Banzeiro Òkòtó

Banzeiro Òkòtó Eliane Brum




Resenhas - Banzeiro Òkòtó


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Clarice 08/02/2022

Eu fui transmutada por esse livro. Quando terminei de ler as suas mais de 400 páginas eu já não era mais eu. Lia em silêncio, mas gritava por dentro. De dor, de revolta, de raiva. Chorei. De tristeza e de emoção. A descrição de Eliane sobre o que ela vê na Amazônia me atravessava. Uma página me dilacerava e a outra me iluminava. Há pessoas que perderam tudo, mas também há tartarugas nascendo. Há muitas e muitas queimadas, mas também há borboletas amarelas. Há vida e morte. E ambas são narradas por ela na mesma intensidade. Banzeiro Okoto é um livro que te faz sentir tudo ao mesmo tempo e não sai mais de você. É perturbador. E não deveria ser diferente.
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Suelen 26/12/2023

Banzeiro Òkòtó
Foi extremamente difícil terminar essa leitura, tanto pelo tema quanto pela escrita que é bem arrastada.

É uma leitura super importante para que possamos entender melhor a realidade do Norte e da Amazônia. Muitas situações ali acontecem na região inteira, mesmo sendo contada do ponto de vista de Altamira.

Quando visitei Altamira no início de Dezembro de 2023, fiz questão de passar na frente de Belo Monte para poder compreender melhor o que aconteceu na cidade.

É triste demais os relatos contados e toda a situação política. Fico triste em pensar que a autora não conseguiu contar em sua totalidade a realidade da praça, pois existem situações extremas ali que ficam sem conhecimento público.
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Edu 20/06/2022

Amazônia em perspectiva
Eliane Brum faz uma obra sensível, urgente, pulsante e informativa sobre a destruição da Amazônia e a chacina de quem tenta a defender.

O percurso de exploração que remonta à época da ditadura e desagua no governo bolsonaro nunca foi interrompido, nem mesmo durante os governos de esquerda.

Por vezes reportagem, outros momentos auto biográficos, em algumas páginas um manifesto de defesa da Amazônia. Assim, Eliane vai construindo essa obra pessoal, pública e política.
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Flora.Lorena 12/02/2024

Narrativa interessante que conta um pouco da vida de Eliane Brum na Floresta Amazônica, desde suas primeiras reportagens até decidir morar em Altamira.
Além da parte autobiográfica a autora trás também as diversas lutas existentes para defender a floresta.
Uma leitura muito importante!
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Natalia 23/02/2023

Um livro imprescindível para os dias atuais e futuros. Uma denúncia corajosa sobre todas as atrocidades que assolam o território da Amazônia. Uma leitura obrigatória para todos que se sentem de alguma forma responsáveis por garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. Poderoso e forte.
Mas não posso dizer que foi uma leitura fácil. Por vários aspectos. Esse livro me tirou da zona de conforto, tanto pelo tema quanto pelo estilo da escrita. Nem mesmo o índice e a numeração dos capítulos era algo comum pra mim (passa para o lado para ver a foto do índice). Empaquei na leitura várias vezes, e pensei muito em abandonar. Confesso que as vezes eu tinha a impressão que estava lendo um jornal. E os assuntos abordados nesse livro eram difíceis de digerir, a cada página a raiva ia aumentando, a sensação de impotência, de ver o mundo se acabando diante dos meus olhos sem que eu possa fazer algo pra ajudar. E depois de um capítulo particularmente doloroso eu fechava o livro e via que a realidade ao redor estava igual ou até mesmo pior. É isso se repetia a cada capítulo. NÃO FOI FÁCIL. Esse livro deu vários tapas na minha cara, e me fez enxergar muitas coisas de forma diferente. Não tem como continuar a mesma pessoa depois de passar por essa leitura, alguma coisa em mim mudou. Eu fico grata por não ter desistido, e grata a @celinha_._nascimento e ao clube de leitura por ter escolhido esse livro, porque não é um livro que eu escolheria sozinha pra ler, mas é um livro que eu precisava ler.
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Naraiane.Martins 19/02/2023

RESENHA - Banzeiro òkòtó | @aquarelandosonhos
"A escrita me ancora, as palavras desenhadas são a força da gravidade que me mantem no chão."

Banzeiro òkòtó é surpreendente e singular do início ao fim. Eliane Brum, nos apresenta a Amazônia através do banzeiro, e uma vez imerso no banzeiro, não há como retornar o mesmo. Nas palavras da autora: "Não há sinônimo para banzeiro. Nem tradução. Banzeiro é aquele que é. E só é onde é.? Deste modo, pode-se compreender que ao ser capturado pelo banzeiro, nada mais será como era antes, dessa forma, ao concluir esse livro, o leitor sairá renovado - entretanto, faz-se necessário permitir que o banzeiro entre em você.

Observar a Amazônia como o centro do mundo - também nomeado por alguns especialistas, como o pulmão do mundo - nos traz uma visão corrente e ampla, de tudo o que está por trás da floresta. A partir dessa perspectiva, a autora nos apresenta os conflitos enfrentados desde a implantação de Belo Monte, o aumento da violência na região, os altos índices de suicídios entre os jovens, as dificuldades vivenciadas pelas famílias locais, a devastação das matas, a morte de inúmeros animais, o medo que domina a população de Altamira e a mulher enquanto personagem que luta para proteger a floresta dos invasores, do mesmo modo, que protege o seu corpo das mutilações fomentadas pelos homens brancos.

