Lívia GM 03/01/2024
Não dava nada por ele até lê-lo
Há obras que mesmo não trazendo conclusões inovadoras conseguem condensar verdades universais. E creio que esta seja uma delas. Como já afirmei no título, não acreditava que a leitura deste livro me traria grandes contribuições, mas resolvi lê-lo pelo simples fato dele abordar a temática das mudanças na vida, tema que coincide com o meu atual momento. No entanto, as reflexões nele propostas ajudaram-me a enxergar de um novo modo algumas circunstâncias pelas quais tenho passado. Eis algumas conclusões que pude obter desta leitura:
1 - Algumas posturas e comportamentos precisam ser postos de lado e/ou serem revistos para que novos horizontes sejam alcançados. Reflita: ?do que precisamos abrir mão e o que é necessário para seguir em frente?? (p. 87). Sempre digo que certas características nossas potencializam algumas áreas de nossas vidas, enquanto nos limitam em outras, fato que é inevitável. Diante disso, precisamos fazer uma autoanálise de tempos em tempos para refletirmos quais são os padrões comportamentais que estão nos prejudicando e, por vezes, estagnando algumas áreas de nossas vidas.
2 - Pondere, avalie, mas seja cauteloso em relação ao seu próprio pessimismo. Por vezes, somos semelhantes ao personagem Haw diante das mudanças, pois este ?pensara mais no que poderia dar errado, e esquecera o que poderia dar certo? (p. 65). Acredite, o pessimismo pode ser tão prejudicial quanto um otimismo exacerbado.
3 - O medo nos leva a imaginar cenários e situações irreais. E isso não é só frase de autoajuda. Sim, o medo é um instinto de proteção necessário para a nossa sobrevivência, que inclusive nos impede de sair fazendo qualquer tipo de coisas irracionais, nos levando a ponderar sobre os riscos, a parar e refletir. No entanto, ele também precisa ser administrado. Pense comigo: até que ponto o seu medo de algo dar errado corresponde às probabilidades reais disso acontecer? Quais as proporções que o seu medo tem alcançado e como estas têm lhe impedido de realizar aquilo que deseja? - Lembre-se: ?o medo que você deixa aumentar em sua mente [por vezes] é pior do que a situação que realmente existe? (p. 65, grifos meus).
4 - A insegurança pode ser um fardo mais pesado do que se imagina. Esta. que se faz mais presente na vida de uns do que na de outros, pode ser uma indesejável companheira, dessas não tão fáceis de se livrar. E como ela age na vida real? - vejamos: ?as pessoas que se consideravam com menos poder tinham mais medo da mudança do que ela poderia significar? (p. 97). Eis uma das conclusões presente no capítulo final da obra e com a qual tendo a concordar. Isso porque as mudanças trazem riscos que não sabemos se poderemos lidar, e isso em si pode assustar. Mas se você é um daqueles que não está seguro das potencialidades que possui e/ou já viveu experiências que evidenciaram sua pouca habilidade em administrar desafios, você pode está mais propenso a recuar diante das novas circunstâncias que se põem em sua vida. Devo dizer que estes tendem a buscar toda e qualquer tipo de estabilidade, seja nas situações cotidianas, seja na vida profissional e social. Mas a que preço? Pois pouco a pouco a sua vida pode estacionar, de tanto buscar a tranquilidade do conhecido, você pode experimentar o tédio e a insatisfação quando esta for tudo o que você encontra em sua vida. Você faz parte desse grupo? Se sim, reflita a respeito.
Sim, uma pequena narrativa pode nos levar a grandes reflexões.