Caderno proibido

Caderno proibido Alba de Céspedes




Resenhas - Caderno proibido


221 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Julia 13/06/2024

" Talvez existam pessoas que, conhecendo-se, conseguem se tor-
nar melhores; eu, porém, quanto mais me conheço, mais me perco."
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Paola 11/06/2024

Uma jornada de autodescoberta
"Caderno Proibido" é uma obra que nos conduz pela vida de Valeria Cossati, por meio de seu diário, começado em um domingo de outono. Este diário, comprado ilegalmente em um domingo, torna-se um potente instrumento de autoanálise, um objeto que Valeria precisa esconder de todos os outros.

Desde o início, o diário assume um papel de confidência e transgressão, permitindo que Valeria explore suas inquietações sobre as relações familiares e a rotina diária. Escrever torna-se um ato de culpa a ser mantido em segredo, mas também é uma ferramenta que lhe dá uma nova perspectiva, revelando uma compreensão mais profunda da vida além das aparências superficiais do dia a dia.

O diário marca um ponto de virada na vida de Valeria, delineando uma separação clara entre seu "eu" social, moldado pelas expectativas externas, e uma subjetividade mais autêntica, que emerge gradualmente conforme as páginas do diário são preenchidas. À medida que essa transformação se desenrola, o leitor é levado a uma proximidade íntima com Valeria, quase como um amigo confidente.

A habilidade de Alba de Céspedes está em capturar a complexidade das emoções e a evolução interna de Valeria. "Caderno Proibido" é uma exploração profunda e sensível da busca por identidade e autenticidade, um testemunho da luta silenciosa de uma mulher contra as imposições de sua realidade.

Recomendo fortemente "Caderno Proibido" para aqueles que apreciam uma narrativa introspectiva e poderosa, capaz de nos fazer refletir sobre nossa própria existência e as máscaras que usamos.

A leitura deste diário é uma experiência envolvente e transformadora, que permanecerá comigo muito tempo após a última página.
comentários(0)comente



Ingrid Bays 08/06/2024

Escrevo, logo existo
A escrita mantém Valéria viva, de muitas maneiras. A escrita a salva (ou a condena?) a sua realidade - que é culturalmente imposta. Valéria resiste por meio das palavras que avassalam seu caderno proibido.

Eu me senti gritando nas folhas com a Valéria.

Onde cabemos diante de tantas atribuições que nos são impostas?
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Caroline.Jacoud 06/06/2024

A escrita como recurso terapêutico
Ao começar a escrever sobre seu cotidiano nas páginas de um caderno, Valéria estreita laços com sua própria intimidade e se surpreende com os efeitos desse exercício, na medida em que retoma a atenção para si no espaço-tempo, ainda que o faça escondido.

escrever nesse caderno proibido a provoca intensos sentimentos ambivalentes. Isso porque, mesmo que experimente certa sensação de liberdade e ímpetos de mudanças, o despertar também lhe assusta. ao confrontar suas próprias percepções, estas consolidadas ao longo de uma vida, Valéria se vê perdida entre o que aprendeu e o que agora parece desejar.

vivendo nos anos 50, em Roma, casada há 23 anos e mãe de dois filhos jovens adultos, estamos falando de uma mulher desde muito nova engolida pelo trabalho doméstico e pela maternidade, que tem seus esforços (como já sabemos) invisibilizados, já que são concebidos como naturais. então, sem se dar conta Valéria vive assim, dia após dia dedicando sua vida à sua família, sustentando um casamento fracassado e se responsabilizando por tudo e todos. até comprar o tal caderno proibido.

Ao colocar em sinceras palavras suas percepções e, com isso, ter a chance de refletir sobre seus pensamentos e atitudes, Valéria pôde se questionar sobre o lugar que ocupa, suas funções, sobre as consequências de suas escolhas, sobre sua individualidade e seus desejos.

É escrevendo que ela passa a entender a relação problemática com sua filha, Mirella, ao conceber que as diferenças entre as duas não se configuram pelo desrespeito, mas pela coragem. Como é difícil para uma mãe aceitar que a filha é disruptiva ao ponto de trilhar caminhos não melhores, mas guiados pela lucidez dos próprios desejos. Algo que Valéria não pôde fazer, seja pelo medo, seja pela falta de recursos, ou os dois.

É escrevendo que Valéria constata a solidão que invadiu seu casamento, que percebe que o amor deu lugar a outros sentimentos, talvez até equivalentes, mas diferentes daquele primordial que embasa uma relação amorosa. E é escrevendo que Valéria também sente quando a paixão a encontra novamente.

No "Caderno Proibido" a personagem principal conhece seu mundo interior, entra em contato com suas maiores inquietações e medos, deságua em lugares desconhecidos, experimenta sensações que lhe foram negadas. Há amor, revolta, contentamento, esperança, e há também indecisão. Mas, tudo isso, porque escreveu.
L
comentários(0)comente



Mare25 06/06/2024

?Uma das elementares obras do século XX, da autora ítalo-cubana (que inspirou Elena Ferrante) na qual o leitor acompanha o que Valeria Cossati - mulher de classe média, 43 anos - escreve em seu diário durante seis meses de sua vida.
?Por meio desse registro ela perscruta sua vida corriqueira e enfadonha, na medida em que pondera sobre o casamento com Michelle, a relação e convivência com os pais, a maternidade, as amizades, o emprego e, especialmente, a conjuntura do mundo feminino nos anos 1950, permeada por condições históricas e impasses na sociedade.
?Ao longo da narrativa, a escritora exibe temáticas modernas, disseminando os reveses 'ainda' defrontados pela mulher para cumprir seus compromissos: filha, esposa, mãe, amiga, profissional e firmar sua identidade.
?Leitura aliciante e impetuosa que me deixou impressionada, originando um aglomerado de sentimentos concomitantes de: desagrado, fúria, ternura, aflição, remorso, mágoa, frustração, dentre outras sensações.
?Amei ler esse romance escrito numa linguagem primorosa e óbvia e muito mais no tocante à opulência da escrita de AC que ocorre, na sua essência, pela perspicácia e lisura com as quais desvelam os raciocínios da protagonista. Corrobora-se o poder da escrita, haja vista Valeria visibilizar no caderno um espaço de descoberta da própria identidade.
comentários(0)comente



Rafaéla 05/06/2024

Sentimentos
Ao ler o caderno proibido você entra em um universo de sentimentos contraditórios que Valeria sente. É incrível como ela descreve por meio de sentimentos cotidianos dores comuns a muitas mulheres ainda no cenário de hoje.

