Felipe Philipp 16/10/2021
De fato, Hawthorne sabe escrever, e escreve muito bem. O primeiro conto foi maravilhoso, A Marca de Nascença, quiçá um dos meus preferidos. Conto que demonstra bem o que uma obsessão pela perfeição pode levar, e como sabemos, nada no mundo é perfeito, nem mesmo a Natureza. Segundo conto, O Jovem Mestre Brown, o autor quer nos mostrar como falsas expectativas, podem literalmente nos levar a loucura, e nos enganar. Os diálogos nesse conto são fenomenais, eu não vou falar muito para não estragar. Depois temos A Filha de Rappaccini, aqui temos referência a Dante, o nome da filha é Beatrice, a amada e musa de Dante é Beatriz. Temos um jardim de Éden, um maniqueísmo entre ciência e natureza, uma tragédia estilo de Poe. E dentre vários trechos maravilhosos, esse eu amei: "Há algo mais verdadeiro e real do que aquilo que nós podemos ver com os olhos e tocar com o dedo.". O último conto, O Véu Negro do Ministro, uma crítica a hipocrisia puritana, todos somos pecadores e escondemos nossos pecados, aliás somos humanos, porém alguns preferem negar que somos pecadores, e que somos eternamente "puros".