To Paradise

To Paradise Hanya Yanagihara




Resenhas - To Paradise


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bruno 01/12/2023

"I won't need to rest, not until I make it there, all the way to you, all the way to paradise."
Desde que eu li "uma vida pequena" fiquei completamente obcecado com a escrita da Hanya, resolvi, então, ler tudo que ela escreveu. Quando tentei ler "the people in the trees" não consegui terminar, pois não me conectei com a história, com esse agora não poderia ter tido uma experiência mais agridoce.

"To paradise" conta três história independentes, que se passam em séculos diferentes mostrando distintas versões dos Estados Unidos, onde o único ponto em comum entre elas é o anseio dos personagens em chegar ao paraíso, sendo esse paraíso um lugar físico, um sentimento, um escape de uma realidade etc.

A escrita da Hanya aqui tá perfeita como sempre, bem existencial e reflexiva, só que nenhuma das três histórias conseguiu me agradar a ponto de eu dizer que era uma favorita minha. A que eu consegui aproveitar mais foi a segunda e pra mim a pior foi a última, quando cheguei lá já não aguentava mais.

Uma coisa que me incomodou muito foi o fato de nenhuma história ter um final, ela simplesmente acabava em seu ápice. Se tirasse o amontoado de descrições desnecessárias e focasse no desenvolvimento dos personagens, uma ligação sequer entre as histórias e um final próprio o livro seria mil vezes melhor.

Apesar de não ter tido uma experiência boa com esse livro ainda consegui aproveitar as partes que eu gostei, ainda pretendo continuar lendo os livros que a hanya escrever e pretendo, também, dar uma segunda chance para "the people in the trees".

"I'm not scared because I'm worried it's going to hurt. I'm scared because I know my last thoughts are going to be about how much time I wasted?how much life I wasted. I'm scared because I'm going to die not being proud of how I lived."

"He felt at times as if his life were something he was only waiting to use up, so that, at the end of each day, he would settle into bed with a sigh, knowing he had worked through a small bit more of his existence and had moved another centimeter toward its natural conclusion."

"His path was never his own to forge, for someone had already done it for him, clearing obstacles he would never know had once existed. He was free, but he was also not."
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Evando 27/06/2022

Surpreendentemente bom
Antes de iniciar a minha resenha, o que já espero que venha a se tornar bem longa, pois sobre este livro há muito o que se falar, devo ser honesto e confessar três coisas: primeiro, após terminar a leitura de Uma Vida Pequena, o meu primeiro contato com a bibliografia de Hanya Yanagihara, eu achei que jamais teria paciência para ler algo mais da autora, pois achei tudo muito exagerado e prepotente; segundo, apesar da relutância que aquele livro me causou, no momento seguinte ao fim da leitura, o que ocorreu quando eu deveria estar prestando atenção na apresentação de seminários da faculdade, abri o site da Amazon e comecei a verificar os preços e sinopses de seus outros livros, garantindo a minha cópia em inglês de To Paradise” - isso somente após contatar a Companhia das Letras e ser informado de que, até então, meados de abril de 2022, não havia nenhuma previsão para a publicação de sua tradução; terceiro, pouco depois da metade da segunda parte do segundo livro, eu passei a aceitar o fato de que que Yanagihara certamente estaria entre os meus escritores favoritos.

To Paradise é um livro que não é apenas um livro, mas o conjunto de três livros próprios, publicados como um só e bem distintos entre si, por exemplo, quanto à época em que cada um deles é ambientado, o primeiro em 1890, o segundo em 1990 e o terceiro em 2090; a estrutura como as histórias nos são apresentadas: um deles possui a estrutura básica de um livro comum, linearidade e capítulos bem definidos, enquanto outro trata-se de um intercalado constante de cartas enviadas por um dos protagonistas e capítulos em primeira pessoa; e as temáticas abordadas, o primeiro sobre seguir os seus ideias próprios, o segundo sobre dependência - em seu conceito mais amplo, e por fim, o terceiro discute sobre a natureza humana em tempos tão turbulentos: uma pandemia.

