Pássaros na boca e Sete casas vazias

Pássaros na boca e Sete casas vazias Samanta Schweblin




Resenhas - Pássaros na boca e Sete casas vazias


11 encontrados | exibindo 1 a 11


raphael341 31/01/2024

são duas coletâneas de contos reunidas nesse livro, a primeira é a pássaros na boca, me agradou bastante, gostei de praticamente todos os contos, eles têm uma linguagem simples e objetiva, às vezes com um toque de realismo mágico que eu particularmente gosto bastante, além de serem bem únicos e diferentes. mas em compensação não gostei muito da segunda coletânea, sete casas vazias, no geral os contos realmente me pareceram vazios, talvez deixassem uma mensagem subentendida que eu não captei, ou por ja ter lido muitos contos bons no começo tenha acabado não ligando muito pra esses, mas não são horríveis, só não são tão bons quanto o da primeira.
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Biblioteca Álvaro Guerra 08/12/2023

É famosa a afirmação de Júlio Cortázar de que no “embate que se trava entre um texto apaixonante e o leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto o conto deve vencer por nocaute”. Herdeira direta de uma distinta linhagem de nocauteadores, da qual fazem parte Adolfo Bioy Casares e o próprio Cortázar,Samanta Schweblin, que já afirmou se identificar como autora de contos, mais do que de romances, está à frente de uma geração de escritores que renovam os votos de afinidade entre a forma breve e a ficção latino-americana.

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786589733560
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Bruno Oliveira 23/10/2023

QUANDO O TANGO NÃO BATE BEM DAS IDEIAS E VOCÊ, MESMO ASSIM, CONTINUA DANÇANDO!!
Talvez, quem ler este duo Pássaros na boca e Sete casas vazias: Contos reunidos, da argentina radicada na Alemanha Samanta Schweblin, não se contentará com a extensão de alguns contos, ora curtos demais, ora longos por demais e, também, nem os entenderá direito (devido, claro, às particularidades do país de origem da autora). Contudo, Schweblin é contista das boas; diz muito mais do que é ali narrado nos vinte e cinco contos que preenchem um livro composto por dois e, como seus temas beiram o insólito, o incômodo, o estranho e, por que não, o fantástico também, alguns leitores mais “sensíveis” podem achar um ou outro conto “menor” ou até mesmo detestá-los categoricamente. Por isso, PERSISTA, caro leitor!! Schweblin escreve bem pra caramba; você vai na dela numa boa e, mesmo que você fique franzindo o cenho conforme vai lendo, você vai QUERER ir até o fim!! O lado sombrio do ser humano é sempre FASCINANTE.
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Ismael.Chaves 17/10/2023

Uma das grandes obras do horror latino-americano
Eu confesso: estou fascinado pela ficção da escritora argentina Samanta Schweblin. Para mim, ela é "o Cortazar que deu certo", já que diferente do autor de "Bestiário" e "As Armas Secretas", Samanta não fala, ela cumpre e seus contos são, de fato, um nocaute no leitor.

Publicado em uma belíssima edição da editora Fósforo (a edição também reúne os contos de "Sete Casas Vazias", que serão comentados em outro momento), "Pássaros na Boca" apresenta 18 contos inquietantes que transitam entre o bizarro, o estranho e o horror.

Desde o conto de abertura "Irman", cuja estranheza remete imediatamente a algum trabalho de David Lynch, o leitor percebe que nada nesse livro será o que aparenta.

O horror calcado na estranheza que Samanta constrói lembra - guardadas as devidas proporções - os contos de Robert Aickman (quem já teve a oportunidade de ler - e não perdeu a sanidade no processo - a coletânea "Repique Macabro e Outras Histórias Estranhas" das editoras Sebo Clepsidra e Editora Ex Machina , sabe do que eu estou falando!). É o tipo de narrativa que te coloca no escuro junto com os personagens e, sem você entender o motivo, se sente inquieto com o que "pode" estar acontecendo ali.

Em "Mulheres Desesperadas", nos deparamos com uma estrada, à noite, onde noivos recém-casados vão para abandonar suas esposas. Uma atrás da outra, elas são deixadas lá, numa imagem que vai ficando cada vez mais sinistra.

