paula_ti_na_mente 15/09/2024
Luto antecipado
Nesse romance narrado em primeira pessoa, nenhum personagem tem nome. Temos a protagonista que narra, o seu ex, a amiga, a filha da amiga e seus avós, e um breve lampejo da mãe da narradora.
O que você está enfrentando fala de amor ao próximo, mas é de um tipo de amor muito específico: aquele que te fulmina quando alguém que você já ama recebe uma sentença de morte, como um câncer terminal (o caso da amiga). Achei interessante a forma como Sigrid escreve, dentro da história temos mini histórias parciais, sua relação com a vizinha, com o ex, com a amiga, com o que a amiga diz de sua própria vida, o thriller que lê nas casas alugadas no Airbnb.
No lampejo de ajudar a amiga, a narradora se vê com o tempo vivendo o que para mim é um luto antecipado (da amiga, de ser uma mulher envelhecendo, solteira e sem filhos) uma saudade do que ainda não foi, mas que também não está mais ali. Uma história de empatia, luto, do saudosismo de quem viveu.