Machismo, racismo, capitalismo identitário

Machismo, racismo, capitalismo identitário Pablo Polese




Resenhas - Machismo, racismo, capitalismo identitário


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Peterson.Silva 16/01/2024

OK
Como é interessante a repulsa que às vezes podemos sentir por uma posição parecida com a nossa mas diferente o suficiente para causar atrito... Minhas percepções *durante* a leitura foram mais duras do que seria justo; tendo terminado o livro, acho que é um argumento OK mas que peca em alguns pontos.

No que tange às diferenças, acho que o autor confunde algumas coisas, tira conclusões estranhas dos dados que apresenta, deixa no ar alguns não-ditos que prejudicam a apreciação de uma versão mais interessante do argumento... Em especial porque me parece que parte de uma posição bastante sectária de luta social em que não reconhece avanços parciais, muito rapidamente julga-os como recuperados pelo sistema e inúteis a um avanço maior (comenta sobre 2013 da perspectiva do "grau de insuportabilidade", mas não parece saber que na verdade essas revoltas ocorrem justamente após um período de ascensão social), e tem uma obsessão com a necessidade de "unidade" dentro da classe trabalhadora (e inclusive uma visão bem tosca - o futuro é colorblind, mano - de igualdade) que trai uma certa alergia ao reconhecimento de lutas transversais que possam provocar conflitos produtivos. Enfim, certas diferenças, mesmo entre posições parecidas, causam um ranço porque é justamente porque são com pessoas que pensam parecido que a gente acaba convivendo mais, e portanto com as quais acabamos nos estranhando mais... O ranço é grande porque eu imagino o tipo de consequência política que essa postura do livro traz pra militância, e sinceramente, acho essa postura tão improdutiva quanto os excessos identitários que o livro critica.
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vitor.resende.5 04/01/2022

A tese principal tem problemas
O livro tem aspectos positivos, sim. A extensa pesquisa numéricas, com bastante dados, é um deles. A escrita fácil e interessante tb. Entretanto, há problemas que considero sérios. Antes de mais nada, a abordagem do autor é crítica ao que parte da esquerda resolveu nomear como "identitarismo". Bem, não gosto do termo mas o conhecendo, inevitavelmente já tive que discutir sobre ele e, com alguma frequência, sempre que ele é evocado costuma vir de homens brancos, geralmente de classe média, que tiveram acesso a educação de qualidade, héteros, por aí vai. Coincidência? Bem, cada um pense o que quiser. O uso de muitos dados, que pese ser rico pra uma pesquisa sociológica, como essa, é apenas um amontoado de dados quando mal analisados ou pouco confrontados com outras questões e até outros dados. Em alguns momentos essa é a sensação que tive lendo o livro. O autor conclui coisas que não estão nos dados de um modo muito estranho e frágil. Em muitos momentos, também, falta o confronto de pensadores. Pra cada tópico abordado, todos sensíveis e complexos, há no máximo um ou dois autores sustentando toda a tese. Isso já seria problemático pra um assunto mais pacificado, pra temas tão sensíveis, acho até imprudente. Enfim, recomendo a leitura por se tratar de um tema que precisa ser abordado e por perceber a real boa vontade do autor com a pesquisa, que pese enxergar várias falhas.
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