Kaaaz 08/04/2022
Surreal!
Acompanhamos a jornada pesarosa de Claudia por 182 páginas, e caramba, que história intensa!
A escrita é envolvente e flui com muita facilidade, ainda que os temas sejam pesados e a atmosfera de terror paire a cada página (ameaçando dar o bote), é fácil devorar o livro. Talvez esse seja o verdadeiro grande mistério de Morgenstern: como a Natália conseguiu dançar por assuntos fúnebres, sinistros, tristes, odiosos até... E não tornou o livro chato em absolutamente nenhum momento. É uma tarefa e tanto.
Também gostei de como a autora deixou tudo com seus devidos pingos nos "is", sem pontas soltas. Tudo se encaixa perfeitamente, até mesmo a dor e a personalidade doentia de vários personagens (alô, Heiko!).
Morgenstern te deixa horrorizado com muita coisa, principalmente com o lado obscuro da humanidade (muito bem explorado), e apesar de sabermos que teremos versões sombrias de contos de fada nele, não é como se estivéssemos de fato preparados para o conteúdo real da história. Ela surpreende a cada capítulo.
O meu favorito foi o terceiro, "Hamilin". E a citação que mais me deixou pensativa, foi essa aqui: "Mas sonhos são, antes de tudo, uma imagem borrada de uma situação inimaginável que facilmente se desmancha ao abrir os olhos", pg 124.
Decididamente um livro que indico, recomendo e que ficará marcado, não só por ser o primeiro (de muitos, assim espero), livro da Natália, mas por ter realmente gostado do que li.