Duda Mel @epifania_literaria 26/09/2022
Mediano, morno
Uma capa que transmite uma ideia de comédia romântica fofa. De certa forma, é, todavia poderia ser bem mais.
Cecilly ama cozinhar e vender seus biscoitos, contudo sua rotina fica bagunçada quando seu vizinho Rômulo resolve processá-la sob a alegação de não ter sentido qualquer magia ao comê-los.
A partir de então são imaginados momentos de gato e rato que acabem aproximando os dois mais e mais até que surja aquele romancinho que imaginamos assim que lemos a sinopse.
Entretanto, a quantidade de páginas não colabora para isso. A escrita da autora trouxe um ar diferente em certos momentos que davam uma ideia nostálgica e fazia sentido, enquanto outros já discorria de maneira mais casual. Isso não é um problema. A questão maior está no desenrolar das coisas. Se desenvolvesse mais a trama de ambos os personagens (sua aproximação, semelhanças e diferenças), seria possível se envolver mais com a narrativa.
Aparentemente o objetivo da autora desde o começo foi trazer uma trama breve e leve, porém com traços de reflexão e saudosismo quanto às lembranças e ao luto. Essa parte senti ser despejada no conto de maneira mais corrida e sem aprofundamento. Acabou tornando o pretexto de Rômulo bobo e não consegui ver um recomeço real para eles, em especial Celly que parecia ainda profundamente abalada pelo falecimento da avó e guardou isso dentro de si.
Algumas páginas a mais trariam mais sentido ao desfecho e talvez assim eu de fato torcesse para esse casal. Nem bom nem ruim. Mediano, morno. Não me cativou.