Todos os nossos ontens

Todos os nossos ontens Natalia Ginzburg




Resenhas - Todos os Nossos Ontens


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Aline 30/06/2020

Todos os nossos ontens
Todos os nossos ontens tem como pano de fundo a Itália durante o regime fascista de Mussolini e a 2ª Guerra Mundial, mas não é esse o foco do livro.
Os personagens são construídos sob uma narrativa que explora suas faltas e vazios (o que os torna muito especiais). Aborda as cicatrizes de cada um, suas relações, além dos impactos de um cenário bélico e fascista em diferentes classes sociais e seus dilemas políticos (como o forte desejo pela revolução, a alienação e a incapacidade de assumir um papel na história da política nacional).
A escrita é diferente e única, o que pode gerar um estranhamento inicial. No entanto, quando você entende e acompanha o ritmo da autora, é impossível não se jogar de cabeça. É um livro que claramente fala de um passado, mas que se faz (MUITO) presente.
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Admirável Mundo Literário 30/06/2020

Resenha n°14 - Todos os nossos ontens - Natalia Ginzburg
Você já teve a sensação, logo após terminar um livro, de querer relê-lo imediatamente e se envolver com todos os detalhes novamente?

Parece que estive uma semana na Itália do início do século XX, acompanhando, ao lado do narrador, todas as aventuras das duas famílias que compõem o eixo principal da obra, viajando da cidadezinha inicial para às Amarenas até a pequena cidade de San Costanzo. Assisti ao regime fascista imposto por Benito Mussolini e o impacto que o desenvolvimento da guerra trouxeram aos jovens. Testemunhei a fragmentação das famílias e a desolação que o abandono dominava todos. Lastimei os avanços da Alemanha e sofri com a fracassada fuga dos judeus e seu triste fim. Empolguei-me com Anna, Ippolito, Emanuele, Danilo e Giustino em seus utópicos planos de criação de uma resistência antifascista e diverti-me com os infinitos devaneios de Anna em "escalar as barricadas no dia da revolução[...]atirando nos nazistas e fascistas com o fuzil e cantando". Também tivera risadas e mais risadas com o divertido Cenzo Rena e suas infindáveis histórias.

Porém, o sentimento de angústia dominou-me durante todo o livro. O caos existencial deixado pela guerra. A complicada rotina das famílias. A fome e o frio. As verdadeiras mazelas sociais, as consequências de todas as lutas e a dor que perdurará sempre na humanidade. Este conjunto de acontecimentos me abalaram.

Até que chegara o fim, e foi neste momento que percebi o quão imerso eu estava nesta obra, e, mais uma vez, a dor misturou-se com reminiscências de todos aqueles que haviam partido. Porém, naquele ponto, no fim da espinha, uma pequena mancha fria e trêmula não trazia medo, mas saudade, que sentíamos eu e os protagonistas, da guerra.

Citação: "Não existiam homens de guerra e homens de paz, pensava Anna, a guerra era contra todos e ninguém tinha o direito de dizer que não queria participar."

Nota: 10/10

site: https://www.instagram.com/p/CCE1AV2DBTc/
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LETRAS e VEREDAS 30/06/2020

Todos os nossos ontens
Natalia Ginzburg (1916-1991) é uma das principais representantes da literatura italiana do século XX. Sua obra literária é marcada pela temática da resistência antifascista e pela denúncia da anulação e do aniquilamento dos indivíduos pelo fascismo.??

Narrado em terceira pessoa, num estilo direto e sem a utilização indiscriminada de metáforas e abstrações, "Todos os nossos ontens" (Tutti i nostri ieri, 1952) divide-se em duas partes: a) a primeira enfoca as relações quotidianas de duas famílias, que vivem numa pequena cidade urbana, ás vésperas da entrada da Itália fascista na segunda Guerra Mundial; b) na segunda parte, a história concentra-se em torno de Cenzo Rena, na cidade camponesa de San Constanzo, situada ao sul da Itália.??

