Fazendo Ana Paz

Fazendo Ana Paz Lygia Bojunga




Resenhas - Fazendo Ana Paz


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Andre.Pithon 10/01/2024

Tenho lido muita pouca ficção, mas vou tentar empregar um mínimo de esforço para janeiro não ser tão desastroso. Obrigado UFSCar por me dar um chute surpresa e me lembrar que nossa, preciso ler, e correr uma novela em uma madrugada. Lygia Bojunga tem alguns contos excelentes, mas essa novela caiu meio previsível e não muito impactante. A prosa é gostosa, fluída, natural, e próxima o bastante da realidade para fluir rápido.

Mas o livro se perde. É um livro sobre escrever um livro, sobre um autora atormentada pela personagem central, a titular Ana Paz, e como era difícil construir sua narrativa, como aspectos da trama lhe escapavam. E é um conceito bom, com momentos fortes, esse aspecto do livro sustentando toda a narrativa. Mas mais da metade do livro não é esse metatexto engraçado, e resume-se a mero texto, ou seja, grande parte do livro é a história de Ana Paz. E nisso, é uma história comum, genérica, cujo único aspecto intrigante é sua construção, e não sua forma construída.

Ótimo conceito, execução que me deixou desejando mais.
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Samira_santos 16/07/2023

BOJUNGA, L.
Livro lido para a faculdade e eu não estava dando muita coisa por ele, mas me surpreendeu bastante, positivamente. Lygia cita outro de seus livros nessa obra, o que é bem interessante e ter conseguido pegar a referência me deixou bem satisfeita. Apesar de ser uma obra infantojuvenil, considero válida a leitura por parte de adultos, visto que as histórias de Lygia Bojunga têm muito mais do que se pode ver na superfície.
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Sidney.Prando 04/04/2022

Somos livres somente se soubermos que o somos
“Fazendo Ana Paz” é uma breve história de uma personagem que, assim como a narrativa, é poeticamente curiosa.
O livro começa com a personagem escrevendo uma personagem fictícia, Raquel, de apenas 10 anos e que tem um amigo imaginário chamado André. Depois fez uma personagem chamada Ana Paz que odeia ser chamada por algo diferente de “Ana Paz”; depois faz uma moça jovem de 18 anos enamorada pelo Antônio e faz até uma senhora de 80 anos. Porém, todas as personagens são iguais, “uma mancha” e desaparecem tão misteriosamente como apareceram. Consequentemente, somos levados a pensar sobre a criação desses personagens, a ligação (ou não) deles com quem as escreve e o vazio sentado no sofá ao lado dessa narrativa que brinca de ser e não ser ficção.

Para mim, há muitas coisas que me chamaram atenção nesse livro, como o significado da carranca e a relação escrita=memória, mas o que eu vou chamar de “click” (uma das interpretações possíveis), é a cereja do bolo.
Entendemos por click o momento que Ana Paz percebe que viveu a vida toda como uma personagem de sua própria história, e não uma autora-personagem, ou seja, viveu até então a sombra de outras pessoas. Essa sombra é representada pela figura masculina, seja ela a de um pai misterioso, de um namorado ou de um filho. Porém, ela percebe que chegou a hora de escrever a própria história, de fazer valer a sua liberdade e que para isso, é preciso “destruir” tudo o que ela é para então “construir” algo completamente novo.
Assim, o livro nos leva a questionar sobre como vivemos a nossa vida e se a vivemos como queremos (se somos autores-personagens) ou se estamos vivendo uma vida vazia (personagens/sombra de algo); nos leva a pensar também que muitas pessoas morrem sem antes passarem pelo click e os que passam, mais comumente na velhice por estarmos mais perto do fim, muitas vezes são contrariados (por si mesmos ou por segundos) pela idade avançada.
O livro carrega questões existencialistas e por isso, é um prato cheio de realidade. É fantástico!

site: https://www.instagram.com/p/Cb7tOc3OIGf/?utm_source=ig_web_copy_link
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Lay 22/08/2021

Fazendo Ana Paz
Eu li esse livro pra escola. O livro é bem rápido de ler e não é uma leitura chata e cansativa. Uma leitura rápida e muito boa. Eu gostei da maneira como a escritora trata as suas personagens foi interessante de ler.

"E hoje ela foi."

???,5
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Daniel 05/02/2021

Surpreendeu de certa forma
Eu esperava outra coisa quando comecei a ler esse título da Lygia Bojunga, por ele fazer parte da "trilogia do livro". Mas ele foi uma boa surpresa, uma narrativa inteligente e delicada. Acho que ele realmente deixa a trilogia bem redonda com os outros dois títulos. E como sempre, gostei muito das informações complementares que a autora sempre deixa ao fim dos seus livros.
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Thalya 18/06/2017

