Paulo de Tarso Lira 27/03/2023
O SABOR da VINGANÇA pode ser AMARGO até para os LEITORES
Com certeza, de toda a trilogia, esse é pior livro.
Se começarmos a leitura dos primeiros capítulos e depois pularmos direto para o "Livro 4", não faz diferença alguma na narrativa, tem muita enrolação e nada é relevante.
No livro um (Nervernight), me incomodou bastante o fato de todos os acontecimentos convergirem em Mia Corvere, entretanto tínhamos personagens muito carismáticos e um mundo a ser desenvolvido, a aprendizagem natural da protagonista é uma condição para descobrirmos coisas junto com o ela.
No segundo livro (Godsgrave), que na minha opinião é o melhor da trilogia, há histórias paralelas, que acontecem independentemente da história principal, Mia descobre informações relevantes sobre sua família, descobre como funcionam seus poderes, as cenas de ação são bem escritas, conhecemos como funciona a mentalidade política e social daquele universo.
Mas, no terceiro livro, tudo é, injustificadamente sobre a Mia, todos a desejam, brigam por ela, ela é boa em tudo, quando digo em tudo, é tudo mesmo, tenho a impressão de que tudo é muito fácil e muito simples de ser resolvido, destoando dos dois livros anteriores, tornando-se uma história forçada e chata.
O escritor ressuscitou um dos melhores personagens, na minha opinião, O Tric. Mas não entendi o porquê dessa triste decisão, ele não serve pra nada nessa história. Haaa, lembrei de uma coisa, serve apenas para ser um babaca iludido que faz tudo pela Mia, até mesmo implorar a deusa para voltar a viver, por causa dela.
O relacionamento Mia e Ashlinn, sooa muito involuntário no segundo livro (Godsgrave), porém, no terceiro livro (Darkdawn), ele forçou muito, principalmente por transformá-la em uma personagem coadjuvante totalmente esquecível, eliminando ou, esquecendo sua complexidade e malevolência nas palavras, resumindo-a ao par amoroso que reforça qualidades da protagonista e cenas de sexo 'intermináveis'.
Um ponto positivo, é o vilão, adorei o Scaeva, ele rouba a cena, por causa dele, consegui chegar ao final do livro, em conjunto, os descobrimentos macabros de alguns segredos da biblioteca e a própria igreja do Bendito assassinato.
Enfim, é triste terminar uma história que começou tão bem, porém com um final tão broxante e desanimador, não entendo quais foram os critérios exigidos para publicação desse livro. Suponho que um deles, era a quantidade excessiva de páginas, isso tornou a leitura redundante e cansativa. Jay Kristoff é um bom contador de história, mas, isso prova que, até mesmo a vingança pode ter um gosto amargo no final, principalmente para os leitores.