Resenhas - Mário de Andrade por ele mesmo

Laércio Becker 06/07/2023

Melhorou, mas pode melhorar
Essa 3ª ed. da obra, de 2022, apresenta novas qualidades em relação às anteriores, de 1971 e 1977.
Graças sobretudo às inúmeras notas de rodapé inseridas por Flávio Rodrigo Penteado, que também assina o posfácio. Elas fazem remissões internas (principalmente às cartas publicadas no volume) e externas (a outras obras, documentos de arquivos etc.). E procuram, eventualmente, identificar pessoas e esclarecer fatos aludidos no texto.

Detalhe: sem perda de conteúdo. Os textos e paratextos da 2ª ed. foram basicamente reproduzidos, inclusive o prefácio de Antonio Candido (que, citado na capa, dá a impressão de ser novidade).

De resto, é basicamente uma reedição com mais notas de rodapé - mas não ampliada (não considero a adição do posfácio uma ampliação). Só que a correspondência publicada não corresponde à totalidade disponível. Poderia ter publicado documentos ainda inéditos nos arquivos de Mário de Andrade (IEB-USP) e Paulo Duarte (Cedae-Unicamp). Também poderia ter comparado as cartas publicadas com as disponíveis em arquivos, inclusive para completar as que Paulo Duarte censurou.

Enfim, como admite o próprio posfácio, ainda está por se fazer uma edição mais apurada dessa troca epistolar, tal como as da criteriosa coleção da Edusp. Enquanto ela não aparece, vale a pena substituir a 2ª ed. por essa.

Wagner 10/09/2022

AMANHÃ e TAPEAÇÃO
(?) Um inglês meu amigo, quando foi da primeira vez no Brasil, passou inicialmente três meses no Rio. Só conseguiu aprender duas palavras brasileiras: amanhã e tapeação (?)

DUARTE, PAULO. Mário de Andrade por ele mesmo. pg 186.