pouco de ideia original. Mas não me leve a mal. É apenas uma opinião de leitor leigo, pois não sou crítico literário, nem booktuber buscando likes ou patrocínio.
Vale a pena? Claro que vale, pois, no mínimo, você conhecerá novos autores, refletirá como o silêncio foi visto ao longo dos anos em vários contextos e poderá até mesmo copiar algumas frases para o seu status...