2666

2666 Roberto Bolaño




Resenhas - 2666


84 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Ju 06/10/2020

Insano
Um complexo de personagens, significativos ou não, compreendem esse livro.
Cinco partes que compreendem um livro fantástico, as vezes duro e violento.
A ligação sútil entre o século passado e a nossa realidade. Diversos depoimentos fictícios que bem poderiam ser reais ou reais que poderiam ser fictício.
comentários(0)comente



Rogério Simas 24/07/2020

Monumental
Resenhar esta, das maiores obras literárias que já li, me parece quase impossível.

Com diversos planos, temporalidade, estilos literários e detalhes, considero um romance/novela que está para os anos 2000 o que Guerra e Paz está para o século XIX.
comentários(0)comente



Julia 14/07/2020

Clássico do Século
Livro extenso que trás histórias que prendem a atenção do leitor e ao mesmo tempo perturba a mente de quem a está lendo. Obra póstuma de Bolaño, vale a leitura! Recomendo!
comentários(0)comente



Lara 03/05/2020

Aspereza: entre as obras mais bonitas da América Latina
Obra póstuma de Roberto Bolaño, escrita e reescrita nos momentos finais do escritor chileno, 2666 abre as portas da literatura da América Latina para o século. Iniciei a leitura sem saber para onde caminhávamos, ciente das cinco partes que compõem a obra e que por desejo do escritor teriam sido publicadas separadamente. Herdeiros de Bolaño esclareceram a opção por um volume só anos depois: apesar de únicas, elas são completamente indissociáveis. Acabei o livro com a certeza de que eu vim para esse mundo com a única missão de pregar a palavra de Roberto Bolaño. Talvez eu me torne uma seguidora fiel desse autor, disposta a sair de porta em porta para encontrar aqueles que querem aceitar Bolaño.

Mas, afinal a que se refere 2666? Bom, são cinco partes de um livro só e que estão ligadas por dois fios inicialmente muito distintos: um autor alemão desaparecido na Europa e uma série de assassinatos de mulheres em uma cidade no Norte do México. Os elos entre os cinco romances costumam parecer muito tênues, mas à medida que a história avança são conhecidas as nuances entre eles. Apesar disso, as histórias já seriam interessantíssimas separadas, juntas são praticamente revolucionárias. Depois de Grande Sertão: Veredas, que levo como a maior obra da literatura mundial, aparece 2666 como um calhamaço obrigatório.

A primeira parte narra o encontro de quatro críticos literários apaixonados pelo autor desaparecido, e a relação firmada entre eles durante buscas por esse escritor. O segundo romance se desdobra sobre um professor de universidade na cidade no Norte de México diante dos temores que não o abandonam. A terceira parte acompanha um jornalista negro norte-americano em sua passagem por essa mesma cidade fronteiriça, onde aparecem os primeiros indícios mais intensos da tragédia que se abre sobre o México.

Às leitoras, a quarta parte na qual são narrados os assassinatos pode parecer interminável (é também a mais extensa), aqui se percebe a violência da América Latina contra as mulheres: sequestradas, estupradas e assassinadas. Poucas são reconhecidas, outras tratadas como estatísticas: enquanto uma é encontrada pela polícia, outras centenas são mortas, corpos que de nada importam, operárias sem documentos. Bolaño escreve sobre mulheres assassinadas duas vezes: a primeira por seus algozes, a segunda pelo Estado.

Só no quinto e último romance é que Bolaño permite ao leitor conhecer quem é o escritor desaparecido, e fornece as pistas mais claras das ligações entre as histórias, os personagens e os lugares. Aparentemente desconectado, se abre nas 848 páginas um emaranhado com essas cinco histórias que não se tocam de matéria óbvia, mas umas perpassando as outras em inúmeros pontos: lugares físicos tão sutilmente comuns aos personagens que se cruzam em momentos tão distintos do tempo, que apesar de ser linear acaba esquecido de datas ou marcas exatas.

