Peixe estranho

Peixe estranho Leonardo Brasiliense




Resenhas - Peixe estranho


10 encontrados | exibindo 1 a 10


tavim 30/03/2024

Peixe Estranho, de Leonardo Brasiliense
Que quando se cai a peneirar do peito alheio carinho ainda indefinido, pode, do amor próprio, tentar podar dali. se cerceia atraído em se encaixar do posto vago mesmo sem saber sobre espaço oferecido, o que rui, rui de fora para dentro, onde ruínas se resguardam em proteção --- em vão. de arestas irregulares, com pouca força, se ajeitam de qualquer maneira a qualquer lacuna, nem que se apare mais e mais, até restar somente quereres sem qualquer troca.

peixe estranho tem enredo e formas tão excêntricas que bem cabem à atualidade. marvin encomenda seu amor pela internet, que chega quietinha, com olhares indiferentes, até preencher todo o seu vazio. o mesmo acontece com analice que, de tanto resplandecer existência, se confunde quem dos dois é feito de silicone. nada tem de comum o amor, mas no oco que bate ao peito também palpita anseio de vingança a um afeto que não deu certo.
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euliteraria_ 27/03/2024

?entendi tudo? e ao mesmo tempo é confuso ?!??!!
Relacionamento perfeito existe?
com base no querer de uma das partes?
neste livro, o autor traça uma história e para mim um questionamento, até onde a paixão e a solidão podem chegar.
é monótono, sem grandes reviravoltas, mas ao mesmo tempo provoca questionamentos.
eu grifei varias coisas a ver com pensamentos do protagonista, suas infâmias ou seus momentos de devaneios, memórias abstratas e seu egocentrismo em torno das relações.
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jegrandini 09/12/2023

Peixe estranho
Ao terminar a leitura, senti que não havia gostado do livro. Achei Marvin irritante e não gostei de muitas coisas.

Mas depois internalizando o livro, entendi muita coisa, criei várias teorias, fiz de outras teorias as minhas próprias.

Discutimos o livro no clube do livro, e foi fantástico ver a interpretação que cada um pegou para si.

Leonardo foi brilhante ao escrever esse livro, é muito louca a gente tentar pensar nas conexões e intenções que o autor tentou fazer, não há como saber ao certo, mas há de se reconhecer seu belo trabalho!

O livro traz uma grande crítica social, sobre diversos assuntos, que muitas vemos nós mesmo passamos, e mostra perspectivas sobre o amor que eu julgaria como doentia talvez, mesmo assim, nos faz refletir muito!

Recomendo a leitura para que você posso criar a sua própria interpretação!
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@somaisesseparagrafo 06/07/2023

Nota dó.
A capa prometeu, a sinopse prometeu, mas o livro é péssimo.
Terminei apenas porque fiquei em busca da parte em que a história começaria a ficar boa. Essa parte nunca veio.
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Daniel Dornelas 25/06/2022

Tinha tudo para ser uma ótima leitura, mas não foi...
"Peixe estranho" definitivamente não funcionou para mim, mas talvez funcione para você. :)

Durante as 120 páginas eu procurei algo que me surpreendesse. Não encontrei.

Talvez eu não tenha compreendido algo, mas a história de Marvin que se casou duas vezes (e se separou, saindo como a pessoa ferida da relação) foi completamente previsível para mim. O fato mais inusitado já está na sinopse do livro: Marvin espera não levar mais pancadas da vida namorando Analice. Ela é bonita, paciente, compreensiva e educada. Ela é perfeita. Analice é uma boneca de silicone.

Em minha saga de "cadê o clímax desse livro?", conclui a leitura no mesmo dia em que comecei. Os pontos positivos da obra são:

- Narrativa diferente, construída entre idas e vindas no tempo narradas em primeira e terceira pessoa.

- Abordagem de temas como desilusão amorosa, incomunicabilidade, individualismo e narcisismo.

Não foi uma das melhores leituras que fiz, mas talvez você goste. Se ler, me conte o que achou.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 25/06/2022

Leonardo Brasiliense - Peixe estranho
Editora Companhia das Letras - 120 Páginas - Capa e imagem: Mateus Valadares - Lançamento: 2022.