A Metalinguagem em Fazendo Ana Paz
Conhecida tanto nacionalmente quanto internacionalmente por seus livros infanto-juvenis, "A bolsa amarela", "Os colegas", "Nós três", entre tantos outros, Lygia Bojunga Nunes — ou somente Lygia Bojunga — nos apresenta sua faceta artística, que como no exemplo de demais escritores, Gabriel Garcia Márquez, Ítalo Calvino, Stephen King etc, discutem sobre o processo criativo. No entanto, em "Fazendo Ana Paz", sua conversa é informal, contada de forma lúdica, acolhedora e principalmente, preocupada em revelar o mundo de perguntas que reviram na mente dos escritores, ao público que desconhece essa experiência.
Em suas obras, sua vida parece se fundir em diversos aspectos com a vida de suas personagens. Ana Paz, a protagonista de "Fazendo Ana Paz", tal como Lygia nasceu no Rio Grande do Sul e se mudou quando na juventude para o Rio de Janeiro. Essa proximidade e conexão talvez impliquem na razão de não conseguir dar um desfecho para a personagem.
Além disso não houve planejamento, e o inacabamento das personagens as torna de certa forma mais humanas, citando Nietzche, "humano, demasiadamente humano". Cada personagem surgia por vontade própria, embora no decorrer mostrassem possuir alguma conexão com a estória. Ana Paz chega para a autora e se apresenta como uma garotinha de oito anos de idade. E num frenesi revela muitos fatos sobre si mesma, mas "desaparece", o que frusta Bojunga, que gostaria de dá-la voz e ouví-la. Entretanto esse desaparecimento de inspiração não dura muito tempo: "E daí que depois de mais duas semanas no branco, eu senti a urgência de fazer uma moça. [...]." página 16. E esse sentimento a faz dar vida a outra personagem, que a primeira vista não possui conexão com a garotinha sumida. Porém no romper de mais uma criação, uma velhinha solitária, Lygia percebe a relação temporal entre essas três personalidades diferentes: ambas são Ana Paz. A Ana Paz-velha é o presente das outras, Ana Paz-criança e Ana Paz-moça.
A Ana Paz-Velha decide voltar à sua cidade natal no Rio Grande do Sul, para rememorar e como para se eximir de haver esquecido da promessa feita ao pai: "promete que tu nunca vais te esquecer da carranca [...]." página 14. A carranca é o símbolo da união dela com seu pai, já que muitas de suas conversas eram sobre essa figura mítica.
Assim tecendo inúmeras personalidades que também irrompem sem o seu controle, Lygia demonstra que o escritor não controla suas criações; numa relação de Victor Frankenstein e sua criatura. E daí pode-se remeter às teorias freudianas sobre o inconsciente e sua linguagem. Como vê-se, uma proposição pode levar a outra, tal como: nossas vidas seriam fragmentos do passado e presente? O livro permite abrir discussões sobre o mundo ficcional e o mundo real, afinal trabalha com isso diretamente, tanto que por vezes a linha entre esses dois mundos se torna tênue e quase convergente.
"Fazendo Ana Paz" é uma composição, como todas as produções de Lygia Bojunga, acessível e apreciada por todos os públicos. E a razão disso é que traz um universo paralelo onde nossos anseios e sonhos são postos em voga. Mesmo que o escritor seja quem os cria e modula, na verdade esse universo se tece através da empreitada do leitor e escritor — e quem sabe até pelas personagens — da mesma forma que escreveu João Cabral de Melo Neto em "Tecendo a manhã": "um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. [...] " Parodiando: um escritor sozinho não tece uma obra: ele precisará de leitores.

Thalya Amancio
Aluna de Letras/Português em campus FECLESC — UECE
2017



site: thalyalee.blogspot.com.br
Fagner.Medeiros 20/11/2017minha estante
onde e o lugar que a histora predomina ?
que tipo de narador e ex 1* pessao narador personagen ?
qual o tema central da obra ?
que genero pertence a obra ?


Thalya 25/02/2018minha estante
Fagner, eu diria que a história é mais psicológica, então não existe necessariamente um lugar predominante. Essa é uma das características da literatura contemporânea. Mas, podemos dizer que por parecer uma autobiografia, é só vermos de onde a autora, Lygia Bojunga veio: Rio Grande do Sul e para onde se mudou postumamente, Rio de Janeiro.
Você pode ver que boa parte das suas perguntas já estão dentro da minha resenha, como: o gênero - algo complexo de separar, não acha? - meio autobiográfico, drama; o narrador, primeira pessoa; e tema central: essa "briga", relação entre o autor e sua criação.
Espero ter ajudado, mesmo que esteja atrasada.




Lau 04/02/2017

Muito bom!
Livro que faz uma reflexão sobre o ato de escrever. Adorei!
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Flowers 15/08/2012

