Ana Júlia Coelho 12/07/2022Kang e Pedersen reuniram, em pouco menos de 400 páginas, procedimentos absurdos e substâncias duvidosas que eram usados para curarem as pessoas até o século passado. E, por se tratar de muitos tratamentos duvidosos, o livro foi dividido em 5 partes:
- A primeira é dedicada aos elementos químicos (tipo ouro, ARSÊNICO e mercúrio);
- A segunda, às substâncias encontradas na natureza (tabaco, cocaína, estricnina);
- A terceira são procedimentos mais invasivos como a sangria, lobotomia e as cirurgias;
- A quarta parte fala sobre a utilização de animais na cura das pessoas (tipo óleo de cobra, tênias para emagrecer, coisas assim bem nojentinhas);
- E a última parte é dedicada à utilização de equipamentos elétricos nas pessoas.
Só com esse resumão já dá pra agradecer que estamos vivos em pleno 2022, né?
O que o primeiro livro tem de incrível, esse deixou de lado. é inevitável fazer um comparativo com a primeira obra. Foi por ela ser tão espetacular que comprei o segundo... e no início me arrependi pelos seguintes motivos:
- A diagramação é diferente: o primeiro é texto normal como a maioria dos livros, o segundo é dividido em duas colunas; o que faz com que a leitura se arraste um pouco e fique muito difícil sinalizar com flags que fiquem com a beirada para fora do livro.
- O primeiro são capítulos bem curtos, porque fala de casos específicos, com o nome das pessoas e as datas de quando ocorreu o caso. Já o segundo, não. Por se tratar de procedimentos, os autores acabam narrando toooooda a história de como e por que surgiu. Claro que tem uma história ou outra que é interessante... mas não quero saber do surgimento do mercúrio nem de por que as pessoas começaram a colocar eletricidade pra tratar as doenças.
- O autor do primeiro não é o mesmo do segundo, e os comentários engraçados fizeram falta. No segundo, pareceu uma imitação fraquíssima do que foi feito no primeiro, e não me diverti tanto lendo. Mas mesmo assim, o que é descrito no livro, conseguiu me tirar meia dúzia de careta.
A obra como um todo não é ruim. A edição da Darkside é impecável (tirando uma falta de revisão ou outra), os casos são perturbadores, e as ilustrações são ótimas. Mas seria bom esse ter sido o primeiro, já que achei um pouco menos incrível que o outro, e aí evitaria esse tipo de comparação (é bom uma sequência de obras ficar melhor com o tempo, e não regredir no quesito qualidade).
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