Eliane Brum, retrata a Amazônia para além do tradicional, levando ineditismo, sentimentos e humanidade para sua narrativa. Fazendo o leitor observar a Amazônia de um modo abrangente, indo contra a corrente do que é transmitido pelas mídias tradicionais, Eliane se coloca como peça do banzeiro e isso faz com que o leitor se conecte com o que está sendo retratado. Sendo assim, Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do mundo, carrega originalidade em toda a sua composição, desde a escolha do seu título, até a narrativa desenvolvida pela jornalista para contar as histórias daqueles que habitam o banzeiro de corpo e alma.
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Claudio 27/08/2022

Livro forte, mas não gosto do tom.
Um livro que mistura experiências pessoais da autora com suas opiniões. Mesmo que tudo aí escrito faça sentido em relação à vida na Amazônia e à proteção da floresta, o tom é muitas vezes panfletário e se perde um pouco na visão pessoal da autora.
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Christiane 06/06/2022

Que livro magistral e dolorido, dói ver o que se passa na Amazônia brasileira e Brum não se furta a denunciar, e penso que com isto ela mesma corre risco de vida. Foi neste livro que pude compreender melhor o que aconteceu com a construção da Usina de Belo Monte e os efeitos sobre a população ribeirinha, é terrível, é uma tragédia. Pessoas que viviam suas vidas, plantavam, pescavam, tinham uma casa perderam tudo e se transformaram e pobres, miseráveis, vivendo num lugar sem uma única árvore, ou seja, perderam completamente suas identidades, seu chão. Há depoimentos dilacerantes no livro. Crianças e adolescentes que se suicidam por ter perdido o sentido de ter um futuro, entre viver e ser morto ou se matar, optam por se matar. Doenças mentais, depressão, suicídios.
Mas há muita luta e resistência também, muitas mortes matadas, a cidade de Altamira considerada a mais violenta do país, e a diferença gritante entre os donos do poder e suas mulheres e os moradores.
Brum relata um pouco de sua vida, desde a infância no Rio Grande do Sul, e de como acabou passando pelo banzeiro, se aflorestou. É muito bonito de ver o processo. Há um capítulo sobre as tartarugas que é belíssimo, mas gera apreensão, medo de que elas não consigam fazer seu trajeto, a gente fica torcendo junto.
É um Brasil distante das grandes capitais, distante dos centros econômicos, é um Brasil profundo brasileiro invadido pelo agronegócio, por madeireiros, mineradores e hidrelétricas. A economia capitalista que destrói tudo que há de belo, tudo que é simples, que é natureza.
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PietraDH 14/10/2023

Acabei lendo por conta da faculdade e por ser uma obrigação não foi muito prazeroso num primeiro momento, mas agora relendo marcações e vendo o contexto atual vejo o quanto é necessário

também não posso reclamar da escrita de Eliane Brum, ela é incrivelmente informativa e poética ao mesmo tempo

muito interessante.
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Tiago 31/01/2023

Relato pungente sobre a Amazônia
Uma mistura de textos jornalísticos com relatos mais biográficos e pessoais se intercalam nessa que é uma grande denúncia da destruição pela qual a Amazônia e seus povos originários e tradicionais passaram e continuam passando.

Por vezes a autora assume declaradamente uma linguagem mais poética, o que eu achei interessante, mas também senti falta de algumas referências (como em relação ao conceito de translinguagem, que aparece de forma superficial). Sei que essa não se pretende uma obra acadêmica. Mas acho que faz falta para pessoas que se interessam pelas ideias mas não são iniciadas nessa discussão.

Por falar em referências, há uma seção de Notas no fim do livro com indicações de obras, textos e reportagens de onde algumas informações foram retiradas. O problema é que não há nenhuma indicação ao longo do texto que nos remeta às notas. Ou seja, acabam não servindo muito. A não ser que você vá garimpando as notas à medida que lê os capítulos. Não sei se isso foi intencional ou uma falha de editoração.

Enfim, achei o texto de Eliane Brum muito potente, mas confesso que também achei um pouco repetitivo e, consequentemente, cansativo. Talvez eu ainda não tenha sido capturado pelo banzeiro.
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Maria1691 03/02/2024

Maravilhoso
Eu queria dar esse livro pra todo mundo que eu conheço, pra qualquer um que eu cruzasse na rua. Espalhar esse banzeiro transformador por ai.
Parecem urgentes todas as palavras escolhidas pela gênia Eliane Brum para estar aqui, tão políticas e poéticas.
Ele grita por todos os Brasis que existem, tão invisíveis, por todos os povos da floresta, beradeiros, quilombolas, vítimas da Belo Monstro?

Fala da a autorização dada pela estruruta patriarcal, capitalista, aos homens, brancos, bilionários, grileiros, políticos piores ou melhores, de violar corpos: os femininos, dos povos da floresta ou da própria floresta.

Falou, pra mim, sobre existir violentamente enquanto pessoa branca, sobre o que fazer com o lugar que ocupamos e as noções de privilégio, mesmo quando não sabemos o que fazer. fazer o que ainda não se sabe, mas fazer.
A urgência de reflorestar, fisica e simbolicamente.
Recomendo muito!
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