Em seu mais recente romance, Leonardo Brasiliense lida com um protagonista que apresenta uma extrema dificuldade de comunicação. Após dois relacionamentos fracassados, Marvin encontrou em Analice a mulher ideal: "Bonita, bem-vestida, educada e paciente... Analice é perfeita. Ela é uma boneca de silicone." Fácil perceber que Marvin é um weird fish, "aquele tipo estranho que fica lá, no fundo escuro do oceano mais fundo, onde a luz não chega e de onde ele precisa fugir...", como na letra de Thom Yorke do Radiohead, uma banda que é uma verdadeira obsessão para o protagonista (e também para o resenhista, diga-se de passagem).

Ao narrar os detalhes da rotina de Marvin e Analice, sentados no sofá da sala ao final da noite, olhos fixos na TV, o autor nos mostra o absurdo de um relacionamento entre um homem e uma boneca de silicone e que, contudo, se mostra tão semelhante ao de outros casais de carne e osso, supostamente "normais", vivendo em um permanente estado de solidão compartilhada: "Embora os braços se encostem, o casal parece distante, sem intimidade, sem afeto. [...] Ambos têm o olhar vidrado na TV. Não fosse pelo movimento periódico de Marvin com a taça de vinho, a goles curtos, pareceriam os dois bonecos de silicone acomodados no sofá."

"Ela tem um metro e sessenta e oito de altura, pesa quarenta e cinco quilos, cabelos castanhos, pele clara, olhos verdes de cílios compridos e sardas discretas nas maçãs do rosto, nos ombros, no colo. O nome de batismo era Renee. Ela nasceu em San Marcos, pequena cidade do condado de San Diego, na California, Estados Unidos da América, e seu pai se considera um artista. Chegou à casa de Marvin elegantemente maquiada e com as unhas pintadas de vermelho-borgonha, com um vestido púrpura de decote mediano e aberto nas costas. A maquiadora e manicure e a estilista, empregadas de seu pai, também consideram o que fazem uma arte. Tem bons modos. Sentada no sofá da sala, cruza as pernas com charme enquanto ouve Marvin falar – ele gosta de falar. Em nenhum momento o interrompe, ela tem paciência. / Bonita, bem-vestida, educada e paciente... / Analice é perfeita. / Ela é uma boneca de silicone." (pp. 13-4)

Ao longo da narrativa, sempre apoiada em uma prosa direta e precisa, incomodamente bem-humorada e que alterna passagens em primeira e terceira pessoa, ficamos conhecendo os detalhes dos relacionamentos pregressos de Marvin com a "primeira ex" e a "segunda ex", como ele costuma nomear as mulheres com as quais conviveu, por meio de seus diálogos, na verdade monólogos, com a bela e paciente Analice, que não tem outra alternativa a não ser escutar. Na verdade, Marvin nunca exerceu o controle da sua vida a partir de decisões próprias, sua introversão e isolamento social o fazem estar sempre a reboque das decisões de terceiros, sendo normalmente abandonado.

"Quando a primeira ex 'foi embora', os caras do Radiohead estavam lançando o In Rainbows. Uma grande coincidência: eles. a maior banda de todos os tempos, sem gravadora; eu, sem esposa. Mas a vida segue. / Eles tiveram aquela sacada genial de usar a internet a seu favor: colocaram o álbum pra download com a ideia de 'pague o quanto achar que merecemos', dava pra baixar de graça. Deu polêmica, e funcionou. Curti as músicas todas, mas levei quase três anos – e nesse meio-tempo cometi alguns desastres – até perceber que a estratégia também servia pra mim: internet. / Dos desastres, nem quero falar. Rolou de tudo: balada, aventura de uma noite só, aventura de um fim de semana, double date, aventura entorpecida por cerveja ou vinho, e inclusive o pior dos erros: colega de trabalho." (pp. 15-6)

Leonardo Brasiliense utiliza de forma corajosa e criativa a situação bizarra do casal Marvin e Analice – que não é de forma alguma inédita na atualidade e tende a se tornar ainda mais comum com o advento da Inteligência Artificial – para falar de um assunto mais abrangente, a carência afetiva e a busca incessante pelo amor, principalmente quando conhecemos melhor as origens da insegurança emocional do personagem na infância. Um livro para refletir sobre essa nossa estranha época na qual, apesar de tantos aplicativos e dispositivos eletrônicos para estimular o convívio social, estamos cada vez mais solitários, isolados em nossos próprios mundos.