Apesar de ter fechado 2666 há dois dias, não consegui sair dele, ficou a sensação de que tudo ali precisa ser imediatamente relido, eu ainda não entendi a dimensão daquelas páginas e parece que muito acabou pelo caminho (o livro é grande, as pistas se confundem). Agora só consigo lembrar de uma das anotações de Bolaño em seu rascunho, isso para falar sobre o que essa obra-prima me traz: se tivesse forças, me poria a chorar. Leiam, leiam, leiam.
comentários(0)comente



Marco Oliveira 25/04/2020

2666
Uma obra de arte! Um livro escrito magistralmente por Bolaño. Uma narrativa rica em detalhes e que introduz o leitor intensamente para dentro da história. Cinco histórias ?diferentes?, mas todas conectadas. Traz muita reflexão e questionamentos para dentro de uma sociedade na qual vivemos atualmente. Incrível a maestria com que o autor retrata o feminicídio em um dos capítulos. Fantástico!!!
comentários(0)comente



Pê Reck 13/02/2020

...
Finizei as leituras do mês, com esse título muito aclamado. O texto tem como base o México, ponto do teletransporte para Espanha, Alemanha, Itália, EUA, cortesia das 856 páginas criadas por Bolano (cadê o acento no N?).
Mas não fui arrebatada como a crítica. Lerei outros dele para ter um outro comparativo.
comentários(0)comente



Caioboeira 25/01/2020

Colossal
Uma obra prima, narrativa extremamente prazerosa, a forma como o cotidiano se mistura com o anormal e as histórias conectadas fazem valer cada página.
comentários(0)comente



Guilherme.Silva 06/01/2020

Início e fim valem a pena
- Assassinatos de mulheres em uma cidade mexicana
- Detalhista ao extremo
- Capitulo 4 é um desafio (detalhe de mais de uma centena de assassinatos)
comentários(0)comente



mpin 04/09/2019

Um colosso literário sem destino
Bolaño é um autor que joga contra o leitor o tempo todo. 2666 não dá respostas, tem parágrafos que chegam a dez, quinze páginas, constrói personagens enigmáticos cujos nomes são parecidos de sacanagem, há flertes com elementos metafísicos para desorientar o leitor, e entrelaça diversas histórias. O diálogo entre Europa e México que ele propõe no romance funciona bem e rende diálogos interessantes. Dividido em cinco partes, é na quarta que Bolaño faz de tudo para sufocar o leitor. Dezenas, centenas de mulheres morrem na fronteira do México com os EUA e nada é feito por ninguém. O leitor avança, avança, e a frustração só faz aumentar diante da indiferença dos personagens diante disso, e do insucesso dos poucos que buscam respostas.

Dessa forma, 2666 não tem como objetivo principal contar uma história com um arco narrativo tradicional. Antes disso, é um livro metalinguístico, especialmente no primeiro e último capítulos, em que a trajetória do escritor Archimboldi é feita com algumas provocações intelectuais. É interessante o autor insinuando que o produto final do livro pode não ser exatamente o que o autor produziu, ou ainda que a possibilidade de o livro chegar a suas mãos se deva mais a afinidades pessoais com o editor do que com a qualidade técnica da obra propriamente dita.

Não é um livro para todos: diversas regras que a gente estuda em oficinas de escrita são jogadas no lixo, e Bolaño segue contando suas histórias, impassível. É quase como se ele traçasse um paralelo da condição humana, comparando a segunda guerra mundial com os infindáveis homicídios no México. É uma provocação tão grande que a gente tem a impressão de que havia, em tempos de guerra, mais empatia pela vida humana do que no país latino-americano. E quando nos voltamos aos personagens dos pesquisadores e dos editores de Archimboldi, temos a impressão de que o autor é apenas um personagem que a elite intelectual de um país cria, e que suas histórias acabam sendo um ornamento de relevância secundária, já que cada grupo possui a interpretação que julga melhor das obras do misterioso Archimboldi.

Outra coisa que senti falta foi explicar melhor a obsessão pela vida marinha de Hans Reiter. Como eu disse, alguns elementos de fantasia são trazidos mas abandonados. Sem falar em personagens de relevância transversal à história, que são exaustivamente desenvolvidos, mas acabam colaborando pouco para o andamento da trama, como a vidente. Uma baita sacanagem trazer coisas que o leitor não precisa. E assim Bolaño manipula o leitor pelas mais de 800 páginas.

