Marinna 19/05/2022
Despretensiosamente, passando por alguns livros na Martins Fontes, deparei-me com uma contracapa que dizia ?mulheres na segunda vida: mais inventivas.? Essa frase me fisgou por me relembrar que muitas vezes algo nos acontece para que possamos nos despertar do automático do cotidiano. A cada ciclo, a cada trauma, a cada novo aprendizado, surge alguém diferente do que foi e esse processo de autoconhecimento pode ser tão encantador quanto doloroso, mas tão misterioso quanto libertador também. A Belle foi uma psicanalista que, após dois diagnósticos de câncer de mama (2010 e 2019), viveu até o último segundo. Um livro relativamente simples, com um compilado de reflexões, trechos de seus trabalhos científicos e uma breve biografia, mas que - devagarinho- foi mostrando que podemos viver intensamente cada nova vida, observando que esta está além das coisas visíveis; está no cultivo diário dos detalhes, no olhar mais atento ao que nos cerca e na coragem de seguir nos reinventando quando os ciclos nos pedirem fluidez.