spoiler visualizarAndreza_ 17/01/2022
Não é o meu preferido da trilogia
Foi delicioso finalmente ver o passado do casal, quando a vida era leve e feliz. Senti um cadinho de falta, porém, de acompanhar o despertar da paixão (que é uma das minhas fases favoritas nos livros de romance), mas entendo a necessidade dos saltos temporais.
Achei incrível que mesmo na conclusão da trilogia a autora conseguiu trazer plots novos e verdadeiras reviravoltas! Ah, menção honrosa para o personagem Chao, perfeito em todas as cenas, sem exceção.
No entanto, foi o que menos me agradou da trilogia. Vou explicar os pontos que me incomodaram.
O casal me irritou com o vai-não-vai deles. É totalmente compreensível dentro do enredo, mas me cansou. E daí que a partir de determinada página eu já estava esgotada e só segui adiante para ver como terminaria. Nem o epílogo eu curti (não foi ruim, eu só havia perdido o ânimo mesmo).
A autora foi genial com as explicações acerca da maldição, tudinho se encaixa, de todos os volumes. Porém, outro ponto que me deixou chateada (nos três livros) foi o modo como os personagens lidam com a maldição, dançando conforme a própria conveniência. Há momentos em que eles simplesmente decidem acreditar - ou não - na maldição e pronto; tratam o assunto como resolvido. Poxa, poderia ter sido algo mais concreto, pois o enredo tinha base para isso.
O tema da maldição, aliás, principalmente neste livro 3, foi tão explorado que ficou repetitivo. Sim, a gente entende que a maldição era um dos focos da história, mas eu não aguentava mais ler sobre tantas teorias e divagações que não levavam a lugar algum ou eram apenas confusas. Ou talvez eu só estivesse saturada do assunto mesmo, o que pode não ocorrer com você.
Não gostei da maioria dos plots com a aparição; quando os personagens poderiam ter realizado as mesmas descobertas de outra forma. Mas entendo que foi opção da autora acrescentar essa pegada mais mística para a história ficar com ar de fantasia, o que faz total sentido. A minha bronca aqui é que esse recurso foi usado muitas vezes e deixou a trama "fácil".
Ah, o livro traz um plot twist de cair o queixo, genial mesmo, não desconfiei em momento algum. Só que o "argumento" foi criado praticamente do nada. Fiquei tentando entender de onde veio o sentimento da pessoa, fosse qual fosse (paixão, obsessão, cobiça?), mas de todo modo não houve momentos suficientes entre os envolvidos para corroborar esse sentimento... e isso estragou a grande revelação da história. (Não sei se deu para entender do que estou falando; é que não quero deixar grandes spoilers aqui).
Enfim, eu pareço chateada porque o livro tinha tudo para ser uma perfeição e creio que fui traída pela minha própria expectativa elevada. O livro não é ruim, longe disso. Mas gosto de analisar os aspectos mais técnicos da construção/evolução na narrativa, argumentos coesos e também o meu sentimento global com a história (ou seja, se eu gostei). E ele apresenta pequenas falhas em todos os três pontos.
Dei 4 estrelas porque o livro é muito bom. Os detalhes que citei acima não invalidam toda a obra. Com toda a certeza do mundo lerei mais livros da autora, mas Um marquês enfeitiçado não rolou muito pra mim, não.