Se teu objetivo, ao ler um livro, é mais curtir uma história do que desfrutar a estilística do autor, pense duas vezes antes de se aventurar por este livro. Eu não leria novamente, mas não pela falta de qualidade técnica, mas sim pelo excesso dela. 2666 desaba em seu tamanho, e poderia ser um livro com mais leitores se soubesse quando parar, em vários momentos da história. Aliás, o livro é tão metalinguístico que os personagens chegam a comentar entre si sobre isso, lamentando-se sobre grandes autores que evitam arriscar-se demais com obras grandes e contentam-se com clássicos menores, hermeticamente fechados, com menos riscos.
Vilamarc 30/04/2021minha estante
Excelente. Creio que muita gente comenta sobre as qualidades do livro e se esquece de que existem pecados e excessos muito questionáveis na obra.




André Foltran 24/03/2019

A Besta
2666 não é o livro que se leva para uma ilha deserta -- 2666 é a própria ilha, em toda sua extensão, glória & horror.

Cinco livros que se unem, se interligam, se completam, formando um livro único. Na primeira parte acompanhamos a busca de quatro críticos literários por um mítico escritor alemão que jamais apareceu em público, mas cuja obra ressoa, e que parece ter ido parar, aos oitenta e poucos anos, numa sombria cidade mexicana. Na segunda acompanhamos o declínio mental de um professor universitário, que, entre outras coisas, encontra um livro de física, põe em prática uma ideia de Duchamp e passa a escutar estranhas vozes. Na terceira, um jornalista americano, ao ter de cobrir uma luta de boxe em certa cidade de Sonora, acaba atraído pelos violentos assassinatos de mulheres que andam ocorrendo por aquelas bandas.

"Ninguém presta atenção nesses assassinatos, mas neles se esconde o segredo do mundo." (p. 339)

Chegamos, então, à quarta parte, a dos crimes, em que Bolaño descreve cronologicamente e com frieza jornalística os mais de cem feminicídios ocorridos na cidade (fictícia?) de Santa Teresa nos anos 90. Entre uma autópsia e outra o horror vai se confundindo com o tédio, o brutal com o banal. Cadáveres violentados de mulheres -- muitas ainda meninas -- parecem brotar da areia, fazer já parte da paisagem. Quem as mata é um homem? São vários? Começou agora ou age desde sempre, como um vírus ancestral, uma mania passada por gerações? Talvez menos homem que entidade, coisa que não se captura pois da matéria do ar. Quem passa pelo horror chega à quinta parte, ao impressionante desfecho, onde descobre tudo sobre o maior autor de língua alemã do século XX (depois de Kafka, claro).

2666 é uma odisseia, um pesadelo. Publicado postumamente, é o bestial testamento de Bolaño, a sua herança maldita. Como O processo, para sempre incompleto em sua completude. E não poderia ser diferente: algo assim tão vasto, tão terrível, não combina com ponto final. Você termina o calhamaço e sabe que ele não terminou, continuará se construindo, se ramificando, adentrando as zonas proibidas da mente, perturbando os pólos mais sensíveis. Até o fim do mundo. Até 2666.
Day! 12/07/2019minha estante
Meu deus, amei sua resenha


Emanuel.Silva 09/01/2021minha estante
Uaaaal! Que texto meu caro! ??




Vitor.Canestraro 22/12/2018

Que desafio!
Ler 2666 é um desafio, o livro contém cinco capítulos que podiam compor cinco livros de tão independentes embora tudo se encaixe e exista correlação entre eles. Cinco capítulos com muita filosofia e experimentos de metalinguagem de Bolaño, tecnicamente, um livro ímpar de se ler e uma narrativa desafiadora.
Obs: se você sobreviver a quarta parte, dos crimes, sinta-se um herói. Está é a hora perfeita de odia-lo e abandona-lo, se prosseguir, provavelmente o amará.
Alessandro 25/12/2018minha estante
Prova de fogo a quarta parte mesmo.




