Karen 19/02/2022
ORGULHO E PRECONCEITO ou PLUMAS E PENACHOS?
Colorida, estimulante e bem-humorada graphic novel fundamentada nos mais emblemáticos peníferos da Disney, ORGULHO E PRECONCEITO, de autoria dos artistas italianos Teresa Radice e Stefano Turconi, reconta, mediante criativas associações de personagens e - salvo certos artifícios demasiado simplistas, a exemplo do complicador atribuído à trama de Lydia e Wickham - coerentes adaptações de peripécias, a indelével narrativa do mais elogiado escrito da britânica Jane Austen (1775-1817). Sem titubear, é válido alegar que todos aqueles que se comprazem com as clássicas figuras do estúdio de animação supracitado, tais quais Pato Donald, Margarida e Tio Patinhas - que, na referida produção em quadrinhos, encarnam Donald Duckcy, Elizabeth Pennet e Lord Patinhas De Bourgh, equivalentes, de modo respectivo, às criações austenianas de Fitzwilliam Darcy, de Elizabeth Bennet e de Lady Catherine De Bourgh -, além de admirarem a engenhosa, sagaz e moralizante veia inerente aos títulos da romancista central da Literatura Inglesa, divertir-se-ão com a história em pauta, cujo enredo, conforme o do texto original, divide-se em três volumes. Com efeito, sem que se constatem quaisquer corrupções de sua ideologia, mantêm-se vivas, por meio de uma releitura jovial, todavia, ponderada, a memória e a herança de Jane Austen, que certamente se orgulharia de averiguar ser sua obra tão versátil a ponto de a substância por ela encerrada servir a adaptações de variados gêneros e de distintas representações, inclusive aquelas em que se enfatiza uma linguagem cromática, lúdica e dinâmica, como se dá com as HQs.
- Karen Monteiro