Ana Paz teimosa
Essa foi mais uma das minhas leituras relâmpago dos livros de Lygia Bojunga. Esperei tanto pra ler, que a sede já estava me sufocando. Foi na Bienal que resolvi terminar essa espera e agarrar de vez mais essa maravilha da minha querida escritora, que sempre me arranca suspiros, faz brotar sorrisos em meu rosto e umedece meus olhos nessa linguagem tão simples, tão Lygiana e nessa leitura tão envolvente e gostosa.
A leitura aconteceu entre o caminho de volta da 22ª Bienal do livro e um intervalo de aula. Maravilhada. Foi como fiquei durante a leitura.
Logo de cara reencontrei a Raquel (Bolsa Amarela), dessa vez soube como foi que ela nasceu, teimosa, insistente e determinada como era mesmo no seu livro.
Depois já me apaixonei pela Ana Paz menina. Teimosa, saudosa e terna...
Adoro essa coisa da trilogia que a Lygia publicou, essa relação do escritor com o personagem, essa briga, teimosia, insistência em existir, mesmo que apenas na ficção, mesmo que apenas no livro... Fez lembrar minha leitura do livro Paisagem...aquele Lourenço cabeça-dura!
É uma leitura diferente, que foge ao senso comum, quem está acostumado com enredos prontos, vai se decepcionar, mas quem curte o diferente, o novo, a curiosidade de saber como se sente a personagem vai adorar essa leitura.
Não posso deixar de dizer ainda que minha inspiração renasce sempre que leio Lygia...como já disse, sou toda sorrisos e suspiros...
Minha memória e sensibilidade ficaram logo aguçadas quando terminei a leitura, mas aguçadas de tal forma, que o lápis depressa se encaixou em minhas mãos e passou escrever o que havia sentido. Rabiscando tímida e alegremente uma mensagem em agradecimento à Lygia, essa mulher que me escreve.
Preciso agradecer por me fazer mais uma vez lembrar tanto da minha infância, da casa que foi derrubada lá em Montanha, do meu retorno lá ano passado, das minhas memórias com vovô Firmino e principalmente, da falta que me faz a calçada onde tanto brinquei, li e escrevi.
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Eduardo 02/04/2010

Sobre a passagem do tempo
Excelente. É bem o que diz a sinopse ali na página do livro. O livro é narrado por uma escritora e conta sua relação com alguns de seus personagens: ora é a busca dela por suas criações, e ora são os personagens que vão atrás dela. Belo drama criativo: os personagens surgem de repente, mudam tudo o que a escritora planejava pra seu livro, às vezes somem (para desespero da escritora) e às vezes ressurgem, já bem mudados. Tem muito de Lygia nesse livro aqui. Todo livro dela é assim, né? Mas aqui temos muito da Lygia-escritora, em seus momentos de criação. Afinal, a narradora dessa história é um alter-ego de Lygia. Três personagens centrais guiam a história. mas não se trata de um caminho linear, nem "guiar" é o verbo correto. Três personagens que saltam da categoria de meros persoagens estáticos, à espera da sanção da autora quanto a seus destinos. Três personagens que tumultuam o caminho da história, e que fazem deste "Ana Paz" um livro dfragmentos, de tentativas. Vários pedaços de histórias, que juntas, numa bricolagem (acho que posso dizer isso), resultam numa história só, muito ampla, que abrage narrador, personagens e escritor, criador e criaturas que se avizinham.

Quanto à linguagem... ah, é a velha linguagem bojunguiana de sempre: velha, no sentido de conhecida, de habitual, de caseira, porque a linguagem de bojunga é uma delícia (eu sempre digo isso), moderna, rápida, um samba (lembrei de "Os colegas" agora), um ritmo sem-igual.

Curioso notar que o cenário escolhido ara as três grandes personagens (criadas pela narradora, pois se fossêmos falar em grandes personagens do livro "Fazendo Ana Paz", seriam 4, pois incluiríamos a narradora, às voltas com sua história eteramente em construção), o cenário escolhido é uma casa. Nesse caso, trata-se da casa onde Ana Paz (todas as três personagens são Ana Paz, mas em momentos diferentes da vida: criança, jovem, idosa) passou sua tumultuada infância, marcada por lacunas e fragmentos (e veja! não é este livro marcado por fragmentos e lacunas?). Nessa casa, as três Ana Paz se encontram. É curioso porque não é a primeira vez que Lygia enche uma casa de simbolismo, que Lygia usa uma casa como metáfora para algo dolorosamente humano:

Em "A casa da Madrinha", outro livro da autora, protagonizado pelo menino Alexandre, a casa representa uma fuga da realidade dura para a fantasia. Lá a casa é um lugar íntimo, onde se realizam os desejos que mal conseguem ser esboçados na vida difícil do menino. Aqui, em "Fazendo Ana Paz", a imagem da casa representa a volta ao passado, à infância, à juventude. Essa é a história de Bojunga com menos linearidade na narrativa, justamente pelos fragmentos que falei há pouco; e mais ainda, justamente pela intenção da autora: uma volta ao passado para reconstruir os fragmentos. Reconstrui a casa. Reconstruir o tempo! Não se trata de uma volta para a contemplação; é uma volta para acertar as contas com o passado, consigo mesmo. Novamente, Lygia usa a "casa" como um lugar íntimo, humano, dolorasamente humano.
Fagner.Medeiros 20/11/2017minha estante
onde e o lugar que a histora predomina ?
que tipo de narador e ex 1* pessao narador personagen ?
qual o tema central da obra ?
que genero pertence a obra ?



Fagner.Medeiros 20/11/2017minha estante
onde e o lugar que a histora predomina ?
que tipo de narador e ex 1* pessao narador personagen ?
qual o tema central da obra ?
que genero pertence a obra ?
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