Barradas 11/08/2021
Os mortos só querem paz.
Boa noite leitores!!! Hoje trago à vocês um livro que vai lembrar das histórias que a sua vó conta.
Para dar juízo ao nome do livro, já começamos nos cagando de medo com uma aparição fantasmagórica, que só vamos entender melhor ao longo do livro. Que se passa por volta de 1960 e 1990. Victoria, uma das sobreviventes de uma tragédia, adotada aos seus dois anos, por Tarso Casagrande, o homem mais importante de Monte do calvário. Foi atrás de seus sonhos na cidade grande, depois de ter chegado a fase adulta, mas volta depois de 7 anos em busca de ajuda da tão estimada riqueza dos Casagrande. Não era sua primeira opção, mas resolveu engolir o orgulho. Carregando sempre sua polaroide e totalmente diferente de quando saiu, seu retorno a cidade não grande é uma surpresa para todos, principalmente para "Barão" que é um dos empregados de seu pai, mas se enxerga mais digno da herança da família do que Victoria, única filha de Tarso. Barão toma conta dos negócios no cafezal e é o homem mais temido da região, até mais que o próprio dono de toda a riqueza de lá. Almeja mais que tudo ser o próprio Tarso, sua figura materna e nada fica em seu caminho em meio ao objetivo, muito menos uma "princesinha" apelido pelo qual chama "Victoria". O trama se desenrola no desaparecimento de sua melhor amiga de infância "Uiara" que tinha uma ligação com ela, que nem mesmo ela sabia explicar, que vai muito mais além de dons que ambas possuem. Pessoas seram assombradas por erros cometidos, que apenas os mortos sabem, mas que os vivos também desconfiam.
O livro tem diversas referências a cultura brasileira, à mais evidente é o sotaque e gírias usadas na época e também a desastres reais "Brumadinho" e "Mariana".
Eu engoli esse livro, literalmente! O final é surpreendente e eu amei personagens e os odiei ao longo.
Trechos que gostei:
Sobre os dons de Victoria e Uiara.
" Eu ouço vozes na minha cabeça, mas tenho medo mesmo é das vozes reais, de ouvir o que elas têm a dizer. São elas que importam mais."
" O mundo é grande demais para sermos uma coisa só"
"É fácil romantizar a pobreza quando ela não faz parte da sua realidade."
Vou me despedindo por aqui e espero que tenham gostado, até a próxima e que a força esteja com vocês.