Apesar dos três possuírem as suas particularidades, estes ainda possuem um ponto-chave em comum, o que também nos leva ao título do livro: uma busca infindável pelo paraíso pelos seus protagonistas, que pode ser compreendida distintamente de um leitor para outro. Apesar de tantas diferenças, alguns pequenos detalhes ainda se repetem, assim conectando a obra como um todo, como os nomes do personagens principais dos três livros, que são os mesmos: David, Charles, Nathaniel, Edward, Eden… e alguns dos seus sobrenomes, como Griffith, Bishop e Bingham; algumas das locações também são as mesmas, e, como nos demais escritos de Hanya, o Havaí e Nova York estão muito presentes.

Um fato curioso é que, pelo menos não oficialmente, os três livros não possuem conexões diretas, mas no terceiro, há uma breve referência ao que nos é contado no primeiro livro por meio de uma das visitas da protagonista à um contador de história. Portanto, não se sabe se todos os Griffith e Bingham possuem alguma ligação ou é apenas um artifício encontrado para a autora para que este conjunto consiga fazer algum sentido - o que achei incrível.

O primeiro livro, Washington Square, para mim, foi o mais desinteressante, mas o progressismo americano em 1890 foi genial, embora eu o julgue incompleto por conta de fatores que não serão aqui citados, pois podem ser entendidos como spoilers. O segundo, Lipo-Wao-Nahele, dividido em duas grandes partes, foi dicotômico: a primeira parte não me apeteceu tanto, mas a segunda me deixou curioso e entretido, a relação de pai e filho nela abordada me deixo curioso para o seu desfecho. O terceiro, Zone Eight, o meu favorito, e digo com tranquilidade que esse é merecedor de receber uma adaptação pela HBO à nível de Chernobyl, com a sua mesma carga emocional dramática e o mesmo filtro utilizado em tela, que deixa todas as imagens neutras e esverdeadas, passando uma sensação nostálgica por um futuro que nunca veio e esperamos que nunca venha. Neste último, a escassez de descrições me deixou bastante incomodado, mas ao longo da leitura, percebi que estava imerso em minha própria concepção daquele novo mundo, o que me fez perceber que foi um meio muito inteligente.

É impossível falar sobre algum livro de Hanya Yanagihara e não lembrar de elogiar a sua escrita: simples, fluída e bonita de se ler - mesmo nos momentos em que ela toma longos parágrafos para afirmar o que poderia ser feito somente com uma única frase, o que, infelizmente, torna um tanto cansativo. Todavia, a sua obsessão por homens homossexuais de meia idade e jantares de famílias ricas é sádica, preocupante e repetitiva, o que torna alguns de seus personagens muito iguais e com a ausência de uma personalidade própria. Entretanto, a sua coragem de deixar tantas perguntas sem respostas e tratar sobre temas polêmicos, o que falta em muito de seus colegas autores contemporâneos, deve ser sempre exaltada e reconhecida.

Felizmente, To Paradise é bem diferente de Uma Vida Pequena, que anda em ciclos quanto aos sofrimentos de Jude, possuindo uma atmosfera própria que não "gatilha" os seus leitores, porém os deixe igualmente melancólicos. Há momentos chatos, monótonos e desnecessariamente longos como em qualquer outro livro, mas também vários interessantes, desafiadores e surpreendentes, provando que Yanagihara não tem medo de arriscar, fazendo valer toda a ansiedade de seus leitores para o lançamento de seu próximo livro. Diferente do meu primeiro contato com ela, desta vez não estou cogitando nunca mais lê-la, pelo contrário, já estou procurando adquirir a minha cópia física de The People In The Trees.
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Alisson.Venazzi 16/09/2022

