Carlos H. F. Gomes 29/11/2021
Livraço
Dentro de um futuro bem possível, a vida é vivida quase que em sua totalidade no mundo virtual. Veja bem: na data de hoje ainda se discute se isso é saudável ou não, de acordo com o que se tem ainda disponível ao redor aqui e agora. Onde a nossa sociedade exerce suas funções, onde possa socializar e gozar do direito de ir e vir no modo presencial.
E essa discussão ainda não contempla com o devido respeito o quando hoje as redes sociais unem virtualmente pessoas em momentos importantes, com potencial real de passar também ao encontro presencial.
Pois bem, vamos lá para o Século XXVII, em que há potencial para isso tudo também, mas e aí?
A leitura de Colméia de Vidro é tão phoda a ponto de te levar a questionar o que fazer com uma liberdade que nos faz sonhar aqui, mas soa como inútil àquelas pessoas, daquela época, daquela sociedade, daquele modo de viver.
E aí surge um pretenso libertador, personagem construído como a pessoa certa para salvar o mundo de um fantasma: o controle virtual das pessoas e, pqp, isso é assustador! Sua plataforma de reforma me seduziu deveras.
Me seduziu aqui no meu Século capenga, sem aquela utópica Colméia de Vidro que provê às pessoas o que precisam para "sobreviver".
Caramba, a inconformidade com o que se tem, o ímpeto eterno de lutar, a falta de capacidade de desfrutar algo bom para si por um longo período, enfim, a vocação para ser infeliz que parece parte do DNA, impera sempre e sempre e sempre e sempre, inclusive lá no Século XXVII. Eu disse Sé-[*****]-lo Vin-te e Se-te!
Só que o Maikel Rosa é cara! Mano, você precisa ler Colméia de Vidro sem falta!
Existe um “caminho do meio”, uma força humana impossível de segurar que abre a possibilidade de um futuro que simplesmente (no sentido de simples mesmo) reúna o melhor de dois ou mais mundos, melhorando assim o que já está feito.
Daora né! Então quando falo que o Maikel Rosa é um dos grandes nomes da Ficção Científica Brasileira na atualidade, é disso que estou falando.