A vida nunca mais será a mesma

A vida nunca mais será a mesma Adriana Negreiros




Resenhas - A vida nunca mais será a mesma


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Monique | @moniqueeoslivros 29/06/2022

A vida nunca mais será a mesma
{Leitura 34/2022 - ?? Brasil}
A vida nunca mais será a mesma - Adriana Negreiros

Esse não é um livro fácil de ler, nem tampouco ficcional. A vida nunca mais será a mesma é um livro que trata de um assunto muito delicado e suas implicações: o estupro.

Adriana Negreiros fala em primeira pessoa, conta a sua história, e a entrelaça com histórias de várias outras mulheres, que tiveram suas vidas invadidas pela violência sexual, dentro e fora de casa, em todos os cantos do Brasil.

Uma obra corajosa, difícil e necessária, principalmente nos dias atuais, para que a gente possa pensar como esse tema acontece e é tratado na nossa sociedade, e como isso modifica a vida de quem é vítima para sempre. Sempre mesmo.

É importante comentar também todo o trabalho jornalístico que há na obra, que mostra uma grande pesquisa e cuidado ao abordar o tema. Adriana Negreiros não precisaria fazer isso, porque só o seu relato já é impactante, e mesmo assim ela é cuidadosamente jornalística ao apresentar fatos e fontes.

Um livro que coloca na mesa muitas questões que a sociedade tenta não falar. Um livro que dá raiva, que emociona, e que faz refletir. Nesses nossos dias, é mais do que necessário.
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Gislei Moura 24/09/2022

Doloroso
Nenhuma palavra seria possível para resenhar esse livro. Existe alguma mulher que tenha sobrevivido sem passar por qualquer tipo de violência sexual? Neste livro, Adriana conta, a partir da sua própria história, como o estupro é uma realidade terrível no país e tenta retirar diversos paradigmas que pairam sobre as vítimas, como o tipo de roupa, o horário, o local etc. É doloroso, mas necessário.
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Van 06/12/2021

A história da formação das sociedades humanas, sempre foi marcada pela violência e por imposição de um grupo sobre outro, características de relações marcadas pela busca de controle e de poder. Entre os grupos que, historicamente, sofrem com todo tipo de agressão e lutam para terem seus direitos assegurados estão as mulheres.

As mulheres, em variados momentos da história, quase sempre tiveram seus direitos e vontades negadas e por viverem numa sociedade patriarcal, na qual o machismo se faz presente, eram vistas como simples mercadorias/ enfeites.

Ainda hoje, apesar de todos os avanços, continua sendo comum vermos crimes contra as mulheres – assassinatos, violências sexuais, abusos psicológicos, entre outros. É neste contexto que a autora Adriana Negreiros, lança o seu livro A Vida Nunca Mais Será a Mesma, pela editora Objetiva.

A autora mostra grande coragem ao revisitar um dos momentos mais trágicos de sua vida, quando sofreu um estupro, e a partir disso discute os avanços legislativos/judiciários do combate a violência contra as mulheres no Brasil e no mundo. Também vale destacar a sensibilidade da escritora em dar voz a outras mulheres que também sofreram com uma série de violências, o que contribui para tornar o livro ainda mais enriquecedor e importante no trato da temática.

“Em um estupro, quando a mulher é submissa e faz tudo o que o estuprador manda, na verdade ela está lutando com ferocidade. Porque sabe, de forma intuitiva, que lutar contra o pavor, o nojo, a dor e a humilhação é talvez a única maneira de escapar da morte, e o medo de morrer se impõe a todos os outros. Não lutar corporalmente e, em vez disso, ceder, ser até simpática e cordial com o bandido pode parecer um comportamento covarde e complacente, mas no fundo é um ato de valentia.”

A leitura da obra A Vida Nunca Mais Será a Mesma é muito difícil, pelos inúmeros gatilhos e pela brutalidade de alguns relatos, o que provoca no leitor um sentimento de revolta, repulsa e pesar. É possível perceber o importante trabalho jornalístico feito pela autora, que além de apontar dados estatísticos sobre a questão da violência no Brasil e destacar os avanços que os grupos que lutam contra a violência à mulher têm conseguido no âmbito jurídico – uma destas conquistas foi a criação das Delegacias para Mulheres, em 1985. Também consegue dar voz a algumas sobreviventes desses crimes, mostrando a importância e o protagonismos delas nessas conquistas e no resgate de novas vítimas.

