Resenhas - Louvor à Terra

ComTruise 02/05/2023

Um detour verdolengo pela filosofia de Han
Trata-se de um diário de jardinagem e tão somente. A paixão de Han para com seu jardim não se traduz em entusiasmo a seu leitor médio, nem engendra conexões com sua obra, tampouco permite novas interconexões e florescências naturalistas... encontramos apenas plantas e interpolações insuficientes. Se seu interesse é filosofia, procure qualquer outro livro do autor.

Clara 08/01/2023

Me senti realmente lendo um diário de uma pessoa apaixonada, no caso Byung-Chul Han apaixonado com seu jardim de inverno. Esse livro fala muito sobre a beleza, o amor, a Terra e a exploração da mesma. Algumas partes cita também a digitalização do mundo. É um ótimo livro para refletir sobre a exploração da Terra e como nós esquecemos de viver o presente, a vida e as simples alegrias que ela nos proporciona.

eurenato 31/12/2023

Andar descalço em terra firme.
Este é um livro para ser lido ao ar livre, preferencialmente descalço em terra firme (nada daquele papo de grounding, apenas a simplicidade do contato com o chão). Reparar no florescer, no tempo das plantas, desapressar.
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Exaurimos a Terra como exaurimos nós mesmos. A sociedade do consumo só produz esgotamento.
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O esgotamento provoca por conseguinte um esvaziamento, do tempo e dos dias, da vida. A viagem ao jardim é uma estratégia de preenchimento da vida, preencher de sabores, sons, aromas e texturas é uma forma de enfrentar o esvaziamento de sentido que a sociedade contemporânea nos empurra constantemente, como que num precipício.
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Se demorar pra não se consumir, silenciar para poder ouvir, respirar pra poder resistir. Não há uma fórmula do que fazer, cada um tem em si formas de encontrar sentido e preencher a vida. É uma luta constante contra a tanatopolitica e o projeto de desumanização que lançam sobre nós.
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Sobre a jardinagem em si, não tenho proximidade. Vejo meu pai capinar, apontando nomes às plantas que minha miopia botânica não permite identificar. Léxico próprio este, o das flores, das árvores e arbustos. A mim parecem intransponíveis. A ele é tudo muito familiar. Encontrar o familiar no fazer distanciado da lógica do capital é de se louvar e é o que preenche a vida de sentido. É fazer porque gosta. Sempre que possível.