spoiler visualizarMarianne Freire 20/11/2022
Ancestralidade diaspórica e indígena. É o que Tales propõe em Sarau 3, com toda a beleza e resistência do sarau periférico. A estrutura do poema é tão forte que traz o corpo sumido de Amarildo e o assassinato de Anderson e Marielle. A desigualdade social que suga a vida de tantos para que outros acumulem riquezas.
Carnaval, mercado financeiro, pobreza, a fortaleza de isopor, a especulação imobiliária em cima das casas pobres.
?O povo precisa de um projeto!? (p,65)
A bonita referência ao passeio público, as celebrações de vida pulsante da Avenida da Universidade. Talles transversaliza uma cidade de desejos e lutas.
As lembranças do avô, A maraponga, o afago de ?todos os anti-inflamatórios do mundo o mais poderoso é o amor? (p. 101) me deixaram cheia de ternura.
?trabalho no que faço falando e escrevendo poesia
e o mais fantástico desta travessia
é não ter perdido minha identidade.?
Um livro para ler e se encantar com a poesia marginal com nuances delicadas e fortes de uma Fortaleza plural, de memórias individuais e coletivas, de luta e e resistência, e muita beleza. ??