Em "Na Estepe" (um dos meus preferidos) somos apresentados a um casal vivendo no interior argentino, onde estão caçando algo que não é nomeado. Até que um dia conhecem um outro casal que conseguiu capturar uma dessas coisas, e os convidam para conhecê-la durante um jantar. A atmosfera de tensão vai crescendo, a medida que nem o leitor ou o casal fazem ideia do que está acontecendo ali. O final é apavorante e desesperador.

Em "O Cavador", um personagem aluga uma casa para passar as férias, mas ao chegar lá, se depara com um estranho cavando um imenso buraco no jardim.

"Dentro da terra" encerra o livro com uma história assustadora que deixará você olhando para o chão ou o vazio. Apenas leiam! Imperdível.
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Matheus656 04/08/2023

Contos que apontam uma outra dimensão de nossa comum existência.

algumas das histórias são bem perturbadoras e desconfortáveis de se ler, mas, como ?moral?, todas elas apresentam algo profundamente humano: a fragilidade de nossas vidas.

como é comum de se acontecer quando se lê um livro de contos, eu não consegui me conectar muito com algumas histórias, porém as demais me fizeram refletir principalmente sobre a psique das pessoas e a solidão interna. algumas me pareceram narradas como se fossem devaneios.

o conto que realmente me perturbou e me fez ficar refletindo por alguns dias, foi o texto-título ?pássaros na boca?, que ao meu ver, traz como pano de fundo a história dos adolescentes da atualidade, com os seus distúrbios alimentares, seus isolamentos sociais e da completa falta de inteligência emocional. um futuro muito sombrio e assustador parece estar à frente.

histórias curtas com personagens nada convencionais e cheias de finais abertos. o interessante aqui é o que fica subentendido, e todos os detalhes que nos colocam dentro dos contos narrados. uma visão sombria da realidade.
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Bruna 29/04/2023

Pássaros na Boca
Gostei muito! A escrita é muito gostosinha de ler e alguns contos tem aquela vibe de que ?tem algo de errado, mas não sei o que é?.
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spoiler visualizar
Karamaru 20/06/2023minha estante
Muito boa sua percepção ??


Dan 20/06/2023minha estante
Aplicativo cheio de erros! Minha resenha sumiu e tive que postar novamente! Perdi as curtidas e os comentários! Que raiva!




AleixoItalo 22/02/2023

Quando li "Doze Contos Peregrinos", me deparei com outro tipo de realismo fantástico: um clima de desconforto causado, pela realidade hostil que os personagens encontravam longe de sua pátria.
Embora de gênero diferente, os contos de Samanta Scheweblin evocam sentimento similar, onde a escritora traz o surreal para dentro dos nossos lares, deturpando à estranheza do dia a dia.

A obra une duas coleções de contos que beiram o fantástico e flertam com o grotesco. Estados e situações corriqueiros que vão ganhando ares de angústia até se tornarem verdadeiros pesadelos, onde tanto a rotina ou uma simples mudança no status quo, fazem desmoronar o castelo de cartas do cotidiano.

A rotina do dia a dia é uma zona de conforto na qual vivemos sem ter muita noção palpável de sua existência e pequenas mudanças nesse tecido ou um simples olhar de outro ângulo podem nos revelar cenários aflitivos. Scheweblin nos convida para esse "passeio", onde conto a conto vamos deparando com pequenas danações interiores, desgraças à espreita de seus condenados em potencial!
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Lurdes 24/12/2022

Descobrir a escrita de Samanta têm sido uma experiência transformadora pois é daquelas autoras que consegue nos surpreender a cada estória.

Kentukis, minha leitura anterior, da autora, é um dos favoritos do ano.

Desta vez temos uma reunião de contos, publicados anteriormente em 2 volumes, 18 contos de Pássaros na boca e 7 contos de Sete casas vazias.

O fantástico, o estranho, o surreal habitam todas as narrativas, desde o conto que dá título ao livro, em que uma menina se alimenta de pássaros vivos, ou na estória em que mulheres vão sendo abandonadas na estrada por seus maridos/namorados, em Mulheres Desesperadas (um dos meus contos favoritos).

Personagens e situações bizarras, mas que na sua estranheza nos causa muitas reflexões. Jogos de palavras, metáforas, das quais não saímos impunes.

A segunda parte do livro, correspondente a Sete casas vazias nos remete, não só aos comportamentos, mas o quanto os espaços que ocupamos, sejam espaços públicos ou privados, afetam nossas ações.
Estes espaços podem ser libertadores ou opressores.

