Euler 07/01/2022
Leitura no celular, com o prazer de ser amigue dessa escritora que me nocauteou nesses últimos dois dias com um romance incrível. Há tempos o título da obra não me sai da cabeça, acho poético por mais que denuncie uma grande violência. No romance, Virgínia é uma mulher negra bem sucedida - isso já é por si um alento, muito necessário ver personagens pretas em contexto de vitória. - que se vê num relacionamento tóxico com um boy lixo. O ocó vai sugando a vida da personagem e conseguimos ver o percurso da violência contra as mulheres desde o começo até o estágio grave, a mordida. E mesmo Virgínia sendo uma mulher independente, militante, com rede de apoio, é interessante perceber como isso não a deixa imune, afinal os homis não prestam. Acho delicioso a trinca de amigas de Virgínia, uma mulher lésbica e uma mulher com nanismo que dão todo suporte à protagonista. O livro ainda não perde a chance de discutir sobre o racismo. Num romance curto, Jeovanna consegue trazer muito debate e mete os dentes sem dó na gente.
Há também muita criatividade na composição dos capítulos e é delicioso como o texto brinca nas
páginas. Esperando que esse prêmio vá pra Virgínia Mordida porque é um livro necessário e urgente.
A história é baseada em fatos reais, e queria abraçar a pessoa que inspirou Virgínia, que estejamos juntes num mundo sem boys lixo.
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