A violência contra a mulher continua sendo um grave problema da sociedade, com índices altíssimos de feminicídio – termo usado pela primeira vez em 1976, durante o Tribunal Internacional de Crimes contra as mulheres, pela socióloga Diana Russel. Assim, a literatura se torna uma importante aliada para o combate desse problema, pois é através da informação que a população poderá se conscientizar e buscar apoio cada vez mais cedo – seja de segurança, ou psicológico.


site: http://aartedelervan.blogspot.com/2021/12/resenha-vida-nunca-mais-sera-mesma.html
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Thams3 14/04/2023

Retrato impecável de Brasil (infelizmente)
Esperei um mês pra escrever sobre esse livro com a desculpa de digerir tudo do qual ele nos alimenta. Acontece que não foi possível digerir, como provavelmente nunca será.

Fui à livraria a fim de achar um livro que estava precisando para o TCC e não encontrei de forma alguma online - nenhuma foi a minha surpresa ao não encontrá-lo também, na livraria física. Pra não perder a viagem acabei pegando esse livro que ao meu ver poderia se relacionar, ainda que distante, aos meus estudos.

Esse livro é uma obra jornalística PRIMOROSA! Adriana consegue nos trazer referências de conhecimento público - midiático, nos contar histórias anônimas ao mesmo tempo que relata sua própria experiência. Tudo recheado de dados e Leis, de forma muito simples, direta e elucidativa. Sua escrita é tão fluida... que não fosse o peso dos relatos eu provavelmente teria acabado em um único dia. E é isso. O que esse livro tem de primoroso em questões "técnicas" tem de DOLOROSO em seu conteúdo. Foram diversos os momentos em que precisei pausar. Fosse pra andar pela casa, para respirar ou chorar. Como só de pensar em tudo, meu olhos já marejam.

Diversos sentimentos entre medo, frustração e raiva podem ser vertidos ao acompanhar essas páginas que gostaria eu, fossem lidas por todo o país, por homens, principalmente. Para enfim se enxergarem nesse lugar, porque nós mulheres já conhecemos muito bem a Violência, inclusive carregamos a culpa por ela. E estamos cansadas, porque nem todo homem, mas sempre um homem.

Que a indigestão causada por esse livro seja transformada em ferramenta de busca pela mudança da sociedade que vivemos ontem e hoje, pra que no futuro ele não possa ser lido como um retrato atual de nosso país.
Thams3 14/04/2023minha estante
A vida realmente nunca mais será a mesma




Sancha 09/05/2023

A violência sexual não é apenas individual, mas coletiva.
A violência sexual não é apenas individual, mas coletiva, com este título término a leitura na certeza de que este livro é urgente e necessário, para que possamos compreender algumas raízes da cultura do estupro em relação à sociedade.
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Fernanda309 25/07/2022

Esse foi um dos livros mais cruéis que eu já li e o mais triste de tudo é que ele assume essa característica simplesmente por representar a realidade.

Eu já não consigo mais contar a quantidade de vezes em que a raiva, tristeza ou o nojo me acompanharam ao longo da leitura. É um livro com um incrível trabalho de apuração de dados e relatos marcantes.

Só consigo pensar no quão absurdo as coisas eram para as mulheres "ontem", praticamente, na linha histórica e logo fico ainda mais inquieta com o tanto que ainda precisa melhorar.

Ser mulher e ler um livro como esse é experimentar sentimentos de angústia, raiva, impotência e medo.

Sem dúvidas, "a vida nunca mais será a mesma" vai ficar marcado tanto por todo o ensinamento que eu tive ao longo da leitura, mostrando inclusive tudo que eu ainda tenho pra aprender, quanto por me permitir compreender pelo menos uma fração minúscula da dor que muitas mulheres sentem.
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