Carous 27/12/2022Nota oficial: 4,5.
Ninguém está mais surpresa do que eu com o notão que dei ao livro já que foi uma leitura que oscilou bastante pra mim (prova disso é o tempo que levei para concluí- la - longo até para uma leitora tartaruga como eu).
Havia momentos que encheram de alívio porque ENFIM parecia que íamos a algum lugar, ENFIM a história se desenrolava, ENFIM conhecíamos os personagens, ENFIM características sobre eles e a história eram compartilhadas.
E havia momentos em que eu pensava que dediquei 20 minutos, 46 minutos - que era o tempo de duração de cada capítulo porque eles são GRANDES neste livro - pra nada. A história estava no mesmo ponto que 3 capítulos atrás. Era bem frustrante.
Só não digo que é o livro que menos gostei da Beth O'Leary porque
Teto para dois existe e esse eu nem consegui terminar.
A Troca continua meu queridinho e
The Road Trip e este empatados em segundo. Ironicamente, os dois têm suas semelhanças.
Além do ritmo lento, da sensação que eu tive de não saber pra onde a história estava indo - e a sensação de que nem a autora sabia o que estava escrevendo -,
The No Show é um ame ou odeie pelos leitores.
Nenhuma resenha brasileira que vi elogiava o livro, mas foram as resenhas em inglês que atiçaram minha curiosidade; estimulando a dar uma chance, prometendo uma história além da aparência, apostando tudo na reviravolta da história, jurando que o meu queixo ia cair com as conexões entre as histórias.
No fim das contas, não estou na turma dos leitores que odiaram o livro, mas o plot twist não me surpreendeu - era minha aposta o tempo todo desde quando bati o olho na sinopse (era a opção mais óbvia).
Mas preciso tirar da minha cabeça de que Beth O'Leary escreve chick-lit. Eu
sempre acho isso e sempre quebro a cara. Que bom que eu gosto no mesmo nível de romances contemporâneos femininos.
No começo do livro eu simpatizei com todas as três mulheres. Depois comecei a desgostar da Miranda. Uma chata de galocha neurótica e ciumenta. O pior tipo de mulher que existe: que implica se o namorado conhece outras mulheres por causa da sua insegurança. Digo, ela tinha motivos para desconfiar de Joseph, mas escolheu as pistas erradas. Não ajudou o fato d'eu desgostar dos personagens secundários que compunham sua história; as irmãs folgadas e inconvenientes e um colega de trabalho mulherengo interessado nela que me irritava até o último fio de cabelo. Não dei a mínima para a profissão dela, embora seja incomum.
Porém tenho que admitir que Beth me surpreendeu em como lidou com o mulherengo: havia mais camadas do que ele aparentava e isso foi bem legal. Mas minha opinião de que ele era um chato não mudou, infelizmente.
Jane é um cristalzinho que quero proteger com todas as minhas forças; Siobhan eu quero ter como amiga, irmã, chefe. Forte, badass, mas que também precisa ser cuidada. Não entendi bufulhas do que ela fazia da vida, mas tinha personagens secundários para compensar. Claro que os melhores personagens secundários são os presentes na história da Jane.
E o Joseph... Meu Deus!... Esse personagem é tão complexo que nem sei por onde começar.
Apesar da dificuldade em engrenar na história - acontece lá pelos 60% do livro - julgo como saldo positivo da autora. Ela escreveu outro livro bom, com uma história completamente diferente de seus trabalhos anteriores (é o que mais gosto dela: a capacidade de escrever histórias tão diferentes uma das outras). Os personagens são sólidos. Fico admirada como a autora consegue escrever relacionamentos (românticos e não românticos) tão autênticos e tão bem.
Talvez nem pegue outro livro até o ano que vem e deixe que esta seja minha última leitura de 2022 já que minha opinião foi positiva.