Uma enorme epopeia do cuidado humano
"Mas por trás de todas essas preocupações e pequenas ansiedades está algo mais profundo: quem somos de verdade, nossa essência, o que vem à tona quando todo o resto foi embora. Aprendemos a adaptar essa pessoa sempre que possível, a ignorar quem sabemos que somos. Na maior parte do tempo a gente consegue. E esse é o único jeito: a gente finge pra não perder a sanidade. Mas todos nós sabemos quem somos, lá no fundo. Se sobrevivemos, é porque somos piores do que sempre imaginamos ser, não melhores. Na verdade, às vezes parece que todos que sobreviveram são aqueles que foram astutos, ardilosos ou traiçoeiros o suficiente para sobreviver. Sei que acreditar nisso também é uma forma de romantização, mas nos meus momentos mais extravagantes faz todo o sentido: somos os que ficaram para trás, os restos, os ratos, se engalfinhando por migalhas de comida podre, as pessoas que escolheram permanecer na Terra enquanto aquelas que eram melhores e mais espertas foram pra um outro lugar com o qual só nos resta sonhar, porque temos medo até de abrir a porta pra olhar lá dentro."
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João Vitor 24/09/2022

Rumo ao paraíso
Desde abril do ano passando, quando o novo livro da Hanya Yanagihara foi anunciado, fiquei esperando sua chegada no Brasil. Além disso, depois de ler o célebre e polêmico ?Uma Vida Pequena?, a figura da autora muito me interessou. Vi e li entrevistas, comecei acompanhá-la nas redes sociais e o trabalho dela como editora chefe da revista de estilo da The New York Times. A mundo da Hanya, não só como escritora ou editora, mas seu ?lifestyle?, me deslumbrava.
?Ao Paraíso? é dividido em três livros. O primeiro, se passa em 1893, e o casamento entre pessoas do mesmo sexo é comum e legal. O segundo, se passa em 1993, um período assolado pela aids em Nova York, com flashbacks no Hawai'i. O terceiro, se passa em 2093, em um regime totalitário e uma humanidade marcada por doenças e pandemias. Hanya usa três vozes distintas para contar essas três histórias. Os assuntos abordados como família (com a paternidade em foco), esperança, (des)esperança, amor, perdas, desigualdade, solidão e humanidade, são os tópicos que rompem a barreira temporal e dão o nó entre as três partes. Os nomes dos personagens se repetindo, o sentimento de estar deslocado da própria história, de inadequação, e a busca do próprio paraíso ? físico & emocional ?, servem como um eco da ligação entre os três protagonistas. Sendo uma obra com muitas camadas, é quase impossível não se apegar e se emocionar em alguma específica, dependendo do que você está buscando ou do que está sentindo no momento. O livro 2, foi o meu favorito, e eu gostaria muito de um romance se desdobrando apenas nele, ou que ele tivesse ocupado mais páginas.
Hanya não teve medo de escrever uma obra que exigisse fôlego do leitor, ela se preocupa mais em ?como? contar, do que em o ?quê? contar, revelando todos detalhes aos poucos, sem se preocupar se o leitor iria perder a paciência e desistir da leitura. O que mais me encantou no livro não foram as histórias em si ? lentas em alguns momentos ?, mas a prosa da autora. A escrita da Hanya é elegante, detalhada, instigante e bonita de se acompanhar, mesmo nos momentos mais desoladores.

Escrevo sobre livros no meu insta: @jojoaaao
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Maria 26/02/2023

Decepção
A Hanya ta de brincadeira né cara, eu amo little life mas ja vi varias criticas sobre você enfiar tudo o que podia no livro e isso deixar exagerado, POIS AGORA EU CONCORDO, primeiro que não precisava de tantas paginas cada "livro" podia ter 70 que ia contar a historia do mesmo jeito, mas sem divagações inuteis que ninguém liga, ate os personagens mais interessantes se tornam chatos e as coisas interessantes você pula. Acho que você quis retratar 1000 coisas e não deu foco direito em nenhuma, ai ficou essa coisa ai sem pé nem cabeça
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