Nath 19/11/2023Resenha Pobre LeitoraMalorie é a continuação que Caixa de Pássaros não precisava. Sou fã do primeiro livro, me lembro exatamente da euforia que senti durante sua leitura, e com Malorie não foi nada parecido, infelizmente.
A história mais uma vez foca em Malorie e sua tentativa de proteger seus filhos nesse novo mundo. O livro começa mais ou menos onde parou o primeiro, mas temos um salto no tempo e acompanhamos uma Malorie mais velha e Tom e Olympia já adolescentes. Mesmo após tantos anos no novo mundo, Malorie nunca baixou a guarda, na verdade se tornou mais paranóica a cada dia, pensando apenas na sobrevivência de seus filhos, sendo considerada por eles até como uma pessoa amargurada, exagerada. Tom e Olympia, crianças nascidas e criadas após o surgimento das criaturas, tem uma percepção diferente, audição e sexto sentido incríveis.
O que tira nossa personagem da zona de conforto são notícias sobre o mundo la fora, possibilidades de pessoas ainda estarem vivas e enfrentando o horror causado pelas criaturas. Malorie se vê frente a um dilema: continuar vivendo sob a venda, protegendo os seus a todo custo ou se aventurar no desconhecido se apegando num fio de esperança.
Malorie foi uma personagem incrível no primeiro livro, já no livro de seu nome, achei ela chata, repetitiva demais, presa à casa em que viveu os primeiros anos da mudança e àqueles que ficaram para trás. Como o livro é narrado em primeira pessoa, não dá para fugir de seus devaneios. A possibilidade de mudança, novos ambientes, personages e um novo fôlego contra as criaturas dá esperança de que a história ganhe um novo olhar, mas não se sustenta por muito tempo. No primeiro terço do livro confesso que quase larguei a leitura, pulei algumas linhas que não fizeram diferença. O autor coloca ideias muito boas nos personagens de Tom e Olympia, mas somente nas últimas páginas, não desenvolvendo de maneira satisfatória novas descobertas que mudam totalmente o modo que eles encaram o novo mundo. Ainda não sabemos o que são as criaturas, como são, porquê estão aqui, mas isso não é tão incômodo quanto o arrastar da história com Malorie até um final apressado, que resolve tudo mas sem aquele gosto satisfatório. O meu sentimento é que Malorie foi escrito apenas para dar uma explicação do que aconteceu com a personagem e uma certa "paz" a ela. Olympia foi a personagem destaque para mim, mas muitíssimo mal aproveitada. Eu esperava bem mais da continuação de uma história que foi tão boa.