bluesbird 19/02/2023
DECEPCIONADA
Se você está esperando um livro com partes equilibradas de aventura, flerte saudável, aprendizado sobre a raiz/ancestralidade junto com aquele mergulho estimulante na história do Rei Artur e sua nova herdeira/aprendiz... Você não vai ver NADA disso. Segue o conteúdo juntamente com minha revolta:
[ATENÇÃO! MUITO SPOILER!]
- A Bree passa o livro todo dizendo que quer dominar seu poder e ao mesmo tempo sendo estúpida com Arthur e Vera;
-Bree era muito mais autônoma e esperta no primeiro livro. Nesse, a autora baixou o QI dela, e aumentou a teimosia pra fazer sentido ela ser salva por seu novo interesse amoroso;
- Por consequência, ela não se salva em praticamente nenhuma situação, o que faz o final ser COMPLETAMENTE sem sentido. Ela não deu nenhuma demonstração de que estava disposta a aprender alguma coisa;
-Os demais cavaleiros da Távola mal aparecem, inclusive menos que no livro anterior;
-Nick? Quem é Nick? Ah, aquele meu ex-namorado dedicado (ou atual ninguém sabe), que eu mal lembro porque estou flertando e me pegando nosso "amigo" Sel??
- A maior parte do livro, até mais ou menos 70% se trata de Bree e Sel desenvolvendo um relacionamento tóxico. Eu jamais deixaria uma filha minha se relacionar com um chantagista grosso e possessivo daquele, a autora ROMANTIZA essa merda de comportamento e ainda faz o Nick ser descrito pela pessoa que tem a relação mais complicada com ele, à beira da inveja;
-A partir dos 74% o livro passa a ter uma ação um pouco mais consistente pelo que já tinha tido antes. Sel de repente muda de personalidade. O pobre coitado. Quem quiser que compre;
- A falta de respeito da Bree com sua ancestralidade negra me deixa muito puta. Aquele lance de resolver as coisas sozinha, ignorando o coletivo, a gente que é negra, sabe de onde vem.
[ATENÇÃO AO SPOILER MAIS REVOLTANTE]
Alice? Que Alice?? Ela tem uns dois momentos muito foda e depois, no pior momento da vida dela a sua amiga super poderosa escolhe A 🤬 #$%!& DO MAGO QUE TEM PODERES DE SE CURAR PARA SALVAR EM VEZ DA AMIGA PRIMAVIDAA EM COMAAAAAA:
- O final mostrando como a Bree, que só se preocupou em teimar e em como Sel era gostoso, fez um pacto com a entidade mais antiga, motivo de grandes desgraças há séculos, é simplesmente pouco crível. Se ela tivesse tido esse tino realmente tão cedo, ela teria feito muito menos merda e teria se comportado de fato como o ser poderoso que ela de fato é.
-Excalibur e Caldwich sendo tratadas como sei lá, sabe? Eu sou uma pessoa que já era introduzida ao meundo da Távola Redonda por meio de livro e música, então isso me deixa particularmente triste;
- Pra não dizer que tudo foi ruim, a parte do DRAGÃO foi muito massa!
É isso. No final, o que eu tirei desse livro: a autora acho que tava escrevendo Crepúsculo ou Corte de Espinhos e Rosas (no mau sentido) e DESTRUIU sua própria narrativa pra investir numa relação tóxica que, pode ter provocado alguma emoção nessa leitora aqui nos dois primeiros flertes, mas que depois ficou muito evidente que se trata de uma relação de dominância, com possessividade e chantagem emocional (destaque para o momento em que Sel fala mal do Nick e Bree acha tudo fofo, sem nunca ouvir o outro lado). Não comprei esse casal da capa, mas pelo modo como a autora escreveu esse livro e menciona Sel para sua ilustradora, ela realmente o escolheu para par da Bree. Boa sorte pras futuras leitoras, mas eu vou ficando por aqui. O que é uma pena!