Em sua obra literária e ensaística, Natalia Ginzburg concedia um papel privilegiado ás reminiscências familiares e á dimensão de pertencimento e conflito na dinâmica familiar. Em Todos os nossos ontens, a família é retratada pelo prisma da decomposição e da fragmentação de seus laços de convivência, provocados pela barbárie asfixiante do fascismo.??

Não é fortuito, portanto, os sentimentos de melancolia e de perda que atravessam a narrativa de Todos os nossos ontens. De qualquer modo, nunca é demais registrar que esses sentimentos amargos não podem ser confinados no silêncio, pois como afirmou Natalia Ginzburg no livro Pequenas Virtudes:??

"Entre os vícios mais estranhos e mais graves de nossa época deve-se mencionar o silêncio. [...] Arrancadas dolorosamente ao silêncio, emergem as poucas e estéreis palavras de nossa época, como sinais de náufragos, fogos acesos entre colinas longínquas, frágeis e desesperados chamados que o espaço engole". (p.91-92)??
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Ninasg 30/06/2020

Um livro que foca nas relações daqueles que não foram pra guerra, mas que viram amigos e familiares indo. A autora é direta em algumas partes e deixa subentendido em outras o que acontece com o emocional e o psicológico daqueles que viveram durante a 2 GM na Itália.
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Marina.Cyrillo 29/06/2020

Tutti i nostri irei
Uma angústia toma conta. Medo e insegurança. Tanto para os pobres quanto para os ricos, ninguém está salvo. Ansiedade e incerteza, temos que ficar confinados para se proteger. Medo desse fascismo que cresce e de todos aqueles que se identificam e apoiam. E as vezes dentro da família. Necessidade de se apegar ao máximo as pequenas coisas, que imprimem uma sensação de normalidade a vida, pra manter sanidade física e mental. Sabe-se de mortes e mais mortes. Muitas perdas. Estremecimento dos relacionamentos e as mudanças de paradigma. Não, não é a epidemia do COVID 19, é o período da guerra pano de fundo desta história. Itália 1930-1940. Qualquer semelhança mera coincidência. O livro envolve muito!
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Gabriela Silva 29/06/2020

Um bom livro
Simples, mas de uma simplicidade humana, os traumas, as perdas, as angústias são tratadas de uma maneira quase seca, sem os floreios literários, o que nos traz muito a ideia de um sentimento real, cheio de dor e de força pra superar.
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Srta.Jay 01/07/2020

História que se passa no período da 2ª Guerra Mundial, uma Itália que se encontra no período facista e é invadida pelos alemães. De escrita simples, a leitura se arrasta em algumas partes, tendo a impressão de que nada acontece. Vale a leitura e a reflexão que a história traz.
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@fernandajfguimaraes 29/06/2020

Duro, forte, direto, sensível, cativante.
¶Leitura finalizada e uma sensação de abandono e perda no coração. Acredito que o momento histórico que nós estamos vivendo, especialmente nós brasileiros, me fez mergulhar fundo na história da Natalia Ginzburg e, inclusive enxergar, talvez de maneira muito equivocada, pontes entre o enredo de Todos os Nossos Ontens e a realidade pandêmica e política atuais.
¶Eu me apaixonei pela escrita da Natalia. Não sou formada na área de Letras, não tenho formação literária, resumindo, sou leiga. Entretanto, vou tentar expressar o que senti, sem dar spoilers.
¶A Natalia me cativou com sua escrita dura, direta, seca, sarcástica. Senti uma espécie de humor interno, algo que só quem realmente mergulha na história, percebe. Não demorei para entrar no ritmo dela. Um ritmo para muitas pessoas, esquisito. Percebi que vários leitores não gostaram da forma como ela escreve, muitos acharam que a narrativa se arrastava e, ao longo de muitas páginas, era como se nada acontecia. Contudo, creio que isso se deva ao fato de que muitos criaram falsas expectativas, na ânsia de ver uma típica história com grandes e arrebatadores fatos sobre a II Guerra e o Nazifascismo. Ledo engano. Na verdade, o ritmo da escrita é controlado pela forma peculiar de pontuação. Eu achei isso de uma maestria extraordinária.
¶Senti que o "pulo do gato" da Natalia foi justamente tecer seu enredo nas minúcias do cotidiano de pessoas comuns, como qualquer um de nós, simples mortais. Suas personagens, da minha perspectiva, se encaixam em tipos muito triviais que reagem das formas mais inusitadas diante de crises e conflitos. Temos os covardes e inúteis, temos os fúteis e alienados, temos os ingênuos sonhadores, temos os desesperados e surtados, temos os lúcidos e conscientes, temos os aproveitadores, temos os corajosos.
¶Também temos uma narrativa em duas partes que ora nos apresenta a região Norte da Itália, sua burguesia, seu ritmo urbano-industrial, mais tarde o despontar da resistencia; ora apresenta a região Sul com sua rotina mais lenta e seus camponeses. Cada uma reagindo de maneiras diferentes à crise.
¶Enfim, essa obra ficará guardada em um lugar especial da minha memória. Recomendo!
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Thatyane Jardim 28/06/2020

