Ingrid 16/12/2023
Poxa vida....
Uma das maiores alegrias na vida de um leitor é julgar o livro pela capa, e dessa vez não foi diferente. A capa bonita, bem *aesthetic*, e com a oferta de uma história imperdível no estilo Dark Academia - sem contar os elementos fantásticos! Tinha tudo pra dar certo.
Entretanto... Por onde começar! Como uma pessoa que já foi acusada mais de uma vez de "tentar demais", deu pra notar que a autora tentou muito escrever uma nova A História Secreta, de Donna Tart. Ela tentou enfiar todos os seus personagens e a sua magia dentro de um contexto totalmente diferente, que pra mim pelo menos deixou a história nebulosa: os personagens se perdem em uma névoa de (supostos) mistérios e prazer, sem conseguir chegar a lugar algum. Os plot twists na verdade me confundiram mais do que chocaram. Os mistérios são resolvidos pelos personagens rapidamente. A magia não consegue ser descrita e explorada direito nem pelos próprios personagens, que usam termos imprecisos e muitas vezes subjetivos. Os personagens muitas vezes expressam sentimentos de origem totalmente desconhecida pra mim (Tristan especialmente me incomodou bastante).
Mas eu realmente me decepcionei com a magia. Livros como A História Secreta tem o objetivo de criticar certo tópico - A Sociedade de Atlas tenta fazer o mesmo, mas falha miseravelmente, porque não quer abrir mão do mistério que envolve a Sociedade para explorar sua podridão à fundo. Isso resulta no constante falatório dos personagens sobre como a Sociedade esconde informações, os engana e os usa, mas em nenhum momento eu fui convencida disso. E é tão difícil encontrar ideias diferentes de magia como essa, que não tem a ver com feéricos e etc, só pra variar um pouco...
Acho que apatia é uma boa palavra pra descrever minha jornada lendo esse livro.