Caroline 31/10/2021
Narrativa brilhante, rica em alegorias.
Resenha por @carolinetargino
"Depois que foi o corpo meu ferido
De golpes dois mortais, a Deus piedoso
Alma entreguei, chorando arrependido.
Fui de horrendos pecados criminoso,
Mas a Bondade Infinda acolhe e abraça
Quem perdão lhe suplica pesaroso."
A Divina Comédia é um clássico-épico-fantástico, um grande poema estruturado em três partes, da qual Purgatório é o 2° volume.
Após a jornada através do inferno, que levou Dante e seu guia Virgílio descerem até o centro da terra, os poetas surgem enfim do outro lado do hemisfério e voltam a vislumbrar as estrelas. Eles se deparam com uma ilha na qual há um enorme monte que sobe aos céus.
O purgatório é um monte no qual só podem subir durante o dia, tendo que parar durante a noite de tão íngreme e difícil que é a caminhada, nele se encontram as almas que aguardam para serem avaliadas e saber se irão para o inferno ou paraíso.
Em sua jornada, Dante passa pelo ante-purgatório, local guardado por anjos, onde estão aqueles que viveram uma vida de pecados mas se arrependeram nos últimos momentos, e subindo o monte passa por 7 compartimentos (círculos) cada qual se refere a um dos pecados capitais, Orgulho, Inveja, Ira, Preguiça, Avareza, Gula e Luxúria, onde se encontram os seus pecadores a sofrer algum tipo de punição a fim de ter sua alma purificada. No topo do monte encontra-se o paraíso terreno (jardim do Éden), onde Virgílio desaparece e Beatriz, a amada de Dante, aparece para guiá-lo enfim no paraíso.
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Narrativa brilhante, rica em alegorias. Tal qual em "Inferno", temos vários diálogos repletos de críticas de teor filosófico, histórico, político e religioso. A linguagem é poética, antiga e erudita cujas notas de rodapé são fundamentais para a compreensão do texto.