SimoneSMM 26/10/2022Fiquei me perguntando por que não havia lido esse livro antes. Mas já não sei se poderia. É um livro fundamental, esclarecedor de uma época, mas é um livro que dói, quebra um tanto a gente por dentro. A mim, quebrou. As descrições das torturas são dolorosas! A morte de Marighella dá um desencanto de sonho despedaçado, de potência desperdiçada, das possibilidades que não aconteceram. O tanto que a ditadura conseguiu matar me causa revolta! E uma dor profunda, um rasgo em meu ser, um bolo na garganta, um grito engasgado é o que sinto com a morte do sonho e da capacidade de sonhar, de ter convicções, de acreditar em si mesmo, causada em Frei Tito e, certamente, em tantos outros, representados por ele agora, em meu imaginário.
"O silêncio de sua quietude mística, povoada pela presença inefável do Pai, rompia-se por efeito de um pavoroso delírio: ele ouvia continuamente a voz rouca e autoritária do delegado Fleury, hóspede intruso do cérebro, do medo e dos porões da consciência de Frei Tito."