Ana Júlia Coelho 14/05/2023Maura, em um dia com muito trabalho no necrotério, vai até os corpos esperando para serem necropsiados e toma o maior susto da vida: um deles aparentemente ainda não tá morto, não. Lugar dele é no hospital – mesmo que, eventualmente, vá parar na mesa dela. Nem no hospital conseguem identificar a coitada, que é super hostil e tem medo de cada pessoa que se aproxima. Até que essa situação toda sai muito do controle e se torna mais ou menos um sequestro.
Entre as sequestradas, temos Jane, prestes a parir. Tentando argumentar com a Maria Ninguém e com o novo cúmplice (sim, a polícia deixou um estranho passar pelo cerco e se juntar à sequestradora), ela precisa garantir que ninguém saia ferido ou que o filho nasça nessas circunstâncias. Não que os sequestradores queiram ferir alguém: confiantes de uma conspiração, querem divulgar para o mundo as informações que eles têm, pois não confiam em ninguém, nem na polícia.
Esse é o pior livro da Tess até agora. Extremamente confuso, achei pessimamente desenvolvido. Sinceramente? Nem parece algo feito por ela. Algumas coisas não ficaram explicadas, ou, se tanto, mal explicadas, outras foram tratadas com exagero e sem justificativa. O tema abordado é superpesado, mas deixou a desejar em se tratando de Tess Gerritsen. Ainda to tentando entender que surto aconteceu aqui, porque tivemos páginas e páginas vazias de conteúdo, de pistas e de narrativas interessantes, Maura foi esquecida do meio pro fim, o desenrolar foi totalmente insatisfatório e acabou num anticlímax terrível. Para não dizer que a autora simplesmente ignorou a vida particular das protagonistas (que foram bastante exploradas nos livros anteriores), ela coloca a insegurança de Jane como mãe após o nascimento da filha. De resto, dá até de esquecer que elas têm uma vida fora do serviço.
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