@esttrelante 13/09/2021
Não deixe seu medo te engolir.
Gosto muito dos livros desta autora, sempre que há um lançamento, vou correndo ler. Geralmente são livros pequenos, com uma história leve, trazendo temas importantes e um casal xodozinho envolvido em muito clichê. Desta vez, temos um mocinho quase príncipe encantado e uma mocinha fora dos padrões. Um romance com um diferença de idade significativa (13 anos), amor à primeira vista e muuuuuita insegurança.
Lucas é um homem simplesmente incrível, romântico, paciente, respeitoso, educado, atencioso, o que não falta é predicado para esse moço. Embora tenha tido um exemplo de bosta de homem como pai, cresceu e se tornou um homem muito mais homem do que seu progenitor. Esforçado e gostosão, tudo o que ele quer é conhecer a mulher que o encantou e dividir com ela felicidades. Acho que o único momento meio creep dele foi como ele decidiu se aproximar dela no começo. Não foi legal. Deveria ter dito logo de cara o que pretendia. Apesar de suspeitar que Karen não daria brecha, ela não facilitou em nenhum momento, e isso foi o que mais me frustrou na trama.
Eu entendo. Insegura, insatisfeita com seu próprio corpo, mágoas que a fizeram cética com o amor, conheceu apenas embustes na vida, etc, etc, etc. Mas o fato é: Ela estava obcecada com o ex bostão e procurava os mesmos defeitos em todos os homens. Ela não apenas fechou o coração para Lucas, sabotou todas as tentativas dele para que aquele relacionamento desse certo, para que ele se provasse diferente. As vezes, ela supôs coisas e pronto, se fechava e não dava espaço para diálogos. E isso foi outra coisa que faltou e criou mal entendidos. Faltou diálogo.
Karen é uma mulher como todas nós, insegura, deprimida por N motivos e com medo de ser magoada novamente, mas, de maneira nenhuma, deixe esse medo te engolir, nem todas tem a sorte de ter um Lucas, amigos como Antônia e Rodolpho ou oportunidades de terem um final feliz. Se você se esforça para afastar as pessoas, pode apenas restar solidão. Se tiver medo, peça ajuda, vá devagar, mas não condene nada nem ninguém apenas por experiências ruins anteriores.
Talvez tudo tenha acontecido rápido demais, eles precisavam de tempo, mas Karen precisava de terapia de qualquer maneira. Trabalhar mais esse lance de "confiar no homem que eu estou apaixonada e que divido a cama, mas que eu tenho certeza que a qualquer momento vai se transformar em um canalha" . No geral é uma história boa, divertida, dramática. Curta, mas foi adequadamente desenvolvida. Adorei os amigos dela, sensatos, que puxam a orelha e abre os olhos, adoraria um conto da Antonia. O desfecho foi fofo. Recomendo.