spoiler visualizarLaryShelf 07/02/2024
Beleza e consciência
Um clássico da literatura, esse livro traz uma profunda reflexão sobre a superficialidade do ser humano e que todo excesso, bem como toda renúncia, traz sua própria punição.
Dorian era um rapaz aclamado por sua beleza e desenvoltura, exaltado por todos, principalmente por seu amigo Basil que, sendo um pintor renomado, resolveu criar uma retrato do amigo para imortalizar sua beleza (e, discretamente, demonstrar sua paixão). Ao finalizar, Dorian, tomado de vaidade e luxúria, roga, cheio de desespero, que pudesse permanecer como aquele retrato para sempre, jovem e belo, e seu pedido acaba sendo atendido. Enquanto ele mergulha num mundo de corrupção, cedendo aos seus desejos mais obscuros e tenebrosos, nada muda na sua aparência, mas o retrato sofre tudo, envelhecendo de forma horrenda a cada mal praticado por Dorian. Enquanto Dorian mantém sua beleza intacta, sua alma apodrece, mas as consequências disso só são visíveis no quadro que ele mantém escondido de todos durante anos, por vergonha e pavor do que vai se tornando a cada ato mal que comete.
Esse foi o livro curto mais longo que já li além de me infligir sentimentos bem controversos. Apesar de me fazer refletir sobre a verdadeira beleza, sobre a consciência que guia nosso caminho e o que nos tornamos sem ela, também foi um livro extremamente cansativo de ler já que, mesmo o autor deixando seu ponto claro, ele insistia em repeti-lo incansavelmente com comparações desnecessárias, até a exaustão. Esse, com certeza, foi o único ponto negativo da narrativa, mas é compreensível se levarmos em conta a época na qual o livro foi escrito, onde floreios e metáforas eram o auge da escrita romântica.
É bem impactante ver o caminho que Dorian Gray resolve trilhar, sua transformação a medida que os anos passam. Sua aparência, sua beleza, sem mantém, mas a feiura de sua alma corrupta exala visivelmente até o ponto dele cometer um crime e levar outros à morte. O final foi digno da história. Como diz o próprio autor: "Dorian Gray, tendo levado uma vida de mera sensação e prazer, tentar matas a consciência (o retrato), e acaba matando a si mesmo. É uma profunda reflexão sobre a efemeridade da vida quando os prazeres momentâneos são mais valorizados do que o caráter construído.
Um livro com uma moral tremenda para qualquer um que estiver disposto a vê-la.