A mulher que dá lugar a mãe e se torna só. Onde não se tem mais espaço para a conjugalidade e nem para a própria individualidade. Uma mulher que perde o nome.

Ao mesmo tempo em que Valeria também projeta a vida que teve como a única possível e tenta aplicar a todas as demais mulheres, dando espaço também para sentimentos tão recriminados socialmente como a inveja. Se vê distante da realidade que a mãe teve, ao mesmo tempo em que por vezes deseja a vida livre da amiga e se assusta com a relação e como a filha vê/enxerga e se mistura/distancia da filha.
comentários(0)comente



Mariana 03/06/2024

Fica tão feliz de ter já ter lido esse livro e saber que reler, um dia, vai ser melhor ainda. escrita preciosa, personagens envolventes e tão reais. a simplicidade de um diário e de um cotidiano surpreendente bom de acompanhar. algumas questões me deixaram levemente irritada e acho que isso me aproximou demais da protagonista
comentários(0)comente



Fabrício Cardoso 29/05/2024

Um gemido feito literatura
Caderno Proibido é um livro tenso, não só porque Valeria, a narradora, registra intimidades às escondidas, temendo flagrantes. O mais asfixiante é a opressão da individualidade das mulheres do pós-guerra, nos anos 50. Toda forma de libido é sufocada e não há outro caminho a não ser acelerar o envelhecimento. A renúncia a si, tida como um gesto de amor das mulheres, a rigor é uma violência da sociedade contra elas, imposta sutilmente, mascarada de carinho. A efervescência interior de Valeria vai se esvaiando num caldo de culpa e pequenas agressões perpetradas por aqueles que foram ensinados a não considerar as necessidades femininas, reduzindo as mulheres ao papel de alicerce da felicidade alheia. O conflito de geração provoca fricções. "Não posso falar disso com minha mãe nem com minha filha, porque nenhuma delas compreenderia. Pertecem a dois mundos diferentes, um que acabou, junto com aquele tempo, e outro que nasceu dele. E em mim esses dois mundos colidem, fazendo-me gemer". É comovente que Alba de Céspedes tenha vertido esses gemidos numa literatura que quebra a solidão, mesmo sem oferecer redenção e conforto. "A vida inteira passa na angustiante tentativa de tirar conclusões e não conseguir".
comentários(0)comente



valmir 24/05/2024

Caderno
" Creio que pra ser feliz uma mulher deve sempre pertencer a alguém "

"Em casa , não sei por quê, tenho sempre vontade de pedir desculpas "

"A certa altura, não se compreende mais onde está a bondade e onde está a crueldade na vida de uma família. "

" Talvez existam pessoas que, conhecendo-se, conseguem se tornar melhores, eu porém, quanto mais me conheço, mais me perco."

A escrita pode ser uma porta pra liberdade, e pode ser também a lente que mostra o que nem sempre estamos prontos pra ver!
Obra-prima!
comentários(0)comente



Caroline 23/05/2024

O peso de ser mulher, o trabalho invisível feminino, a falta de conhecimento sobre si própria e reconhecimento como indivíduo com vontades, gostos e prazeres... São tópicos que o livro me fez refletir, não consegui deixar de pensar que tenho medo de me tornar um pouco como a Valeria com o passar do tempo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



inasantos 23/05/2024

É um livro em que a construção da personagem é incrível, o quanto você percebe as mudanças delas ao longo do tempo.
Porém foi um livro cansativo, a personagem não me cativou. Continuei a leitura até o fim pela linguagem fácil e leve, além da esperança de ter algum acontecimento significativo (na qual não darei spoliers sobre).
comentários(0)comente



Giacomet1 23/05/2024

A subjetividade de uma mulher
O diário de uma mulher (esposa, filha, mãe de dois jovens, trabalhadora), em que ela expõe a si mesma todos seus medos, rancores, ressentimentos, desejos, egoísmos, contradições, todos os sentimentos que ela nem sabia que tinha. Eu amei esse livro desde a primeira página. Com o passar dos dias, a partir de reflexões de eventos cotidianos, Valéria adquire grandes conhecimentos a respeito de sua vida, toma algumas atitudes drásticas devido a esses pensamentos, mas o leitor fica em dúvida até sobre a veracidade desses relatos. As críticas demasiadas à filha e a condescendência com o filho demonstram como as regras da sociedade estão entranhadas em sua vida, mesmo que ela não queira. A descrição sobre as contradições de seu marido expõe um casamento que não é perfeito, mas que ela insiste em dizer a si mesma que é. O tempo todo ela afirma que casar e ter filhos foi uma escolha dela, como se fosse a única, mas que a oprime de uma forma que nem ela entende. O caso com o chefe se mostra como uma tentativa de fuga dessa vida que ela detesta, e que foi imposta a ela, mas que desde o início dá pistas de que não vai dar em nada. O final do livro não surpreende, mas é justamente isso que dá ao livro a sua genialidade.
comentários(0)comente



221 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR