spoiler visualizarMariana 01/04/2023
Pra começar, muitos dos que eu vi divulgarem esse livro, colocaram como se fosse um livro triste, que te despedaça, não chega nem perto, tem seus momentos, mas não são lá grande coisa também. Até lá pelos 40% do livro eu ainda tava pensando em dar 4 estrelas, a história é fluída, te prende, não dá vontade de parar de ler, apesar de algumas coisas que já tinham me irritado no começo, mas em certo ponto as coisas começam a desandar e não param mais. É tudo muito previsível, você não tem surpresa nenhuma.
A coisa principal é: a autora é péssima pra desenvolver relacionamentos, mesmo a amizade entre Sam e Sadie, que é o mais importante do livro, os relacionamentos amorosos também são ruins, começam do nada, você não consegue distinguir quando aqueles personagens começaram a se amar, porque não tem desenvolvimento, ela só joga "fulano e ciclano começaram a namorar dia tal", pra ser sincera o único relacionamento ""bem desenvolvido"" do livro é entre a Sadie e o professor, a gente consegue ver como começou e porquê, e como as coisas se desenvolvem até o "término" (sim, o relacionamento abusivo é melhor construído do que os outros e não, não tem uma superação da parte dela descrita em todas as letras, o que sinceramente não me incomoda).
Em muitas partes do livro eu fiquei perdida, porque fica indo e voltando entre passado e presente sem aviso nenhum, "quem é esse? Onde ele se encaixa nesse momento do livro?", até entender o que tava acontecendo. Em especial na parte 9 do livro, sobre o jogo dos pioneiros, começa de uma forma muito abrupta, introduz novos personagens e eu pelo menos não sabia se realmente tinha voltado no tempo ou se era um jogo até metade do capítulo.
Outra coisa que me incomodou, chamar Sam e Sadie de melhores amigos, sendo que eles estão muito longe disso, nunca tinha visto amigos que poderiam se importar menos um com o outro, cobram um posicionamento e ficam chateados por uma coisa que aconteceu em particular com eles e que eles não chegaram a comentar um com o outro, como se o amigo fosse ter bola de cristal pra adivinhar o que ele tá sentindo.
E minha principal reclamação do livro: Sadie. Eu nunca teria perdoado ela por me tratar como projeto de horas complementares se eu fosse o Sam, que tipo de "amiga" é essa? Ela é egoísta, mimada, acha que o mundo gira ao redor dela, que sofre mais do que todos no mundo e tudo que os outros fazem é pra prejudicar ela em particular (os outros tendo ciência disso ou não), culpa os outros por decisões que ela tomou e trata o melhor amigo igual lixo grande parte do livro, Sam fez uma cirurgia, tava sentindo dor e em tratamentos, e invés dela se preocupar com ele, ir procurar saber como pode ajudar, o que ele precisa, ela não dá a mínima e fica chateada porque ele não tá trabalhando o suficiente no jogo deles. Ela teve a ideia de colocar casamentos como opção no RPG independente do sexo da pessoa, quando o Marx leva os tiros e vai pro hospital (e acaba morrendo depois) quem é o culpado e tem que escutar que deveria ter sido ele? Sam, o "melhor amigo", sendo que ele também estava sofrendo porque já era amigo do Marx antes da Sadie conhecer. Ela é imatura durante todo o livro, o único momento que eu consigo perdoar por certos comportamentos é quando ela é criança, o restante do livro eu só senti raiva dela, adulta já e agindo como pré-adolescente revoltada, me poupe.
A lição que fica é, viva o SUS, grande parte dos problemas não aconteceriam se existisse saúde gratuita nos EUA. E não chamem qualquer pessoa de melhor amigo.