Higor 12/12/2018

'20 melhores livros do século 21': Livro 19
Com uma bibliografia prestigiada e até mesmo intimidadora, o sucesso de Roberto Bolaño, grande parte póstumo, o catapultou para níveis inimagináveis e invejáveis, com títulos e menções de peso, como o de segunda maior voz latino-americana, perdendo apenas para Gabriel García Márquez. Logo, a procura por seus livros aumentaram de maneira surpreendente, assim como a quantidade de fãs.

Parte dos planos do autor, no final das contas, deu certo: o autor queria que seu último livro, ‘2666’, a ser publicado postumamente, desse uma boa renda para seus filhos. Tal atitude é apenas parte das polêmicas e curiosidades que envolvem o livro, uma obra aclamada e odiada.

Tendo por base dois núcleos - o de tentativas de saber quem é o recluso autor alemão Benno Von Archimboldi, e o de assassinatos de mulheres ocorridos em Santa Teresa -, ‘2666’ é considerado pelo próprio autor como seu trabalho mais bestial e colossal, com traços daquilo que ele prometeu nunca mais escrever. O resultado, como é se de esperar, é tão caótica quanto o conturbado processo de escrita.

Correndo contra o tempo, por conta da doença que o assolava, mais parece que Bolaño escrevia e escrevia e não se atentava tanto quanto a revisão, o que sabemos que não confere, já que ele tinha muito zelo em escrever e reescrever sempre que necessário; a prolixidade e informações desnecessárias que permeiam todo o livro, no entanto, enfadam. Em críticas negativas, sempre é pontuada a presença de cenas inteiras que não agregam nada.

O primeiro capítulo, o curioso ‘A parte dos críticos’, e o último, o desolador e incrível ‘ A parte de Archimboldi’, seriam o suficiente para fazer de ‘2666’ um livro igualmente ou mais inesquecível, pois os demais capítulos, que focam nos assassinatos de mulheres em Santa Teresa, são chatos, sonolentos, desafiadores. Resenhas dizem que é uma tarefa árdua atravessar o deserto de Sonora, diante de tantas mortes tão cruas, mas a dificuldade se dá com os detalhes que parecem mais chocar e polemizar, que necessariamente trazer reflexão ou algum outro sentimento de empatia com as vitimas.

O último capítulo foi, para ser bem sincero, o que salvou o livro, em minha concepção. Foi ali que eu enfim entendi a genialidade do autor, e o que ele queria fazer de ‘2666’, e que não conseguiu por conta de sua morte prematura. E é com certo pesar no coração que eu não posso afirmar categoricamente que ‘2666’ foi um livro incrível, porque ele é, infelizmente, um esboço de algo que seria gigante, incrível, de fato. E entre o esboço e o projeto final, há uma linha tênue.

A biografia de Archimboldi, com informações e cenas tão bem feitas e pensadas, me fez querer reler a parte dos críticos, apenas para me lembrar das dificuldades que os professores tinham em tentar desvendar figura tão enigmática; isso apenas para se ter noção do quanto eu gostei dessa parte especifica.

E é somente nas ultimas partes que entendemos a conexão dos dois eventos, e começamos a entender e admitir que o autor é, sim, genial, mas então o livro acaba, incompleto. Sim, eu entendo o que cada um quis dizer quando mencionou que Bolaño é uma experiência, algo além de literatura, mas enquanto livro pronto e livro do que poderia ser, eu me abstive ao que ‘2666’ se tornou e chegou a minhas mãos.

Mas o mais gracioso de tudo é que ‘2666’ não é apenas ‘2666’. É muito mais. Bolaño é um quebra-cabeça, logo, ‘2666’ é ‘Os detetives selvagens’, é ‘Amuleto’, mas ‘2666’, sozinho, é um vistoso, porém não tão imponente pedaço do grande e devastador iceberg que seria, caso Bolaño tivesse concluído sua obra.

’20 melhores livros do século 21’ é uma lista encomendada pelo site de cultura da BBC, em que diferentes especialistas foram responsáveis por eleger os melhores livros do mais recente século. Para saber mais sobre a lista e conhecer os demais livros, acesse:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
comentários(0)comente



Fabio Henrique 19/09/2018

Estupendo
comentários(0)comente



84 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6