Talita 05/02/2022
Alice Lee decidida a deixar todo seu passado para trás e recomeçar na cidade em que foi concebida, se muda para Nova York com apenas 600 dólares e uma máquina fotográfica na mala. Ela só tinha 18 anos quando foi assassinada.
"Existe algo que você deve saber: Eu não queria morrer. Não sei se faz alguma diferença, mas quando chegou a hora, lutei muito para ficar no meu corpo. Tentei o meu melhor, mas simplesmente não conseguia aguentar. Eu não queria morrer. E agora sou..."
Em "Antes que você saiba meu nome", conhecemos Alice Lee, um garota que foi assassinada brutalmente e que quer contar sua história, quem era ela antes disso. E o livro é todo assim, narrado pelo ponto de vista dela, da garota morta.
Já de cara sabemos que ela morreu, óbvio - isso não é spoiler - e que seus caminhos vão se cruzar com o de Ruby Jones no dia do seu assassinato; então, Alice vai contando um pouco do seu passado, o que a fez ir para Nova York, como foi os primeiros dias lá e vai intercalando sua trajetória com o da outra personagem. E o ponto alto da história pra mim foi esse, porque só conhecemos a Ruby, por causa da morte brutal de Alice. E é uma narrativa bastante diferente de tudo que estou acostumada a ler, e olha que gosto de ler histórias com pessoas mortas e afins. Mas é muito mais além disso, é uma narração bastante poética para um thriller, mas muito real, angustiante e importante, porque mostra também o nosso medo, o peso que carregamos por ser mulher hoje em dia, de não estarmos seguras em lugar nenhum, o medo constante de sair na rua sozinha e acontecer algo.
Enfim, apesar de ser uma leitura excepcional, foi uma leitura super pesada, parei vários momentos para respirar, porque eu sentia os socos no estômago. Porém, recomendo de olhos fechados, só peço cuidado com os gatilhos.
*Livro cedido em parceria com a @faroeditorial.