Resenhas - Monstrans: Experimentando Horrormônios

eurenato 08/01/2024

Monstruosa
O livro escolhido do clube de leitura da feusp para outubro e certamente uma das descobertas literárias mais incríveis deste ano. Não só pelos traços que já justificariam a escolha, seus textos são assustadoramente poderosos. Monstrans é um quadrinho autobiográfico que traz uma história sobre deficiência, lesbianidade e transgeneridade.
Quando li senti sensação de que ser monstro e ser inadequado me acompanhou por muitos anos. Reconhecer e perceber na monstruosidade a minha maior potência de vida, de corpo e de criação foi o ponto de virada que me manteve vivo.
Uma obra de arte, complexa, monstruosa. É impossível sair ileso dessa leitura. O trabalho do Lino Arruda é impecável e mais do livro você pode espiar/comprar no Instagram @monstrans_hq .

RenanDuarte 14/10/2023

É monstruosamente humano.
É forte, visceral e pungente,
É monstruosamente humano.

É algo muito interessante de se ler, ver e de entrar em contato, extremamente íntimo, a leitura caminha por entre o horror, a crítica, o incômodo, as memórias, o cômico, a inevitabilidade de ser, ou descobrir ser, quem você é.

Dango Yoshio 21/02/2023

Horrormônios
Um quadrinho biográfico com elementos fantásticos e sombrios que conta sobre a transição e o processo de entendimento e aceitação do autor.

Se utilizando do body horror, ele cria uma analogia visual impactante, desconfortável e visceral.

Sumotinho 27/12/2022

Muito bom!
Que leitura necessária!

?Uma exploração sombria, vulnerável e, por vezes, tanto aterrorizante quanto hilária de corporalidade, sexualidade, gênero e deficiência (?)?

Elo 28/06/2022

Um dos melhores quadrinhos que já li.
Intenso, intimista e visceral. Ainda tô digerindo a experiência, mas já indico muito pra todo mundo.

Andre L Braga 18/02/2022

Leitura obrigatória!!!
Esta HQ é um relato da busca da essência do ser humano, e os entraves do ?ser? versus o ?enquadrar-se? naquilo que espera-se de um nome morto e um gênero biológico anunciado após o parto.

Não é possível sentir a dor de outrem, mas é possível saber como a outra pessoa se sente, por quais dilemas passa, quais dilemas psicológicos e sociais tem que enfrentar e como aqueles mais próximos, podem se tornar seus pesadelos e suas bençãos.

De linguagem direta, às vezes poeticamente crua, outras duramente afável, a narrativa combina e conflita com as ilustrações, provocantemente belas, e que registram além das imagens; as ilustrações mostram sentimentos, mostram como o personagem se sente, como o personagem se enxerga e se vê enxergar.

Uma obra ímpar, pela qual torço pelo reconhecimento do público, no Prêmio Book Brasil, cuja votação se encerra em breve - ainda dá tempo de votar, na bio de @premiobookbrasil ?

Monstrans é o choque de realidade que todos deveriam experimentar.

Juni 19/01/2022

(Trans)mutação
A HQ é extremamente simbólica e cada quadrinho apresenta uma realidade acompanhada de detalhes importantíssimos. A ideia do ?ser monstro? a partir dos olhos da sociedade e poder reivindicar isso pra si como algo considerado de um ?não-todo ruim?

A pauta da deficiência e da transgeneridade são atravessadas e entrelaçadas pelos discursos comuns e estereotipados que são ofertadas as pessoas no dia a dia. Mas Lino faz um jogo de falas e imagens que subverte tais colocações, no mesmo momento que as evidencia, busca distorcer.

Toda o enredo envolto de questões que perpassam pelo sexo, gênero, sexualidade e identidade de gênero é trabalhada com muitas minúcias.

O que mais me chamou a atenção é justamente a transmutação na figura do rato. Uma simbologia que remete a ratos de laboratório (referência a Jonas Maria que comentou sobre) e também um animal que muitas pessoas desprezam e temem, bem como é muito associado a doenças. Uma boa representação de como é definida a transgeneridade na sua forma mais transfóbica. Na China é considerado sinônimo de fecundidade e isso me remete ao um ?novo nascimento? que a pessoa se permite ao passar por uma ?transição?. Parir-se e abraçar a si.

A parte com o seu avô é de uma riqueza e delicadeza ímpar! Várias partes merecem ser nomeadas, mas sugiro a leitura.

* Como uma pessoa trans não binária essa leitura foi muito importante pra mim. Ter referenciais para pensar sobre si, é algo que a literatura pode promover de forma única.

fantanauser 15/12/2021

ressignificando o indigesto
para mim, essas histórias eram tudo o que eu precisava no momento. eu sou uma pessoa trans não-binária, e ter um material desses tão sincero e tão visceral foi simplesmente incrível. ganhou prêmio inclusive!
a minha forma de relação com esse livro foi uma, mas eu recomendo a todo mundo, não só pelos desenhos antropomórficos bizarros e gosmentos com cara de rato que metamorfoseiam às vezes a partir de uma pessoa descaracterizada, mas como forma de tentar entender o que é passar por situações que parecem banais quando se é uma pessoa transgênero, machuca muito e só quem sabe é quem sente na pele.
a história é contada a partir de momentos diferentes na vida de Lino, uma autobiografia que aborda questões físicas, de gênero, de sexualidade e tudo que faz parte de crescer e se encontrar. como é difícil entender e se reconstruir pra buscar o que se quer ser, moldar nossa forma final mesmo com todo o medo e vergonha de ainda assim não nos verem como queremos. apesar de tudo, a gente segue em frente.

Carol 29/09/2021

Leitura obrigatória
É daqueles quadrinhos que mexem com a gente de várias formas e, ao terminar a leitura, você sai até zonza?

Mariana 24/08/2021

Visceral
Esse livro é visceral, íntimo e necessário. Gosto muito de estilo de desenho do Lino, que exprime tudo nos mínimos detalhes, o desespero, suas dúvida e principalmente a dor. Nunca mais vou espremer uma espinha sem pensar nesse livro.