bluesargent 31/10/2020
Malorie inspira, prende a respiração, expira.
Desde o momento em que foi anunciado que Caixa de Pássaros teria uma sequência eu jurei de pé junto: Não vou ler esse livro, não faz sentido essa história ganhar uma continuação. Mas, após a leitura e parando para analisar todos os pontos explorados neste livro, eu percebi que fazia SIM muito sentido termos uma continuação.
Coisas que até o final do primeiro livro não tinham me incomodado mas que realmente ficaram em aberto foram muito bem exploradas aqui, e arrisco dizer que gostei mais desse do que do outro!
A escrita do Josh é muito boa, ele tem o timing perfeito para livros do gênero, que é justamente aquela coisa crua e ao mesmo tempo tão impactante que são as frases diretas, nada muito rebuscado e com o único intuito de pegar o leitor desprevenido (que eu particularmente amo!)
Um dos pontos altos do livro também é o desenvolvimento da personalidade dos três personagens principais; Tom e Olympia, que tem personalidades tão diferentes e o aprimoramento de todas as "paranoias" da Malorie, e como isso impactou no crescimento dos filhos.
A ambientação em si também foi muito boa, quando fomos apresentados à cidade eu pude sentir uma semelhança/nostalgia com a época de ouro de The Walking Dead
Mas também senti falta de algumas coisas, como por exemplo um maior desenvolvimento para Athena. Ficou muito vago pra mim o poder que ela exercia sobre a cidade, o porquê de as pessoas a considerarem líder daquele local, o funcionamento da cidade em si.
Outro ponto que senti bastante por ter ficado em aberto e ser literalmente esquecido no churrasco foi o Dean. Depois do episódio no trem, o cara sumiu (?) e só vai ser mencionado lá no final, mas ainda sim seu arco fica inteiramente em aberto.
Esses dois fatores, apesar de ter sentido bastante falta, não me fizeram diminuir a nota final do livro justamente pela experiência ter sido mais marcante do que o esperado. Com certeza, foi uma das minhas maiores surpresas literárias do ano!