Sol 62 08/05/2022
Escrito por Francisco Mangabeira, que com 18 anos, ainda estudante de medicina, participou da guerra de Canudos atendendo aos feridos, portanto foi testemunha ocular do massacre. O autor manteve-se engajado em lutas sociais. Após formado trabalhou no interior do Brasil, se envolvendo na Revolução Acriana, onde contraiu doença tropical e morreu jovem, antes dos 29 anos. É o compositor de hino do Acre. Dedica sua tragédia a um amigo, que morreu durante a guerra de Canudos quando também atuava no cuidado aos feridos.
A Tragédia Épica foi a forma encontrada pelo autor, para esclarecer seu ponto de vista em relação à Guerra de Canudos, que considera ter sido uma carnificina, onde as vítimas foram os sertanejos e também os soldados republicanos. Se recusa a denominar de inimigos aos sertanejos, pois considera que, mesmo em uma guerra, não há inimigos uma vez que a luta ocorre entre irmãos.
Os poemas retratam episódios da guerra de Canudos com uma crueza lírica que se torna dolorosa a quem ler, principalmente ao imaginar que o autor, canta em versos a realidade vivenciada por ele.
Alguns poemas me tocaram de forma mais profunda, tais como: A reza; A carta do soldado; A agonia do ferido; Crianças prisioneiras; Os cães; Mater.
Estou agora, dando um tempo a minha alma, para poder encarar Os Sertões de Euclides da Cunha.