A sensibilidade e objetividade de Natalia
Conhecer o lado de duas famílias que se entrelaçadas não só pelos dedos do fascismo como pela guerra, e perceber que mesmo com todo o caos "exterior" os conflitos internos não se interrompem e os personagens precisam continuar lidando com seus sentimentos, suas ações e suas consequências, ao mesmo tempo que lutam para resistir aos ideais fascistas. Ver esse enredo pela narrativa de Natalia me deixou envolvida ao ponto de não conseguir dormir sem terminar o livro. O desejo de preciso saber mais dos personagens e pelas suas palavras era tremendo. E mesmo com todas as mudanças que acompanhamos ao longo do livro o final lhe proporciona um conforto quase que natural, como se você tivesse passado por tudo aquilo ao lado deles e se sentisse da mesma forma.
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Oseas.Carlos 28/06/2020

Todos os nossos ontens
Ambientado inicialmente no norte da Itália, no período do início ao fim da segunda guerra, o livro de Natália relata as relações familiares entre duas famílias de classe média.

O pano de fundo da história é a guerra que, conforme o livro vai avançando, vai tomando forma e acaba influenciando de diversas formas as vidas dessas pessoas.

A escrita de Natália é única e nunca havia me deparado com uma linguagem genial, capaz de simplificar o contexto e a complexidade de tempos bélicos numa linguagem prosaica e, ao mesmo tempo, tão poética.

Todos os nossos ontens foi capaz de situar o leitor, através das reações, das transformações e das perspectivas de vida dos personagens, num mundo que está a beira do colapso e sem ciência do que pode vir no futuro (assimilei ao contexto pandêmico ao qual vivenciamos na data de hoje)

Concluindo: recomendo demais a leitura. Depois disso vou até buscar novos escritos de Natália Ginzburgh.
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Nathália 26/06/2020

"a alegria é também feita de arrepios gelados, um medo enorme de errar e vontade de correr adiante"
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Luiz Carlos 26/06/2020

Fascismo
Leitura deliciosa sobre temas tão complexos como fascismo e segunda guerra mundial
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Alcio 25/06/2020

Todos os nossos ontens
Na Itália fascista, pré Segunda Grande Guerra, duas famílias sentem os efeitos devastadores do conflito, bem como das escolhas que os personagens fazem, ou de suas omissões.
A narrativa chega a ser um tanto cansativa, porém a partir da segunda parte o enredo deslancha, deixando o livro mais envolvente.
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Rodolfo Vilar 25/06/2020

Profundo
Contando sobre um bom período do movimento fascista na Itália da segunda guerra mundial, Natália Ginzburg consegue mesclar laços familiares com a historicidade que os rodeia. Esse é um livro sobre laços, sobre o humano, sobre a transformação de cada indivíduo. https://t.co/5rGKlg2aw9
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