Samanta flerta com o terror. Na verdade suas estórias nos aterrorizam porque conseguem nos atingir em uma parte muito profunda do nosso subconsciente.

Um livro para ser saboreado, degustado, com um bom vinho para harmonizar.

E esta capa é simplesmente maravilhosa...
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DéboraMP 01/12/2022

Uma reunião de contos
O livro é uma reunião de contos que me lembrou muito a vibe do Lovecraft e do Josh Malerman. Os contos falam de diversos temas e, ao meu ver, cada um fala metaforicamente sobre questões sociais, problemas familiares, dentre outros assuntos.

De início, gostei dos contos, mas depois fui me perdendo na leitura e no final eu realmente "me obriguei" a terminar o livro.

Em alguns cantos eu queria mais, em outros achei que a autora se estendeu. Alguns eu queria uma conclusão, não um final aberto. Porém, entendo que é a forma de escrita da autora.
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Rafael Mussolini 03/07/2022

Pássaros na boca e sete casa vazias
"Pássaros na boca e sete casas vazias" da Samanta Schweblin (Editora Fósforo, 2022) é uma publicação que reúne dois livros de contos da Samanta, escritora argentina aclamada por público e crítica. O seu livro “Pássaros na boca” que estava esgotado no Brasil e foi ganhador do Prêmio Casa de las Américas de 2008, volta juntamente com o “Sete casas vazias” (inédito no Brasil) com uma bela capa. A obra é ótima indicação para quem ainda não conhece a escrita de Samanta, pois carrega os principais elementos que constituem sua produção, como a utilização do fantástico, do insólito e do grotesco para brincar com a realidade.

Samanta é bastante conhecida pela qualidade de suas obras e por transitar de forma segura pelos gêneros literários. Seu realismo fantástico é construído de forma bastante inquietante. Através de textos que convidam os leitores para um universo capaz de despertar as mais diversas sensações, a escritora abre várias brechas para que a gente possa navegar para muito além do que as palavras entregam e para muito além de cada ponto final.

Nos contos de “Pássaros na boca e sete casas vazias” somos apresentados a um mundo perturbador através de novas lentes. A escritora usa da banalidade do dia a dia e de acontecimentos aparentemente corriqueiros para tratar de temas que são considerados difíceis e até mesmo pesados. Para tanto, utiliza do artifício do texto fantástico, para que através da liberdade da escrita e do exagero proposital consiga pautar temas sociais ou perturbadores por outra ótica. Quando pinta a realidade com outras cores, Samanta nos convida a acessar um lado B da nossa própria capacidade de fabulação, como também vivenciar o poder da literatura de transformar palavras em pura arte.

A primeira parte do livro explora personagens inusitados, situações quase inverossímeis e sobrenaturais, situações engraçadas, irônicas, assustadoras e por vezes de uma violência que consegue ser não-violenta por vir fantasiada de outras caras. Já na segunda parte do livro todas as características citadas acima continuam a fazer parte da escrita, só que transportadas para o ambiente familiar, para dentro das casas e consequentemente para dentro de nós mesmos. As situações limite que Samanta gosta de criar ficam ainda mais assustadoras quando somos fechados em uma sala junto com elas.

No decorrer de toda a obra nos divertimos, ficamos surpresos e assustados com situações como a de um homem que se torna uma espécie de refém dos funcionários de uma estação de trem pelo simples fato de estarem sem troco para a compra de sua passagem. Conhecemos uma menina que de repente começa a se alimentar de pássaros vivos para desespero de seus pais que não sabem lidar com a o asco da situação. Em outra, um homem mata a própria esposa, a coloca em uma mala e ao invés de sumir com seu corpo o mesmo acaba se tornando uma obra de arte. Lemos também sobre a história de um homem bala de circo aposentado que no fim da vida começa a perder a velocidade.

“Pássaros na boca e sete casas vazias” foi uma das minhas melhores leituras do ano. Propiciaram algumas horas de leitura que me tiraram da zona de conforto, que conseguiu me surpreender e promoveu momentos de assombro e também de riso. O insólito pode ser uma ótima estratégia narrativa e isso a Samanta Schweblin sabe fazer seguindo a grande tradição dos grandes escritores da ficção latino-americana.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2022/06/passaros-na-boca-e-sete-casas-vazias-da.html
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