"Acordei sozinho em casa... Bem, acordei com o gato, mas sem ela. Havia um bilhete na porta da geladeira dizendo que ia sair mais cedo pra receber um fornecedor no café e me pedindo pra comprar a ração do Príncipe, estava no fim ou já tinha acabado, não lembro. Sim, o nome dele era Príncipe; caso eu almejasse o título, que desistisse. Então, uns minutos depois de controlar o desejo de afogar o gato na água da privada, eu era o responsável por alimentá-lo, e bem, com uma ração cara que manteria seus rins protegidos do excesso de proteínas e seu pelo sedoso e cheiroso. Perfeito. Era a magia do amor. Ou melhor, da paixão. Ou do amor da segunda ex pelo gato, seu Príncipe, e da minha paixão por ela, deixando as coisas precisas. / Mas, na época, essa precisão toda não existia, não em mim. Nos casamos meteoricamente, atropeladamente, cegamente apenas dois meses após o primeiro encontro no café." (p. 38)

Sobre o autor: Leonardo Brasiliense nasceu em 1972, em São Gabriel (RS). Aos seis anos, quando começava a se alfabetizar, morou numa biblioteca por seis meses. Nos anos 1990, durante a faculdade de medicina, estudou psicanálise, mas desistiu de exercê-la para se dedicar à literatura. Tem doze livros publicados, entre eles, Três dúvidas (2010, vencedor do prêmio Jabuti) e Roupas sujas (2017, finalista dos prêmios Jabuti e São Paulo de Literatura). Além de escritor, é roteirista de cinema e fotógrafo amador.
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Joanne.G.P. 19/06/2022

Definitivamente o livro mais doido que já li
Nem sei dizer o que acabei de ler. Bem, o livro fala sobre solidão e sobre uma paixão irracional por uma boneca de silicone. Sei lá, achei bem diferente e ao mesmo tempo difícil de definir se gostei ou não, não desgostei mas é bem diferente.
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Bruna 10/06/2022

Viciante e doentio
Marvin é um homem duplamente divorciado, que resolve recomeçar sua vida amorosa. Com uma boneca de silicone.

Se tudo isso já parece estranho à primeira vista, as coisas ficam ainda mais doentias com o passar das páginas. Alternando vozes narrativas e presente e passado, entramos em contato com os casamentos prévios do personagem. O mais interessante é ver a moldagem que Marvin faz das duas ex-esposas, as quais, para nós, não têm nomes além de ?primeira ex? e ?segunda ex?.

Marvin, então, mantém esse ?relacionamento? estranho e incômodo com Analice, nome que dá à sua boneca de silicone. Tudo isso como tentativa de driblar a frustração e solidão.

A impressão que fiquei é que a boneca é maleável (não à toa é de silicone), no sentido de ser uma espécie de molde da ?mulher perfeita? na concepção de Marvin. Ela o escuta ?pacientemente?, não o interrompe e não traz à tona todas as complicações das relações anteriores, das relações humanas.

No geral, é um bom livro, viciante porque não tem como não querer saber o desfecho de uma história de amor tão distorcida como essa. Não é um livro marcante, é daqueles para sair de uma ressaca literária, por exemplo. É uma história em que fantasia e realidade se fundem para formar um ideal problemático e curioso, digamos.
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ladycafezinho 09/06/2022

Sobre dores, fantasia e solidão.
Difícil definir minimamente esse livro. Traz alguns desconfortos durante a narrativa, o que combina com o cenário do que o Marvin está vivendo. Uma solidão doentia.

"Eu saio do trabalho de tardinha e vou até lá pra falar de mim, pago pra falar de mim, mas se desconfio que vá doer, invento um assunto."
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